sábado, 25 de fevereiro de 2012

COOPERATIVISMO E A REPÚBLICA DE PLATÃO

O COOPERATIVISMO E A REPÚBLICA DE PLATÃO

João Joaquim de oliveira


As cooperativas de trabalho ,seja de produção ou serviços, vêm se tornando cada vez mais numa forma muito atraente e justa de empreendimento. Os números dizem por si mesmos. O Brasil tem cerca de 6650 cooperativas. São 15% da população ou 30 milhões de pessoas ligadas a essa atividade. No mundo são mais de um bilhão de habitantes em atividade cooperativista. Isto não é pouco porque gera cerca de 100 milhões de empregos, sendo 300 mil só no Brasil .
O sistema cooperativista começou a ter o formato do que temos hoje no inicio do século XIX com a revolução industrial na Inglaterra . Nessa época com a mecanização da indústria e o ideário do liberalismo econômico surgiram o desemprego em massa, a miséria coletiva , a intranquilidade e a insegurança social. Nessa atmosfera, surgem então as organizações de trabalhadores através de sindicatos e associações de classe. Nascem daí as primeiras cooperativas de produção e ajuda solidária.
A primeira cooperativa registrada economicamente importante foi a “Rochdale society of Equitable Pioneers “. Isto se deu em Rochdale – Inglaterra, em outubro de 1844. Ela era constituída de operários tecelões- 27 homens e uma mulher.
Ao longo da história encontramos vários filósofos, políticos e sociólogos que defenderam os princípios da atividade cooperativista.
Charles Gide (1847-1932), francês , foi o fundador da Escola de Nimes . Robert Owen (1772-1858) , inglês , é considerado o pai do cooperativismo e fundou várias organizações de trabalhadores. Preocupado com aspectos de instrução e educação Owen criou escolas para os filhos de operários. Um médico e político que teve atuação destacada como cooperativista foi sir William King(1786-1858) que propugnou pela criação de um sistema de cooperativa internacional.
Um gigante da filosofia ocidental que não é lembrado na história do cooperativismo é Platão . De fato em nenhuma de suas obras existe menção ao verbete cooperativismo como empreendimento. Mas, quero me reportar à sua emblemática obra A República. Nesta magnífica criação, esse notável filosofo grego( nascido em 428 aC), expõe de forma lógica, metódica e muito organizada como deveria ser constituído um governo de estado e a administração de uma cidade. Os princípios e razões para a atuação de cada integrante em uma gestão pública deveriam se basear nas exigências da competência, da justiça e aptidão de cada membro. Cada integrante do governo teria uma função segundo seus méritos pessoais, dando o melhor de si para o bem de todos. E então ? não constitui a excelência e a essência em termos de atuação ou filosofia cooperativista? Nada mais justo do que lembrar desse mestre grego e que tinha como pilares de vida o exercício da justiça, da cooperação, da verdade e da Ética como meios e fins para uma sociedade fraterna, generosa e feliz.
Enfim são muitas as atividades nos moldes cooperativistas. Existe vasta literatura, teses e livros sobre o tema. No concernente ao cooperativismo médico, nenhuma organização tem a relevância e peso do sistema Unimed. Na condição de usuário e cooperado acompanho há mais de duas décadas a Unimed Goiânia . Seus dirigentes sempre tiveram como meta valorizar e remunerar dignamente os cooperados. Pode não ser de fato os mais merecidos honorários a que faz jus o médico, mas a cooperativa sempre teve a marca da pontualidade e que melhor paga aos seus filiados, quando comparada com outros seguros-saúde. A Unimed Cerrado é outro belo exemplo de gestão responsável , eficaz e altamente ético. Uma grande preocupação dos dirigentes, sobretudo vinda da congênere do Cerrado são os cursos de atualização para cooperados e funcionários. Trata-se de uma concessão privilegiada, quando todos os médicos e interessados, possam manter informados de novidades, avanços técnicos em todos os ramos da Medicina e áreas profissionais correlatas.
É recorrente a queixa de muitos médicos de que a Unimed deveria remunerar melhor pelos serviços prestados. Reivindicações com as quais eu faço coro. Todavia, esquecem os que assim pensam e queixam que os motivos desta não mais justa remuneração são os próprios cooperados. Professo esta opinião do alto de meus 25 anos de cooperado e pelo que vejo e constato neste tempo como clínico , cardiologista e plantonista por 18 anos do Hospital Unimed Goiânia . Faltam a muitos médicos os princípios e primados do cooperativismo. A Unimed mais que Empresa Privada é uma entidade com meios e fins voltada para o bem de todos: usuários, funcionários e cooperados.
Dentro desta reflexão- a da culpa dos próprios cooperados- quero citar o exemplo da prática que eu chamaria de “ nociva e sem critérios ” de muitos colegas na solicitação e execução de exames complementares. Vemos nesta etapa de uma consulta grandes abusos e absurdos. Há casos concretos tão esdrúxulos , em consultas corriqueiras ou de check-ups, que o médico mais parece um mero despachante de suas clinicas e hospitais. Ou seja , o profissional parece já ter as planilhas de exames prontas no computador. Basta clicar, imprimir e encaminhar o cliente ao laboratório. Isso é uma inversão técnica . Primeiro exames depois a consulta ?
Mais do que a perda do encanto, fica a sensação de que o médico esqueceu todos os ensinamentos de semiologia e técnicas de um exame físico bem feito. Enfim cadê o raciocínio clinico, o suspense , o encadeamento tão inteligente de uma historia médica acurada e dela afunilar em poucas possibilidades os diagnósticos prováveis, sem tantos meio diagnósticos.
São práticas, entre outras, que ao gerar lucro e ganho para poucos trazem danos e rombo no caixa da Cooperativa e prejuízo para a maioria dos cooperados.
O exemplo aqui citado de uso indiscriminado e sem critérios de indicação clinica para tantos exames e outros procedimentos, invasivos ou não, fere de morte os princípios éticos em geral e o compromisso do médico firmado quando se torna cooperado .
São condutas que se perpetuadas e generalizadas poderiam até mesmo comprometer e inviabilizar a saúde financeira da Unimed. O que seria uma pena, dada a importância social e econômica que tem o sistema para todas as pessoas que dele dependem. A Unimed não é de poucos , ELA pertence a todos -usuários , cooperados e funcionários.

