sábado, 8 de setembro de 2012

CRIANÇA TEM HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em cerca de 80% das pessoas com hipertensão arterial(HA) não se sabe a causa da doença . A teoria de um fator genético é amplamente aceita. A maioria das pessoas com HA tem o início da doença na infância, daí a importância de se aferir a pressão das crianças em consultas médicas. Atenção médicos pediatras! Existe interação do fator genético e história familiar com outras condições como obesidade, alimentação hipercalórica rica em sódio, carboidratos e gorduras, sedentarismo , stress , etc. A presença destes fatores de risco e outras condições mórbidas em qualquer idade é mais impositiva para mensuração cuidadosa e seriada da pressão em crianças de qualquer idade. Sabe-se que quanto mais precoce o diagnóstico, mais chance de prevenção, tratamento mais eficaz e menos lesões nos órgãos vitais como coração, rins e retina. Vale registrar que a medida da pressão da criança exige aparelho próprio para a idade. Os aparelhos mais confiáveis sãos os de coluna de mercúrio . Os mais usados e também muito precisos são os do tipo aneróide. Os equipamentos portáteis e automáticos , são muito falhos e passiveis de falsas medidas, em geral com medidas acima da pressão real do individuo, seja para adulto ou criança. O ideal é que esta aferição seja feita por médico(a) ou enfermeira(o). Existe tabela de normalidade( tabulada em percentis) conforme a idade da criança e do adolescente. Atualmente os profissionais médicos estão mais conscientes e zelosos quando em consultas rotineiras de crianças e adolescentes. Tal prática deve ser observada sobretudo por pediatras em fazer a medida da pressão arterial( PA) de seus pequenos pacientes , onde a relação médico/paciente é sempre mais próxima e de mais confiança. O rigor na aferição destas medidas deve ser dar sobretudo quando a criança além de fatores de risco já mencionados, tiver parentes hipertensos ou condições mórbidas para doenças cardiovasculares em geral. Vale reiterar que em 80% dos hipertensos não se consegue chegar a uma causa orgânica para a doença. Todavia, em crianças, o diagnóstico de HA deve induzir o médico a buscar uma causa secundária. Como exemplos de doenças que podem cursar com PA elevada temos tumores renal , cerebral e de supra-renal, nefropatias, baixo crescimento ou nanismo ( tumor de hipófise), insuficiência cardíaca inexplicada, convulsões, uso de drogas hipertensoras (antinflamatórios, corticóides, antiasmáticos ), drogas ilícitas, etc. Na avaliação de uma criança com HA deve-se incluir necessariamente o perfil lipídio sanguíneo, exames de urina, de função renal e tireoidianos, glicemia de jejum e ultrassom renal. As principais causas orgânicas de HA no adulto e crianças são doenças renovasculares ( mal formação de vasos renais venosos ou arteriais). O tratamento da HA na infância deve iniciar com as chamadas medidas higienodietéticas, onde se destaca o combate a todos os chamados fatores de risco como sedentarismo, obesidade, dieta hipercalórica etc. Deve-se realçar que tais medidas, às vezes, são necessárias também para os pais e cuidadores da criança. Como se pode prescrever uma dieta saudável para o filho, se os pais não adotam este cardápio alimentar? É quase impossível a adesão da criança a esta prescrição, se a família não tem a mesma atitude. Ou seja aqui vale o velho jargão de que para o filho vale o exemplo. Os filhos são os grandes imitadores e seguidores dos pais, babás e tutores. Quando necessário o uso de medicamentos, salvo um e outro caso de contra-indicação, todos os anti-hipertensivos de última geração podem ser administrados na infância com segurança. Qualquer que seja a natureza da HA deixamos como recomendação que é fundamental promover a educação da criança no sentido de ter uma dieta equilibrada e saudável e praticar alguma atividade conforme a aptidão , vocação e limites da idade. O chamado estilo de vida saudável tornar-se-á um hábito na vida adulta se ele é incorporado desde os primeiros anos de vida. A glutonaria, as orgias alimentares, a ingestão de alimentos como forma de prazer pode se tornar um vício como o de qualquer outra droga ou álcool. Na verdade segundo o dito popular devemos comer para viver e não viver para comer. Isto pode começar bem e melhor quando ensinamos corretamente os nossos filhos desde pequenos. J o ã o J o a q u i m de Oliveira – médico – joaomedicina.ufg@gmail.com

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