sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TRANSFORMAÇAO SEXUAL



A TRANSFORMAÇAO BIOTÍPICO-SEXUAL


João Joaquim 

  O mundo evoluiu muito. Seja no campo do conhecimento, da tecnologia, de entretenimento; quantas mudanças e avanços nos últimos 50 anos. Já se tem uma estimativa de que o que conquistamos em meio século (após 1960) é superior ao que se conquistou pela humanidade, em toda a sua história. Agora, um campo que precisa ser repensado e merece uma reflexão mais zelosa da sociedade envolve a cultura e as relações humanas. A cultura após a descoberta da informática e internet ganhou em quantidade, mas perdeu em qualidade. Na seara das relações humanas nos tornamos muito maniqueístas e frios. Trata-se de um fenômeno da internet, da tecnologia digital e da virtualidade.
  Os recursos digitais e da internet tornaram as pessoas frias e empedernidas. Apesar de tanta evolução , teimamos em ser preconceituosos, intolerantes quanto aos direitos de escolhas do outro. Somos muito egoístas. Eu quero ir direto a um ponto que é o motivo maior deste artigo. Trata-se da opção sexual do indivíduo. Aliás, falar de forma sincera e sem rodeios sobre questões de  homoafetividade, de transformação sexual é como furar uma casa de marimbondos. O risco de ser picado e atacado é muito grande.
  Neste janeiro de 2014 foi muito noticiada no Brasil a mudança de identidade física e sexual de um ex-agente da polícia civil de Goiás. A agora delegada Laura de Castro Teixeira ( ex Thiago) através de tratamento hormonal (sic) e cirurgia se metamorfoseou em uma vistosa, elegante, bela e feliz mulher. O feliz aqui, corrijo-me, é uma expressão da própria agora delegada de nossa polícia civil.
Digno de louvor e encômios  foi o clima de acolhimento e de normalidade com que foi tratada a decisão corajosa e pública daquela servidora pública. Colegas da nova delegada e imprensa, com tais gestos, demonstram como devemos respeitar, ver e apreciar os direitos e modos de vida de nosso próximo e semelhante. O outro é apenas outro, nunca um estranho e nosso inimigo. Tenho a minha subjetividade e personalidade, mas sempre devo respeitar a diferença e alteridade de meu próximo e meu irmão.
  Eu retomo as minhas palavras iniciais no sentido de que evoluímos muito. Mas, ainda precisamos de melhorar nossas relações interpessoais quando se trata de respeitar as escolhas das pessoas à nossa volta.
 Por isso numa esperança futurística, e para ficar apenas neste exemplo singular,  eu acredito que a ciência e a medicina irão ajudar as pessoas a se tratar de suas diferentes formas de   infelicidade , as suas frustrações e  muitas insatisfações congênitas (geradas com as pessoas). Toda infelicidade é uma forma de doença. As ciências humanas, entre elas o Direito, as especialidades médicas estão aí para isto,  ajudar as pessoas a serem mais realizadas e felizes.
  Assim, oxalá, que no futuro, todos aqueles(as) mais carentes, possam ter na medicina do SUS um tratamento equânime para mudança de sexo, cura da obesidade, correção de deformidades físicas e outros desvios anatômicos que trazem muita discriminação, angústia e sofrimento psíquico e social para os seus portadores.   

João Joaquim  médico e cronista do DM  joaomedicina.ufg@gmail.com
WWW.jjoaquim.blogspot.com



Nenhum comentário:

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...