João Joaquim de Oliveira – joaomedicina.ufg@gmail.com médico

VIOLENCIA NO ESPORTE, PAPEL DA REDE GLOBO

Esportista como sou , fã não fanático por futebol, fico triste e preocupado com a violência e os crimes das chamadas torcidas organizadas. Neste breve ensaio faço as seguintes indagações: por que de tanta hostilidade e brutalidade desses torcedores e simpatizantes dos clubes? Será que a mídia televisiva tem alguma influência no comportamento desses torcedores? O comportamento de repórteres de campo, de locutores de radio e TV e cartolas teriam influência na agressividade, discriminação e intolerância dessas “organizações “ que vestem as cores dos times de futebol?
Conforme algumas pesquisas e estatísticas a maioria dos membros dessas torcidas são de baixa escolaridade e pertencem às classes C e D. A violência e crimes em geral têm certa relação com baixo grau de instrução e escolaridade. As pessoas pouca instruídas buscam lazer e cultura nos canais abertos de TV. No quesito bom gosto e qualidade, todos sabemos que muitas emissoras se equiparam em baixaria e apelos por audiência os mais vulgares e fúteis possíveis. Para comprovar esta realidade basta navegar pelos vários canais de TV , de dia ou de noite, e assistir os festivais de besteiras e patifarias que são exibidos.
É do senso comum que televisão , animadores de programas e jornalistas são os grandes formadores de opinião deste país. Isto significa o que? Estes profissionais não só formam o modo de pensar dos cidadãos , mas também a conduta e atitude das pessoas em sociedade. De que forma a televisão e seus profissionais podem influenciar na violência das torcidas organizadas? Basta a esses órgãos de mídia e jornalistas, repórteres de campo e locutores assumirem o papel de torcedores. Isto se torna muito estimulante e agressivo quando são repetidas as palavras de ordem do tipo humilhar, arrasar ou massacrar o outro time, os adversários , etc.
Quem assiste a futebol pela TV está habituado a esses jargões nada educativos ou éticos. Não importa que o time oponente seja local, de outro estado ou estrangeiro. Aqui no Brasil, a Rede Globo encarna muito bem este papel. A emissora tem a exclusividade na transmissão de jogos da seleção. Seus locutores, repórteres de campo e comentaristas assumem o papel de torcedores-símbolo do Brasil. Como falam muitas bobagens, impropérios e referências pejorativas das equipes que enfrentam nossa seleção, isto resulta em um modelo de atitude e opinião muito grave pelo poder de influência que tem esta mídia nas pessoas em geral e torcedores.
Quando a equipe adversária é a Argentina então, a TV globo cria um clima de guerra. Não é incomum ouvirmos de locutores e repórteres que vale tudo para ganhar de “los hermanos” argentinos, desde quebrar pernas dos adversários até peitar o árbitro do jogo por um resultado a favor do Brasil.
Um outro cenário de profissionais que representam péssimos modelos de conduta e imoralidade são os cartolas de futebol no Brasil. Suborno, lavagem de dinheiro e corrupção fazem parte da agenda desses profissionais da bola. E vejam que este” modus-operandi” é próprio não de só de altos dirigentes da seleção brasileiro, mas até dos magnatas da FIFA.
O que mais causa arrepio e pasmo nas pessoas de bem é surgir denúncias e evidências de que a Rede Globo se tornou conivente e complacente com todo o cenário de roubalheira, lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo diretores e presidente de nossa Confederação Brasileira de Futebol- CBF.
Então não se poderia esperar nada diferente dos membros dessas torcidas “(des)organizadas”. Imagina os padrões ou modelos de conduta que eles têm! Uma Rede de TV altamente engajada que para atingir fins lucrativos pouco importa com os meios empregados. Somado a isto existem repórteres e locutores de TV no papel de torcedores que incentivam a intolerância e violência em campo. Como piores dos exemplos temos cartolas ladrões e corruptos em todos os segmentos do futebol.
Fechando estes péssimos fatos e modelos de conduta basta lembrar que toda essa gente vive lisa, leve, solta e feliz na absoluta impunidade. Os rigores da lei nunca atinge esses gangsteres do nosso glorioso futebol.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

FRACASSOS NO VESTIBULAR , POR QUÊ ??

SOS VESTIBULANDOS! O QUE REVELAM AS PROVAS.
João Joaquim de Oliveira
O POPULAR E DIÁRIO DA MANHÃ –



