domingo, 22 de setembro de 2013

SALVE-SE PELA BOCA


     O HOMEM SALVA-SE PELA BOCA 


                                                                                        João Joaquim de Oliveira  



Atualmente com o crescimento das doenças relacionadas ao chamado estilo de vida, tem crescido também não só o arsenal de medicamentos convencionais, como também a chamada medicina alternativa. Entenda-se aqui aquelas práticas terapêuticas não alopáticas. São medicamentos fitoterápicos (plantas) e outras modalidades não tradicionais os meios terapêuticos empregados nessa chamada medicina alternativa. Outros recursos adjuvantes na prevenção e combate a muitas doenças cardiovasculares e endócrino-metabólicas tem sido a prescrição, ou contra indicação de diversos alimentos.
Conceituamos estilo de vida em medicina como a maneira de se viver, os hábitos de se alimentar, de libações alcoólicas ou não, o vício do tabagismo e outras drogas, e a prática ou não de alguma atividade física. O estilo de vida será determinante na qualidade e quantidade de vida do indivíduo. Ou seja, é desse modo de se viver que surgirão os temíveis fatores de risco (FR) para diversas doenças  gerais ou cardiovasculares de elevada morbidade, seqüelas físicas e maior  mortalidade.
Para ilustrar melhor vamos imaginar uma pessoa de 40 anos, sedentária, com sobrepeso de 20 kg,  com hipertensão  arterial leve (15/10), tabagista e colesterol de 250 mg/dL. Trata-se neste exemplo de uma pessoa de estilo de vida insalubre com 5 FR. A não correção desse estilo de vida trará a essa pessoa riscos significativamente aumentados de doenças renal crônica, diabetes tipo II, doença cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Atentem bem que são condições mórbidas de elevado risco, estritamente relacionadas aos hábitos e comportamento ( estilo de vida). A correção ou anulação desses fatores se faz como? Com mudança de atitudes e hábito alimentar saudável, abstenção do vício do álcool e cigarro e atividade física regular. Sem o uso de nenhum medicamento, a custo zero.
 Tem sido muito difundo e até moda o emprego de muitos alimentos com a crença ou informação dos efeitos terapêuticos desses alimentos, frutas e vegetais. Para o bem-estar e felicidade de todos vamos ao que se tem de mito e verdade ao que se divulga por aí.
 A maioria dos alimentos mais populares tipo alho, cebola, none, berinjela, limão  não têm efeito de baixar colesterol ou pressão alta ou açúcar (glicose) no sangue. Trata-se apenas de alimentos saudáveis como nutrientes e fontes de vitaminas e minerais. A grande maioria dos alimentos, frutas, ervas e muitos vegetais da medicina popular, não tem nenhum poder terapêutico como acreditam as pessoas, e propagam os seus mercadores. A comprovação do efeito terapêutico das substâncias presentes em  alimentos e plantas se dá mediante ensaios clínicos bem conduzidos, dentro de critérios científicos e normas éticas bem estabelecidas. Entre estes exige-se número significativo de participantes (pacientes) e tempo longo de observação e controle. Isto nem sempre se dá com alguns estudos de muitos desses vegetais e fitoterápicos.

Para concluir eu ressalto que o conjunto de atitudes saudáveis (estilo de vida) é que fará a diferença em ter melhor qualidade de vida e longevidade com saúde. E mais, desde que isto seja feito a vida toda e não depois que surgiram os chamados fatores de risco e suas complicações. Após um infarto do miocárdio, AVC ou doença renal crônica, o que se pode fazer é minimizar as suas seqüelas.
Finalizo com três exemplos de hábitos para a saúde. O vinho faz bem ao coração? Sim. Desde que ingerido em doses leves de forma continuada como é cultural em algumas regiões da Itália e frança. Os óleos de peixe ômega 3 e 6 têm efeitos terapêuticos? Sim! Desde que ingeridos a vida toda como fazem os esquimós do Alaska. Por que as pessoas caucasianas (Rússia) vivem saudáveis por mais de 100 anos? Porque elas têm a cultura de um estilo de vida saudável continuado , vivem em harmonia com a natureza, se alimentam sem agrotóxicos, se movimentam a vida inteira , são felizes com o pouco que têm, e não sofrem com o estresse massacrante das tecnologias eletro-eletrônicas e digitais.
Quer viver mais e melhor ? Dê mais ouvidos à natureza; alimente-se o suficiente para ter boa saúde; faça exercícios físicos sempre; seja menos ambicioso e mais feliz com o que conquistou  até aqui; ame mais as pessoas e as coisas belas à sua volta; assim terá vida de qualidade, longa e morrerá feliz.     




    João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


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