segunda-feira, 3 de junho de 2013

CACHORRADA, ÁI É MUITA..



AÍ É MUITA CACHORRADA 

                                                                                
A OMS, órgão da ONU destinada à saúde, calcula que para cada terráqueo humano existe um cachorro. Eu acho subestimado este número. Mas, sendo esta a estatística, já é um impacto de arrepiar. Imagina 7 bilhões de animais domésticos e urbanos dividindo espaço com as pessoas. E não  se trata apenas de dividir espaço, mas a sujeira e reflexos na saúde ambiental, de seus donos; e o que é sofrível e lamentável, na saúde de quem não são os donos dos bichos.
 Isto tem que ser expresso desta forma porque o direito que assiste os cinófilos   de ter quantos cães lhes aprouver, tem também os cinófobos de não conviver com seus excrementos e outras ameaças. Todos temos direitos de ruas limpas, praças e pistas de caminhadas sem os dejetos deixados pelos bichos, que os donos devem achar prático, afinal está na rua, no espaço público, que são de todos , então  para que preocupar.
 Cães são propensos a muitas “ cachorradas” porque não pensam, mas os donos e donas são gente e racionais , responsáveis pela higiene desses animais. Quem aqui escreve e fala nesse tom pode até parecer um cinocida ( exterminador de cães). Longe disto. Sou incapaz de matar uma lagarta-come-folhas. Estou mais para São Francisco de Assis do que para o rei dos hunos (Átila).
A questão da superpopulação de canídeos no mundo é muito mais complexa do que concebe a maioria dos aficionados às companhias dessas amigáveis criaturas. Há um impacto na saúde da natureza e humana e o ônus no correto manuseio e criação da bicharada. Ao levar um cão para o convívio doméstico as pessoas deveriam pensar no binômio risco/benefício. Imagina um cão no convívio de uma família que mora em apartamento. Além dos riscos à saúde de adultos e crianças, existem os danos gerados de seus pelos e excrementos, a dificuldade na higienização; além do desconforto que podem advir para visitas e vizinhos do prédio. Situação diversa se os donos moram em uma casa. Aqui há espaço mais adequado e amplo, e o animal tem até função utilitária na guarda e sinalizador da residência. Neste contexto, a posse de um cão traz mais benefícios do que risco. Simples, não?
Nos contatos e passeios que fazemos podemos constatar o quão zelosas são muitas pessoas na posse  e trato com seus “pets”. Donos e donas há que,  mesmo num apartamento, têm um espaço próprio para o animal. Nos passeios por ruas e praças muitos recolhem os “torpedos” dos bichos. Há aqueles mais exigentes na higienização que vestem até fraldas nos bichinhos. Isto revela respeito aos outros e ao meio ambiente. No outro extremo há aquelas donas e donos que parecem sair com seus cães, no sentido apenas de vê-los emporcalharem os cantos das ruas, gramas e plantas das praças públicas.
 Na verdade, as pessoas no trato pessoal e doméstico, se revelam higiênicas ou porcalhonas , até mesmo na educação que dispensam aos seus animais de “estimação”. Aliás, nós nos revelamos quem somos até mesmo no destino do lixo que produzimos. Nós nos expressamos em tudo que produzimos, inclusive como eu acondiciono meu lixo pessoal e doméstico.
 O curioso e excêntrico é que há pessoas, e não são poucas, que são capazes de criar 3 ou mais animais de estimação  em casa ou apartamento e não cuidam adequadamente de um parente carente, de um doente , de um filho ou pai idoso. Aí sem trocadilho, acho que é muita cachorrada, alguém trocar cuidados a quem carece por um ou mais cachorros. Portanto tem razão a OMS na preocupação com a superpopulação de cães no Brasil e no mundo.
Digno de lembrança é que até mesmo o nosso IBGE, incluirá no próximo censo o contagem dos animais domésticos. Existe um segmento muito interessado neste censo animal que é a  Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Muito do que esta indústria divulga é obviamente muito tendencioso no sentido de mais e mais lucro. O lobby é tanto que chegou até à ONU, que então vem se mostrando interessada em atender aos apelos de marketing deste setor explorador , um  grande negócio envolvendo o mundo animal.




João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com

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