Em época de exames vestibulares pais e candidatos entram em polvorosa. Não tem como fugir ao estresse que a espera do exame provoca. Dias de provas então e quando da divulgação dos resultados são de dar arrepios e muita insônia.
Atacado de curiosidade em saber a quantas anda o nível das provas aplicadas e o desempenho de nossos vestibulandos fui ler alguns exames de universidades federais. As provas de hoje constam de 1º fase com questão de múltipla escolha para todos os candidatos, com um ponto de corte e seleção para a 2º fase. Esta etapa final consta de redação( português ) e questões discursivas especificas para cada curso.
As provas ,em geral ,são bem elaboradas e dentro dos conhecimentos do currículo do ensino médio. Nada que um bom aluno não saiba . Quando se analisa o desempenho dos candidatos pelas notas obtidas, isto é: os que são selecionados para a 2º fase (prova discursiva); ai é de dar descrença em amantes por educação e cultura, como eu, ou nos próprios educadores mais sérios e idealistas deste país.
Recentemente, em um “papo-cabeça” com um escritor e dois professores universitários abordamos justamente o tema aptidão cultural e escolar da juventude na era digital. Nós, os quatro, consentimos no seguinte: hoje não se pensa e não se pratica cultura e conhecimento como um bem de 1º necessidade e grandeza ,como era em épocas dos pais e avós desses jovens vestibulandos.
O estágio cultural e conhecimento das matérias de 2º grau de nossos vestibulandos são tão pífios e ruins que o aluno não consegue ao final de tanto estudo acertar 40%, 50% das questões de aferição de seu aprendizado.Em tempo: muitos desses candidatos, além da conclusão do 2º grau, têm 3, 4 anos de cursos pré-vestibulares. Em muitos desses vestibulares os candidatos são peneirados para a 2º fase com uma nota menor que 2( 20%). Na UFG, houve cursos, caso de Ciências Sociais e Pedagogia, que alunos foram para a 2ª fase com nota de corte igual a 1,7(17%). Agora imagina o que deve ficar registrado nas questões de redação e prova discursiva desses candidatos, onde não há mais a opção lotérica do chute! Estas provas não se tornam públicas. Sinceramente eu gostaria de ler as asneiras e futilidades que devem ficar registradas de nossa juventude.
E vejam que situação gozada e esdrúxula: a Instituição terá que selecionar os menos ruins dos candidatos, senão ficariam vagas ociosas nos cursos, fosse por exemplo exigir uma nota mínima 5 (50%) nas provas finais. A primeira fase não pode haver zero. Com qualquer outra pontuação o candidato é concorrente a uma vaga .
Em verdade os exames vestibulares revelam o rebaixamento dos valores culturais porque passa a sociedade. Leitura e cultura geral parecem algo careta e supérfluo para nossa garotada. O apelo das indústrias e comércio de tudo, o apego aos bens digitais e ao mundo virtual vem detonando a capacidade de refletir e pensar das pessoas. A maioria não quer nada com a dureza de pensar.
Nossas crianças e jovens têm sido as principais vitimas desse sistema. Isto vem se revelando até mesmo na postura de muitos pais, escolas e alguns dirigentes pedagógicos que se julgam estar antenados com a modernidade. Não se condena o computador, os tablets, os iPads, e a internet como instrumentos escolares. O exagero e o mau uso é que tornam-nos nocivos e inibitórios á capacidade de raciocínio e pensar do aluno.
Eu ainda sou dos que acreditam no poder construtivo e cultural da leitura e do livro impresso. O aluno desde cedo tem que ser estimulado e exigido a ter habilidade com o lápis e a caneta, em expressar por escrito os seus pensamentos e conhecimentos. Computador e internet no ensino fundamental e médio devem ser adjuvantes e nunca protagonistas no aprendizado escolar. Ou professores, escolas e pais despertam para essa realidade ou continuaremos sendo escolas medíocres e as piores do mundo. Que o digam os exames e indicadores de cultura e escolaridade como o ENEM, o ENADE, PISA, IDEB e de arremate nossos vestibulares da Universidades Federais.
E sem querer ser chato, estou aqui a falar de alunos e candidatos a ingresso nas melhores Universidades, onde se tem em conta melhor estrutura física, grade curricular decente, e um staff docente melhor qualificado. Se eu for falar de nosso alunato de faculdades privadas.. não! aí não , senão vou ter náusea, engulho e prefiro ficar por aqui mesmo.

João Joaquim de Oliveira médico - joaomedicina.ufg@gmail.com

NAO FALE MAIS COMIGO . TÔ OCUPADO

EU NÃO FALO MAIS COM VOCÊ
João Joaquim de Oliveira

O mundo tecnocientífico em que vivemos nessa primeira década do século XXI tem nos imposto profundas alterações nas relações sociais quando se compara com os idos de 30 ou 40 anos atrás. Nessa época(anos 80) a informática e internet estavam apenas na forma de embrião, em compassos bem rudimentares. Essas transformações, propiciadas por tantos avanços das ciências e da tecnologia mudaram positivamente a rotina e a vida das pessoas em todos os níveis seja no trabalho, no comércio, na indústria, no âmbito jurídico , na esfera social, afetiva etc.
Não há dúvida de que frente a tantas conquistas de bens e aparelhos, sejam estes para melhorar a produção industrial ou mesmo o exercício de cada profissão, a vida e a produtividade do homem tiveram um salto de qualidade. Na área de lazer, recreação e entretenimento então, são amplos e notáveis os resultados de tanto progresso. O que há de se lastimar é que as classes menos abastadas, de baixo poder aquisitivo, continuam à margem dessas conquistas, sem desfrutar de tantos utilitários eletro-informáticos e outros equipamentos e insumos, sejam para o trabalho ou para diversão.
Tantos ganhos e alcances, em termos de aparatos tecnológicos que trouxessem impacto na sociedade seja na esfera de produção ou diversão, é natural de se esperar igual impacto no âmbito das relações sociais, da ética, das obrigações civis ou jurídicas das relações familiares ,da educação , entre outras.
Sem acirrar sobre tamanhas e tantas mudanças desses tempos da era digital faço algumas reflexões sobre a temática educação em especial “lato sensu”, as relações pais/filhos e alunos/professor.
Aqui expresso minha opinião como pai de um casal de jovens e cultor incondicional que sou da boa educação como fator decisivo na formação do bom caráter e moral do indivíduo. Este , aliás, um conceito defendido por Aristóteles na antiga Grécia. No quesito educação o que presenciamos é que a qualidade dos valores culturais e formação educacional de nossas crianças, adolescentes e jovens caminha em sentido inverso ao pregresso tecnocientífico.
Quando menciono valores culturais e formação educacional, refiro-me não apenas à formação escolar da criança e jovem no conhecimento das disciplinas básicas ensinadas nas escolas, mas sobretudo o amadurecimento moral, social e ético como “pessoa humana”.
As tecnologias de hoje, em especial , as de mídia (celular, internet, games ) vem subvertendo a importância que sempre se deu a sentimentos e atributos quase inatos e que sempre foram cultivados e ensinados ainda no berço, no seio familiar. Ou seja o amor, a generosidade, a fraternidade parecem não pertencer mais às relações humanas. Hoje, fala-se tanto em direitos das crianças e adolescentes que sugere uma inversão de valores. Filhos não respeitam ou cumprem orientações de pais ou responsáveis e educadores. Nossos adolescentes e jovens perderam completamente o sentido e o valor da hierarquia pai/filho e professor/aluno. Fica a sensação de que ,se respeito houver ,este deve ser do pai ao filho, do professor ao aluno, do idoso ao jovem
Exemplo de tanto mudança, domínio e força nesta era digital e da internet foi a edição da lei “palmada” que diz: se um pai ou mãe desferir uma palmada mais forte na punição ou correção do filho, poderá haver processo, contra o genitor, se denunciado pelo filho. Se esse castigo , mesmo leve, ocorrer na relação professor/aluno, poderá haver exoneração, processo e execração pública do educador. Ou seja , tornou-se desestimulante e um risco a indelegável e santa missão , a de educador.
Necessário e urgente se torna que as famílias, educadores e as políticas educacionais repensem valores e ensinamentos de ética, civismo e moralidade nesses tempos modernos. Do contrário estaremos criando uma geração de pessoas embrutecidas e empedernidas que são tocadas e sensibilizadas apenas por máquinas e computadores. O ser humano foi concebido não apenas para repetir e copiar o que está pronto. Precisamos formar e educar pessoas pensantes, criativas, criticas e que possam inserir , mudar e melhorar o seu meio social, o mundo que queremos melhor. Para tanto, precisamos também de pessoas melhores.
Hoje já vemos muitos desses jovens que no domínio desses objetos e utensílios de informática e mídia, parecem verdadeiros autômatos, alheios à natureza, às pessoas e à vida.
Crianças ainda em tenra idade, adolescentes em formação de personalidade e caráter, jovens e adultos estão perenemente plugados nas tecnologias da modernidade. Todos se encontram ocupados e conectados com suas mídias, ninguém mais vive sem o celular, sem os smartphones, sem os notebooks, sem desgrudar das redes sociais. As pessoas não falam mais com as pessoas, elas falam com as máquinas.
Até aonde chegarão estas transformações , este alheamento? Isto dá medo! Até onde? Até quando?

