segunda-feira, 9 de setembro de 2013

PAR(PRA)-LAMENTO DA NAÇÃO



Pra( ou par)  Lamento da Nação

                                                                                  João Joaquim de Oliveira 



Cada país tem uma composição política própria. Tudo vai depender do regime político, da forma de governo, tamanho da nação etc. Alguns são por exemplo unicamerais. O Brasil  é bicameral;  Senado e câmara dos deputados. O que soa exótico é o número de parlamentares. São 513 deputados e 81 senadores ( 3 por Estado+ o distrito federal).
A função dessa  pletora de representantes, basta lembrar,  câmara de deputados: representar o interesse do povo, elaborar projetos de lei e aprovar estas leis, endossar projetos administrativos do presidente, fiscalizar os atos do governo etc.
OS Senadores são escolhidos pelos eleitores dos Estados. Função: fiscalizar atos do presidente, defender os interesses dos estados de origem perante o executivo( governo federal), sabatinar e aprovar ministros de órgãos da união como STF, TCU, STJ, presidente do banco central, entre outras funções.
A câmara ou   assembleia legislativa, o nome já o designa( legislar), tem ( ou deveria ter) um papel capital, de proeminência. Seu foco máximo, legislativo, significa o quê? Elaboração e aprovação de leis. Nossa constituição por exemplo (de 1988),  foi redigida pela assembleia constituinte, criada especificamente para este fim e sob a presidência e tirocínio de um ícone de ética e probidade política, o falecido e saudoso Ulisses Guimarães. Falando de ética em uma entrevista naqueles idos de 1988, disse ele: um político 99% honesto é 100% desonesto.  Como na vida em geral  ou se é todo honesto ou não.
Não existe ética fracionada  . Embora me considero político (animal político, todos somos na concepção de Aristóteles), não sou engajado, nem tenho preferência por nenhum partido. Há muito penso que não deveria haver partido político. Aliás,  a palavra partido , particípio  de partir,  já sugere algo escuso em política: fragmentado, quebrado, facção, dividido entre partes e assim por diante.
No Brasil, como alhures, mas, muito mais em nossa pindorama, partido político me lembra quadrilha ou facção. É como se chama um grupo de pessoas, com atividades ilícitas ou ilegais de forma permanente. Assim e por esta forma de associação foram condenados os membros do mensalão na ação penal 470 (AP 470) pelo nosso colendo STF. Formação de quadrilha  foi um dos crimes do grupo. Eles formaram um como que partido do mensalão ,  um conluio a fim de  perpetrar vários feitos ilegais como lavagem de dinheiro, improbidade administrativa, peculato e outros pecados cabeludos contra a administração pública.

 Partidos políticos deveriam ser extintos. Seria muito mais democrático e sem formação desses grupelhos ou facções para brigarem  entre si. É o que vemos no congresso. Divisão e brigas internas. Daí as facções, partido do presidente, partidos da oposição e base aliada, direita, e esquerda etc. É muito dissenso e confusão com poucos resultados positivos para a nação , para o povo.
Na verdade os partidos de hoje se tornaram um compadrio, representantes do interesse de grupos. Dos latifundiários, dos empresários, dos ruralistas e por aí vai. Nessas bancadas ou grupos de parlamentares que representam, interesses de grupos é que podemos ver como é o código de postura dos eleitos pelo povo. A “boa ética”, permita-me assim chamá-la , esta tem sido ferida de morte. Foi com o que a nação ficou pasma, estupefata e aturdida numa manhã de 29 de  julho/2013. O placar:  233 deputados se manifestaram a favor da cassação, mas para isso eram necessários pelo menos 257 votos. Outros 131 deputados votaram pela manutenção do mandato de Donadon e 41 se abstiveram  O deputado-presidiário, Natan Donadon( sem partido RO), condenado a 13 anos em regime fechado pelo STF, foi absolvido pelos seus pares no escuro a calada da noite na assembleia” legislativa”.
Resumo desta ópera:  Para mim todos os 131 deputados que votaram pró-Donadon e os que abstiveram de votar são exatamente iguais a ele.  Os eleitores que elegem estes larápios do dinheiro público idem. São eleitores que se pudessem estariam no lugar deles, roubando tudo que pode, inclusive dinhero público.
Felizmente e a tempo: o STF ,via liminar ,suspendeu a sessão que mantinha o mandato do parlamentar-preso .O mérito da liminar ainda será julgado pelo pleno do STF.
Foi sem dúvida o sepultamento do decoro e da ética na política brasileira. Entoemos as exéquias nos funerais da ética na assembleia legislativa. “Podemos servos, debaixo da morte/nênias tristes da pátria entoar” -  Gonçalves dias.             



João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com

 

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