quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

ANFITEATRO MACABRO DE GANGUES DO FUTEBOL



João Joaquim 


 Eu tenho para mim que o futebol é um esporte o mais popular do mundo, mas também um cenário onde serve de observação, estudo e experimentação  das muitas faces da índole e do comportamento humano. Assim pode servir de experimento de criminologia, de psicanálise, de psicologia, de ética, de honestidade; enfim de muitos enfoques das  ciências humanas.
Dentre estes interesses quero aqui comentar alguns que me soam como obviedades, mas assim o façam por justamente não ser especialista nem autoridade em questões tão flagrantes. No tocante à identificação e empatia do torcedor com a marca de um time de futebol. A mim causa muita perplexidade o vigor e exaltação desse vínculo das pessoas com um clube esportivo. A paixão do indivíduo chega a extremos de sugerir-nos que envolve um mecanismo psicopatológico. Algo similar aquela personalidade passional que mata a outra pessoa por uma crise de ciúme. É o repetido  lugar-comum “matei por amor”. No futebol tem se tornado rebarbativo este extremo de violência e intolerância à opção de torcida do outro( torcedor rival).
Vamos pegar dois exemplos que nos sugerem um desvio de normalidade. Primeiro exemplo: um time X sai do Brasil e vai ao outro lado do planeta para disputar com um time y uma partida de futebol. Torcedores desse time X são capazes de abandonar emprego, família e se endividar para viajar  e torcer pela sua equipe. Bastaria este fanático torcedor fazer uma reflexão e  lembrar que em todo jogo tem três chances de resultado: ganhar, empatar ou perder. Se for um jogo final duas possibilidades ganhar ou perder. Então diante de tanto sacrifício e despesas em corro o risco de uma baita frustração, ver o meu time perder .
No segundo exemplo de psicoanomalia temos os casos de briga de torcidas “organizadas” ( melhor seria torcidas  amotinadas). Ou seja, aqui é o supra-sumo, o cúmulo da intolerância ao gosto, à escolha, ao direito do outro de torcer para quem ele bem quiser e escolher. É o máximo da discriminação e do desrespeito ao diferente. Cada pessoa tem direitos a escolhas. Partido político, cor da roupa, sexo etc. Time de futebol também é uma escolha.
No campo honestidade, moral e ética, os anais de nosso futebol estão cheios de casos fartamente documentados  de toda sorte de crimes. Neste bojo temos os homicídios e autênticos massacres das gangues das torcidas organizadas. Crimes estes que, dada sua torpeza e crueza, poucos são punidos no rigor e severidade de sua gravidade. As leis têm sido muita brandas e lenientes com esses bárbaros dos estádios.
Um outro comportamento indecoroso, imoral e demasiadamente feio e antiético envolve jogadores e dirigentes de equipes que se dispõem a perder um jogo para favorecer esta ou aquela outra equipe. Nessa trama nada honesta entram muitas vezes a recompensa pecuniária (“mala preta”) ou mesmo um objetivo de vingança contra um tradicional rival. Trata-se de fatos muito feios e repulsivos de nosso futebol.
Outra prática vexatória, abominável e de grosso calibre que se vê com os operadores de nosso  “glorioso” esporte são os crimes de suborno, corrupção e lavagem de dinheiro. Os agentes  desses sórdidos delitos não poderiam ser outros agentes, senão os cartolas, empresários da bola, dirigentes de clubes e da CBF. Os representantes-mores dessa tribo são Sr. Ricardo Teixeira (ex-CBF), João Havelange (ex FIFA). E o mais lamentável, todos impunes. Eles vivem livres, leves e ricos. Às vezes são tratados como excelências e estadistas. Só mesmo no Brasil!

             João Joaquim médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com

Um comentário:

Cardiologista disse...

Bem importante esse assunto! O Cardiologista é de muita importância até para que tem uma vida saudável e pratique exercícios frequentemente.

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...