LIÇÕES DO CANCER - STEVE JOBS, LULA, ALENCAR

AS LIÇÕES DO CÂNCER
João Joaquim de Oliveira

Um atributo que a divina criação concebeu ao homem é ele viver sem a preocupação constante com a morte. Trata-se de uma característica muito bem pré-concebida e imanente aos humanos, uma vez que somos dotados de tantos outros dotes divinos como a razão, o pensamento lógico e sentimentos exclusivos da espécie humana.
Viver como imortal não significa pouca coisa. Imagina se as pessoas vivessem pensando que a qualquer momento o interruptor da vida pudesse ser desligado. Viveríamos todos com fobia daquela execrável dama da foice, em pânico e atacados de muita angústia. Todavia, existe algumas circunstâncias em que experimentamos de forma intensa nossa mortalidade. São aqueles contextos ou fatos que põem em risco, nossa integridade física. Sempre que somos vitimas de alguma doença, uma ameaça qualquer tomamos conhecimento de nossa finitude, sentimos a condição de mortais. Trata-se de uma sensação tão impactante e aflitiva que ela é vivenciada até mesmo pelos seres irracionais. Há algumas espécies de cervos e alces por exemplo que diante de uma ameaça muito grande eles têm morte súbita, tamanha a carga de adrenalina e angústia por que passam.
Independentemente do lado místico, da crença em Deus ou mesmo em outros valores filosóficos e culturais das pessoas, a iminência ou consciência de morte traz sentimentos que desorganizam a estrutura psíquica de cada um. Uma demonstração das tantas reações das pessoas quando são confrontadas com a inelutável realidade da morte, pode ser observada em doenças graves. O diagnostico de um câncer por exemplo. Até mesmo a pronúncia da palavra causa arrepios e repulsa nas pessoas.
Recentes em nossas memórias temos os casos do vice-presidente José Alencar e Steve Jobs (da Apple). Foram duas personagens públicas que de forma muito natural, positiva e rica deram lições à humanidade de como mesmo com o prenúncio da morte tocaram a vida normal e falaram dela como um capítulo certo, último e inevitável da vida. Ninguém normal e em sã consciência vai glamourizar ou enaltecer a morte. Esta sempre representará um transe doloroso para quem vai e dias pesarosos , solidão e saudade para quem fica.
entretanto, algumas reflexões e mesmo ensinamentos possamos extrair de algumas enfermidades malignas, cheias de estigmas como são as neoplasias malignas (câncer). Quais seriam os aspectos metafísicos ou surrealistas destas doenças que ainda representam verdadeiras e intrigantes incógnitas para as Ciências Médicas? Sem dúvida que podemos destacar o curso inelutável e a imutabilidade da natureza delas. Em outros termos, quem delas for acometido terá as mesmas dores, as mesmas angústias, as mesmas seqüelas, o mesmo sofrimento. Não importa que a vítima seja humilde ou arrogante, pessoa anônima ou celebridade rico ou pobre. Todos sentirão igualmente na pele e na consciência a pequenez, a fragilidade, a transitoriedade e a condição de mortais que todos carregamos.
Ter ciência e assistir o curso de doenças graves ou incuráveis de algumas figuras públicas como as mencionadas devem servir de alerta e reflexões para todos nós.
Quantos de nós tocamos a vida de forma tão imprevidente? A Medicina de hoje tem respostas e prevenção para muitos doenças graves e incuráveis. Quantos hábitos adquirimos na vã certeza de que eles não nos causarão nenhum mal ! Parece que a desventura, o mal, as doenças, a morte estão sempre reservadas para os outros, não para mim .
Assim, por que o vicio do tabagismo se sei que posso morrer de câncer pulmonar ou de laringe ? Por que me torno alcoólatra se posso ter cirrose hepática ou tumor de pâncreas ? Por que saio de carro desembestado por aí se posso matar ou morrer de forma violenta ?. Por que o consumo guloso e só por prazer de alimentos industrializados, enlatados e embutidos ricos em nitrosaminas que sabidamente aumentam os riscos de doenças metabólicas e tumor de colo intestinal ?
Como disse Guimarães Rosa “ viver é perigoso”. Agora de forma irresponsável então, imagina o quanto então é mais perigoso!

