quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

PREVENIR INFARTO



                                  

           INFARTO:  PREVENIR É MELHOR DO QUE REMEDIAR




A doença arterial coronária constitui uma causa significativa de morbidade e mortalidade no homem e na mulher. É muito importante que todo médico em sua prática diária implemente métodos de prevenção de doença aterosclerótica(prevenção primária) reduzindo as taxas de eventos cardiovasculares. Numerosos estudos epidemiológicos têm identificado fatores que aumentam os riscos para o desenvolvimento de doença arterial coronária como colesterol alto , hipertensão arterial, tabagismo e diabetes .Todos estes fatores influenciam poderosamente sobre a doença arterial coronária e são comuns em nossa população. Todavia, o que é encorajador é que estes fatores de risco são passíveis de  prevenção  na grande maioria dos casos.
A maioria das industrias farmacêuticas investem milhões de dólares em pesquisa de medicamentos ou insumos eminentemente curativos  ou meramente paliativos, como é a maioria das drogas para tratamento dos distúrbios lipídicos ou doença arterial causada por placas de gordura .
Precisamos de desvincular da ideologia curativa imposta pelos fabricantes de equipamentos médicos protéticos, das indústrias da reabilitação, das multinacionais de medicamentos que com propagandas persuasivas e aliciadoras tentam convencer médicos e pacientes das qualidades e milagres de seus produtos como poderosos redutores de colesterol e mesmo da aterosclerose. Não somos contras os anti-hipertensivos e remédios para reduzir colesterol  de última geração, nem questionamos a eficácia das caras e potentes drogas trombolíticas no tratamento do infarto agudo do miocárdio. Ficamos frustrados sim é de constatarmos, a cada dia, a inacessibilidade da grande parcela dos hipertensos e infartados a esses produtos pelo custo exorbitante e não disponíveis nos serviços de saúde pública. Nossos governantes deveriam sair da tribuna com discursos brilhantes e conhecerem melhor a situação de miséria das classes menos favorecidas . Existe pouco investimento em atenção  primária.  Não podemos esquecer nunca que baixa condição sócio-econômica, pobreza, desnutrição, desemprego e consequentemente, depressão e tristeza constituem também em fatores de risco não só para doença arterial coronária, mas também para  indignidade  e  morte prematura.
            Todo médico no exercício de sua profissão deve ser um missionário da saúde, exercendo o seu múnus profissional  com primazia e sob a égide da Ética , do humanismo a da medicina preventiva e higienista. Ser um promotor fervoroso da saúde, não cedendo nunca às propagandas enganosas e sem embasamento ético-científico.  Citaria por fim Geoffry Rose que disse:  “Nós temos uma responsabilidade profissional pela prevenção, tanto na pesquisa como na prática médica. Quando os médicos não aceitam essa responsabilidade, a prevenção é assaltada por propagandistas acríticos, por impostores e por interesses comerciais escusos”.



João Joaquim de Oliveira               médico           joaomedicina.ufg@gmail.com

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