João Joaquim de Oliveira joaomedicina.ufg@gmail.com

VIOLENCIA NO ESPORTE, PAPEL DA REDE GLOBO

Esportista como sou , fã não fanático por futebol, fico triste e preocupado com a violência e os crimes das chamadas torcidas organizadas. Neste breve ensaio faço as seguintes indagações: por que de tanta hostilidade e brutalidade desses torcedores e simpatizantes dos clubes? Será que a mídia televisiva tem alguma influência no comportamento desses torcedores? O comportamento de repórteres de campo, de locutores de radio e TV e cartolas teriam influência na agressividade, discriminação e intolerância dessas “organizações “ que vestem as cores dos times de futebol?
Conforme algumas pesquisas e estatísticas a maioria dos membros dessas torcidas são de baixa escolaridade e pertencem às classes C e D. A violência e crimes em geral têm certa relação com baixo grau de instrução e escolaridade. As pessoas pouca instruídas buscam lazer e cultura nos canais abertos de TV. No quesito bom gosto e qualidade, todos sabemos que muitas emissoras se equiparam em baixaria e apelos por audiência os mais vulgares e fúteis possíveis. Para comprovar esta realidade basta navegar pelos vários canais de TV , de dia ou de noite, e assistir os festivais de besteiras e patifarias que são exibidos.
É do senso comum que televisão , animadores de programas e jornalistas são os grandes formadores de opinião deste país. Isto significa o que? Estes profissionais não só formam o modo de pensar dos cidadãos , mas também a conduta e atitude das pessoas em sociedade. De que forma a televisão e seus profissionais podem influenciar na violência das torcidas organizadas? Basta a esses órgãos de mídia e jornalistas, repórteres de campo e locutores assumirem o papel de torcedores. Isto se torna muito estimulante e agressivo quando são repetidas as palavras de ordem do tipo humilhar, arrasar ou massacrar o outro time, os adversários , etc.
Quem assiste a futebol pela TV está habituado a esses jargões nada educativos ou éticos. Não importa que o time oponente seja local, de outro estado ou estrangeiro. Aqui no Brasil, a Rede Globo encarna muito bem este papel. A emissora tem a exclusividade na transmissão de jogos da seleção. Seus locutores, repórteres de campo e comentaristas assumem o papel de torcedores-símbolo do Brasil. Como falam muitas bobagens, impropérios e referências pejorativas das equipes que enfrentam nossa seleção, isto resulta em um modelo de atitude e opinião muito grave pelo poder de influência que tem esta mídia nas pessoas em geral e torcedores.
Quando a equipe adversária é a Argentina então, a TV globo cria um clima de guerra. Não é incomum ouvirmos de locutores e repórteres que vale tudo para ganhar de “los hermanos” argentinos, desde quebrar pernas dos adversários até peitar o árbitro do jogo por um resultado a favor do Brasil.
Um outro cenário de profissionais que representam péssimos modelos de conduta e imoralidade são os cartolas de futebol no Brasil. Suborno, lavagem de dinheiro e corrupção fazem parte da agenda desses profissionais da bola. E vejam que este” modus-operandi” é próprio não de só de altos dirigentes da seleção brasileiro, mas até dos magnatas da FIFA.
O que mais causa arrepio e pasmo nas pessoas de bem é surgir denúncias e evidências de que a Rede Globo se tornou conivente e complacente com todo o cenário de roubalheira, lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo diretores e presidente de nossa Confederação Brasileira de Futebol- CBF.
Então não se poderia esperar nada diferente dos membros dessas torcidas “(des)organizadas”. Imagina os padrões ou modelos de conduta que eles têm! Uma Rede de TV altamente engajada que para atingir fins lucrativos pouco importa com os meios empregados. Somado a isto existem repórteres e locutores de TV no papel de torcedores que incentivam a intolerância e violência em campo. Como piores dos exemplos temos cartolas ladrões e corruptos em todos os segmentos do futebol.
Fechando estes péssimos fatos e modelos de conduta basta lembrar que toda essa gente vive lisa, leve, solta e feliz na absoluta impunidade. Os rigores da lei nunca atinge esses gangsteres do nosso glorioso futebol.

ANIMAIS DE EXPIAÇÃO OU ESTIMAÇÃO.. A ÉTICA DE CADA UM

OS RISCOS DO CONVIVIO COM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO.

João Joaquim de Oliveira


Ter um animal de estimação exige prudência, regras básicas de convívio e segurança. Não se admite, de nós racionais, esperar de um animal irracional que ele adote postura de segurança para não nos fazer mal , ainda que de forma silenciosa e não intencional. Albergar em um apartamento, um cão , um gato, um pássaro e compartilhar com ele nossos utensílios de cozinha, a cama , sala de estar , permutar afagos etc é se colocar como presa fácil de contrair as mais bizarras e insolentes doenças, sobretudo aquelas que sub-repticiamente devastam e minam nosso sistema imunitário.
João Dhoria Vijlle - biólogo/imunologista


A relação do homem com os animais remonta à própria história e existência da humanidade. Através da domesticação e adestramento o ser humano sempre buscou ter nos animais aliados para o trabalho, para a caça, o transporte, o esporte e mais corriqueiramente como guarda domiciliar ou uma companhia doméstica no papel denominado animal de estimação, caso dos cães, gatos e aves em geral.
Hoje ,disseminou-se e popularizou tanto a posse do chamado "animal de estimação" que é raro encontrar uma família sem pelo menos uma espécie de algum animal em casa que pelo confinamento passa a ser tratado e tido como um membro da família.
Todavia, esta proximidade, este convívio continuo de contato físico mais íntimo com os animais não estão isentos de riscos para as pessoas. É interessante frisar que os riscos para a saúde humana existem mesmo que todos os cuidados de higiene e de saúde(vacinação por exemplo) sejam adotados com o animal.
O alerta que fazemos aqui vai muito além dos riscos para as chamadas doenças benignas, curáveis ou não, caso das alergias, das ectoparasitoses ou helmintíases como sarna e bicho-geográfico(larva migrans, causada por nematelminto das fezes e urina dos cães ) etc. De gravidade intermediária pode-se destacar a hidatidose(acometimento hepático), doença parasitária contraída acidentalmente do cão ; a triquinelose também contraída de cães, que acomete principalmente os músculos . De alta gravidade cita-se a tão temida e amplamente conhecida toxoplasmose, transmitida pelo convívio com cães e gatos. A toxoplasmose representa doença de elevada taxa de morbidade e letalidade quando contraída pelo feto através do contato da mãe com animais contaminados . Uma característica fundamental , mas desconhecida e negligenciada pelas pessoas, é que na toxoplasmose o animal ( cão ou gato) não apresenta sinais ou sintomas da doença. O animal representa apenas um vetor ou portador do agente infeccioso ( toxoplasma gondi). Ou seja: eu posso ter um animal aparentemente belo, saudável mas, completamente contaminado pelo agente causador de uma doença silenciosa mas altamente incapacitante e mortal para o nascituro ( feto em formação). As manifestações mais comuns da toxoplasmose são cegueira por retinopatia, doença cerebral causada por hidrocefalia e calcificações cerebrais, retardo mental grave e morte intra-útero.




Chama-se a atenção das pessoas neste caso ,é bom que se reprise , onde a origem primária desta tão devastadora doença é um “animal de estimação” com o qual se estabelece uma relação humanizada de amizade no contato, mas ao mesmo tempo muito promíscua e insalubre para os membros humanos da família, sobretudo para crianças de baixa idade.
Os agentes biológicos permutados entre pessoa/animal podem ser parasitas diversos, protozoários, bactérias ou vírus. À luz dos conhecimentos atuais, notadamente da engenharia genética e imunologia se sabe que os vírus continuam representando um grande desafio para a Medicina. São agentes capazes de mutações devastadores no sistema imunológico do ser humano. Um exemplo bem atual é o vírus influenza da gripe suína (gripe tipo A H1N1)) disseminado entre aves silvestres, porcos e pessoas com alto potencial patogênico no homem e nenhuma manifestação clinica nos mencionados animais-vetores(aves e porcos).
Já é bem conhecida a relação entre a ação viral e muitas formas de câncer(câncer de colo uterino causado pelo HPV, por exemplo) além de outras doenças degenerativas incapacitantes graves e incuráveis como as polineuropatias , leucemias etc.
É oportuno relembrar que as estruturas imunológicas e genossômicas( mapa genético) do ser humano e cão ou gato são completamente distintas. Um vírus banal como o da gripe ou resfriado que transmito para um animal de estimação certamente não lhe causará a mesma doença, uma vez que seu organismo é menos complexo e tolerante ao vírus. Entretanto, este vírus encontrará um meio próprio (no organismo do animal)para adquirir marcantes mutações, tornando-se mais virulento e patogênico ao ser humano. Reinoculado no organismo da pessoa através do convívio e contato com o animal de estimação , este vírus agora totalmente degenerado e mutante poderá ocasionar graves danos ao DNA e células de defesa da pessoa com efeitos severos, doenças incuráveis e morte.
Mas, sejamos racionais , prudentes e profiláticos . Com todas as assertivas aqui reproduzidas amplamente conhecidas e emanadas de pesquisas consistentes e sérias , não se quer com isto afirmar que devamos não adotar ou descartar nossos animais de estimação. O que se recomenda é que na aquisição e convívio com qualquer animal, seja de estimação ou não , haja um expediente seguro e higiênico no seu manuseio; que o contato se dê com limites de segurança. Ter em mente que o habitat do animal deve ser dele . Já o lar , a casa onde alimentamos e dormimos é o nosso habitat humano. Para tanto basta lembrar que os excrementos( fezes, urina), pelos ou lanugem ,saliva, microlesões, ainda que não vistas a olho nu , ou seja mesmo em microparticulas ou microgotículas representam os principais riscos na veiculação de graves doenças, algumas delas aqui enumeradas, e o melhor remédio para muitas dessas afecções incuráveis e traiçoeiras chama-se prevenção. Para tanto, basta adotar normas elementares de higiene pessoal e com o animal e limites no convívio e manuseio dos tão encantadores e estimados animais que passa a fazer parte dos membros da família.

João Joaquim de Oliveira- especialista Medicina Interna joao@medicina.ufg.br www.jjoaquim.blogspot.com

FUTILIDADES E VAGABUNDAGEM EM FAMILIA E NA SOCIEDADE

DESFILE DE FUTILIDADES E BAIXARIA

João Joaquim de Oliveira



A cada leitor deste meu artigo faço uma pergunta provocativa, mas não menos significativa. Quais são os bens ou atributos de maior valor em sua vida ? Em outros termos, que objetos, patrimônio ou realizações torna você, senhor, senhora ou jovem uma pessoa bem sucedida e feliz ?
Ao proferir estas insinuantes indagações expresso-as provocado que sou em meu dia-a-dia pelas coisas que ouço, que leio, que vejo e assisto por todos os meios de comunicação, sobretudo a televisão e internet.
A vida diária das pessoas , não todas, vem se revestindo de tanta banalidade, de tanta futilidade que é direito dos incomodados fazerem esta pergunta: mudaram-se os parâmetros de satisfação pessoal, o conceito de felicidade ?
Exemplos do cardápio de vulgaridades e inutilidades na vida das pessoas, começam na própria alimentação. Prova substancial de tanta besteira e futilidades que as pessoas engolem e bebem está na população de diabéticos, de obesos, de infartados e mortes por estas mesmas doenças.
Nada contra os fabricantes de coca-cola, fermentados, de enlatados e outros nutrotóxicos. Nos quesitos lazer e diversão o que exibem as rádios e televisão ?- Música com coreografia e insinuação de gozo sexual explícito a la Michel Teló, ou o próprio sexo explícito à la BBB.
O que a família brasileira tem a assistir nas horas vespertinas ou noturnas de descanso, cultura e lazer? - Pode se escolher entre as violências urbanas( Brasil urgente Band), desajustes e baixarias conjugais (SBT nas tardes/noites), as crises afetivas, adultérios e homossexualismo ( novelas 20hs ou 22hs, vários canais ), as vulgaridades e bisbilhotagem da vida alheia ou mesmo erotismo e sexismo dos reality shows( BBB e Amor e Sexo – Rede Globo) etc . Nada contra as TVs, Band, SBT, RECORD , TV GLOBO e outras.
Aliás, para as pessoas mais tímidas, adolescentes e jovens; aqueles que querem saber mais de sexo e sexismo de baixo calão , vejam a Rede Globo, 23 h “amor e sexo”. Erotismo e sexismo com linguajar e baixaria para todos os gostos, fantasias e fetiches!
E as relações afetivas, conjugais e esponsalícias desses tempos digitais? Como mudaram os significados e pesos desses laços pessoais. Hoje casa-se pela internet ou procuração, casa-se para ter uma nacionalidade em outro país, casa-se pelos dotes monetários ou midiáticos do cônjuge, casa-se e descasa-se como em qualquer contrato mercantil.
Na era pré-informática como era romântico e saudável comunicar-se com as pessoas por telegrama ou carta manuscrita. A cada mensagem lacrada e selada , vinda dos correios, parece que os afagos e cheiro da pessoa querida ou amada estavam guardados e grudados naquelas linhas tão cuidadosamente escritas.
Nossos jovens de hoje não sabem mais desse romantismo. Agora tem-se as redes sociais. Nestes recursos da internet pode-se constatar , assistir e praticar o que o ser humano tem de mais vil, ignominioso e sórdido dentro de si contra o outro. As pessoas chamam de amigos quem nunca se viu na vida. Que amizade é esta ? Amigos fantasmas ?
O que se presencia no MSN, Orkut , facebook e outras redes, constitui , às vezes, não a quintessência , mas a décima essência da putrescência a que chega uma pessoa de per si contra o semelhante. Nessas redes sociais, pela chance do anonimato, é que tomamos ciência a que baixeza e vilania das futilidades um individuo pode chegar; a ponto de pessoas não habituadas a essas torpezas perguntarem : seriam os praticantes destes atos seres humanos ? Seriam eles dignos de habitar este tão belo e generoso planeta ?
Hoje as relações ditas “afetivas” se vulgarizaram tanto que a semântica do romântico está no material, fama e poder.
Nos quesitos virtudes e qualidades pessoais ,sobretudo entre as mulheres, destacam-se a busca do corpo perfeito. Não basta extirpar esta e outra imperfeição, flacidez ou cicatriz. Os objetos e mudanças do consumo são bumbuns e mamas turbinadas por silicone, excesso de peso corrigidas por lipoaspiração ou redução gástrica. Tudo isto custe os olhos da cara, longas prestações em cartão de crédito ou financiamento de longo prazo. Aqui vale o ditado popular, em vaidade mais vale o luxo do que o bucho .
Numa projeção futurista, de tanta futilidade reinante é possível as pessoas pensarem em mudar não apenas a cor de sua pele, mas se possível, até a própria personalidade, alguém duvida? Anotem e esperem!

EXAME DE ORDEM PARA MÉDICOS....

É NECESSPARIO PÓS-GRADUAÇÃO E EXAME DE ORDEM PARA MÉDICOS
João Joaquim de Oliveira


http://www.opopular.com.br/cmlink/o-popular/editorias/opiniao/exame-de-ordem-para-m%C3%A9dicos-1.53350




O mundo digital e informatizado como o que temos hoje exige cada vez mais capacitação e qualificação em qualquer setor profissional. O público consumidor se torna cada vez mais cobrador e não dá chance para o profissional amador, inexperiente ou negligente em seu ofício. Esta exigência vai desde um agente de portaria, jardineiro ou até profissões mais elitizadas com médico, arquiteto ou engenheiro.

Esta aferição da competência profissional se tornou fácil pelos próprios meios de comunicação como a internet, ou mesmo nas entidades classistas, sindicatos ou conselhos da categoria profissional. Mas, a melhor fonte de informação de cada profissional são os próprios clientes, a informação que corre de boca em boca .

Uma realidade com a qual nos deparamos no Brasil se refere à baixa qualidade (despreparo) da formação profissional. Esta má qualificação surge como conseqüência do baixo nível educacional e técnico das escolas e faculdades em geral. Trata-se de uma constatação que nasce lá no ensino fundamental e de roldão passa por todas as escolas de nível médio ou técnico e reflete nas universidades. Um fenômeno que tem entre as causas o sucateamento das escolas públicas, a baixa remuneração e formação de professores, e por que não o descaso do governo e sociedade com a cultura e educação?

Todos os índices e métodos de avaliação de desempenho escolar colocam o Brasil entre os piores países da América Latina. Que sétima economia é esta que tem os estudantes entre os medíocres do mundo? Paralelo ao nível de nossa educação, há uma tese de que o brasileiro tem uma personalidade indolente, preguiçosa e desleixada quando a questão é estudo, qualificação profissional e ascensão social( que o diga o herói sem caráter - Macunaíma, Mário de Andrade)

Todos sabemos o quanto é difícil quando temos que contratar um pedreiro, um pintor, um marceneiro etc, quanta negligência e ineficiência existem nos serviços desses profissionais. Haja paciência em lidar com esta classe!
Mas, se existe algum consolo para estes profissionais de nível escolar fundamental ou médio é o fato de que a má prática profissional não é exclusiva deles. Esta constatação está presente também nas profissões de nível superior como odontologia, advogados e médicos.
Na área de saúde, onde eu milito, posso falar de carteirinha. O que há de médicos ruins por formação e falta de vocação no mercado, a sociedade não faz idéia. Aqui pesam dois fatores: o fator faculdade e o fator aluno. Muitas faculdades pela falta de estrutura técnica e corpo docente qualificado em oferecer uma boa formação. Muitos formandos fazem o curso sem o perfil pessoal que recomenda a profissão . Os alunos que buscam estas escolas sem muita credibilidade técnica trazem em mente a profissão que ainda tem um certo glamour e fazem da medicina uma oficio para status social e ganhar dinheiro.
Existem muitas faculdades no Brasil, que precisariam ser proibidas de funcionar pelo Governo. E não é só na área médica. Elas não oferecem os requisitos básicos para uma boa formação acadêmica. Então não poderiam existir fatores piores para maus advogados, maus dentistas e médicos ruins: escolas e faculdades sem estrutura para uma boa formação técnica-científica e estudantes muito mais preocupados com o título de doutor que de fato vocação para o curso em que formam .
Trata-se de um cenário cuja tendência é piorar. São questões que envolvem mudanças na política educacional em todos os níveis, critérios mais rígidos do MEC na abertura de novas faculdades, interdição de muitas já existentes e mais rigor e fiscalização do exercício profissional de todas as classes.

Um bom modelo já temos com o exame da OAB para os advogados. Que tal se criar por exemplo o exame de ordem pré-exercício profissional para médicos, dentistas, engenheiros, e assim por diante . Este exame de admissão no mercado de trabalho deveria ser exigido pelos conselhos de cada profissão , com revalidação(novo exame de capacitação profissional ) a cada 5 anos.
Seria um bom expediente para reduzir muitos erros em todas estas categorias profissionais, e dar mais segurança à sociedade que buscam os serviços desses doutores. .

João Joaquim de Oliveira médico – joaomedicina.ufg@gmail.com

OS ERROS MÉDICOS.. M .JACKSON,, BRASIL

A MORTE DE MICHAEL JACKSON E OS ERROS DE TODOS OS MÉDICOS
João Joaquim de Oliveira
Todas as profissões estão sujeitas a graves falhas, erros ou desvio de conduta de seus profissionais. Entre estas profissões o Direito, a Medicina e a própria Justiça nas pessoas de seus juízes, em primeira ou última instância. Os chamados erros médicos e de justiça são os mais rumorosos e impactantes! Afinal está se lidando com saúde, vida, dignidade e direitos do ser humano.
Nos EUA um caso que vem despertando o foco da mídia e interesse da sociedade é a culpa do médico Conrad Murray pela morte do popstar Michael Jackson ( assim entendeu a Justiça americana). Pelo que se sabe da imprensa, o cantor era dependente dentre outras substâncias químicas do potente anestésico propofol. Trata-se de uma droga de uso exclusivo em anestesia geral, por anestesistas, em ambiente hospitalar. Para pessoas não médicas entenderem, este medicamento ao ser injetado no sistema circulatório, ele produz um estado de coma. Com esta indução ao estado de inconsciência todos os nossos reflexos são abolidos, inclusive a respiração. A dose capaz de provocar apenas um sono profundo ou coma é variável de individuo para individuo. Daí o risco de uso do medicamento sem um respirador artificial ao lado. Aliás é uma exigência formal para o emprego de qualquer anestésico geral, seja uso venoso ou por inalação .
Os erros médicos de negligência, imperícia e imprudência no caso Michael Jackson foram flagrantes e bisonhos. É básico e elementar:- todo médico deve saber dos benefícios e riscos de uma droga prescrita. Mais importante que as indicações ,os danos e efeitos colaterais de cada substância devem ser sabidos e colocados em jogo na hora de cada prescrição. Os crassos erros do dr Conrad Murray deveriam servir de um alerta para a classe médica do Brasil, país onde a aquisição e acesso a medicamentos é muito fácil. Trata-se de uma questão onde além de legislação permissiva, a maioria dos médicos têm culpa.
A julgar por tantos psicotrópicos que as pessoas usam, pode-se considerar a sociedade como depressiva, neurastênica e muito doente. Tem sido exceção encontrar um paciente de consultório que não saia com receita de um sedativo, sonífero ou antidepressivo. O médico tem participação ? Claro que tem e muita! Qualquer Rivotril, Diazepan, Lexotan ou o Propofol do Michael Jackson só se compra com prescrição médica. São medicamentos de tarja preta ou vermelha, sinalizando os graves riscos de dependência ou efeitos tóxicos. A presença da tarja preta indica que se trata de remédios que oferecem alto risco para o paciente, pois ativam o sistema nervoso central (SNC) ou provocam ação sedativa e, por este motivo, podem causar dependência física ou psíquica
É de importância capital lembrar que as diferenças entre veneno e remédio estão na dose, no organismo do hospedeiro e no tempo de uso da substância. Vivemos em uma era de muitas neuroses. Para aliviar tantos males, crises existenciais e angústias as pessoas buscam alívio em todos os tipos de drogas. Entre estas drogas estão as lícitas compradas com receitas médicas em farmácia de cada esquina .
Como médicos e promotores da saúde e da vida, não podemos ser meros prescritores ou trocadores de receitas de tranqüilizantes. Do contrário estaremos incursos nos mesmos erros do médico pessoal de Michael Jackson e em pequenas doses diárias praticando a complacência, a imprudência e a negligencia, o que significa tornar as pessoas adictas de psicotrópicos, intoxicar, envenenar e matá-las lentamente.
Por último não custa lembrar que um hábito perverso que têm os brasileiros chama-se automedicação. Psicotrópicos associados a qualquer outra substância, sobretudo o álcool, são capazes de causar graves efeitos colaterais, inclusive parada cardiorrespiratória e morte súbita. Médicos tem o seu papel, no uso abusivo de muitos remédios. Papel aqui em seus múltiplos sentidos.
João Joaquim de Oliveira médico – joaomedicina . ufg@gmail.com

CRISES ..FAMILIA .. SOCIEDADE

CRISES SOCIO-FAMILIAR E ECONÔMICA
João Joaquim de Oliveira
Ao assistirmos como um seriado a crise econômica que vive a Europa, sobretudo a Grécia, berço da filosofia e sabedoria ocidental , é natural indagar do porquê de tamanha atrapalhada e confusão financeira a que chegamos em plena era iluminista da comunicação e da informação!
E vejam que trata-se de um fato que iniciou em 2008 nos EUA, teve lampejos de solução em 2009 e 2010, se fez como rastilho de pólvora atingindo outros países, passou por períodos de calmaria e agora coloca a Grécia novamente no turbilhão da crise . E de roldão ameaça enredar outras nações da Europa.
Não sou economista. Mas, será que equilibrar receitas e despesas , déficits e superávits, produção e consumo é tão difícil assim para os sábios economistas e tecnocratas de cada Estado? Meu Deus! aonde esse mundo pode chegar?
Na obscuridade de tão grande turbulência das finanças global , evoco aqui outras crises que queiramos ou não guardam alguma relação com esse furação que teima envolver países de outros continentes, mesmo regiões não atreladas ao Euro.
Crise tem sido um termo na rotina da sociedade. Nesta rasa digressão gostaria de rememorar algumas delas. A crise da família parece representar hoje a célula-máter de muitas outras que o mundo enfrenta. Cada vez mais somos obrigados a conviver com padrões de comportamento e vínculos entre as pessoas que deixam em segundo plano o amor, o afeto e a generosidade mútua. A virtude, a moral e o respeito nas relações familiares e esponsalícias foram trocadas por prazer, culto ao materialismo e ao consumo. O lema é consumir, consumir e paga-se quando der . E a irresponsabilidade das uniões, Hoje casa-se até pela internet e procuração .
Crise de cidadania e educação. A omissão que o estado e a família têm com a educação dos filhos coloca nossa juventude em risco de perdição total. As manchetes dos jornais nos alertam para isto. As crises ou os excessos de liberdade e da tolerância fazem com que nossos adolescentes e jovens se descambem para o ambiente sem limites do sexo, das drogas, do uso indiscriminado de coisas supérfluas e perda total de reverência aos pais, a professores e a valores éticos e morais que devem permear e nortear as relações sociais em todos os níveis.
Na temática dos deveres e direitos, mesmo na esfera familiar, tem-se dado grande ênfase aos direitos de filhos e aos adolescentes. Tornou-se careta e proibido corrigir filhos e alunos nas escolas. Professores que corrigem com mais rigor um aluno correm o risco de ser processados pelos pais. Um absurdo!
Parece que aos poucos pais, escolas e a própria psicologia moderna vêm percebendo que o ensino e a pedagogia dos limites e deveres devem vir antes da concessão dos direitos e liberdade. É muito racional que o gozo destes decorram do correto exercício de limites e obrigações nas relações interpessoais. Essa inversão de ensinamento é um equivoco e perigosa na educação dos filhos .
O mundo atual tem um campo minado que vem esgarçando os atributos de humanidade e de moralidade das pessoas. Trata-se do mundo virtual e sem lei da internet. Pais e educadores precisam acordar para esse monstro que vem aterrorizando e pervertendo as famílias. Sites da internet têm sido um cenário para práticas anônimas e sem punição de tráfico de drogas, racismo e pedofilia e outros crimes contra a honra e a vida das pessoas.
São crises que parecem menores frente à desordem econômica de que falamos. Mas, somadas colocam-nos todos em risco. Ou a sociedade acorda para estas ameaças que vêm solapando as famílias e a sociedade ou estaremos todos perdidos.

João Joaquim de Oliveira Médico - joaomedicina.ufg@gmail.com

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...