quinta-feira, 17 de abril de 2014

COMICHÃO DE VINGANÇA...



                       COM UMA COMICHÃO DE VINGANÇA 


João Joaquim    

Abril de 2014 é uma data histórica para o Brasil. Há exatos 50 anos a nação acordava com o ronco de motores dos tanques de guerra, o tropel  de cavalaria do exército e todo o alarido das forças armadas. Sucedia-se em todo o país o golpe militar de 1964 que depôs o presidente João Goulart  (Jango) e todo o seu séquito de assessores e ministros.
Trata-se de uma face amarga de nossa história política que muitas pessoas querem esquecer mas não conseguem fazê-lo. Outras tantas [ ex ou enrustido(a)s comunistas ] que   deveriam, mas fazem questão de repisar os tormentosos fatos que marcaram cicatricialmente muitos brasileiros(as). De plano já antecipo que não tenho partidarismo e nada contra petistas e comunistas. Tenho muita coisa contra aqueles que estão no poder travestidos de democratas, mas têm sangue e ideologia marxista leninista. Credo em cruz para estes ! “ vade retro satanás”.
 Eu tenho tido a oportunidade de ler várias matérias alusivas ao governo militar (1964-1985). Têm sido artigos, documentários, depoimentos e vídeos daquele regime de exceção. Para as gerações pós regime militar é bom,  antes de emitir opinião,  fazer-se uma resenha sumária da atmosfera política reinante naquela época. Jango sucedera a Jânio Quadros que renunciara à presidência em 1961. Entre outras explicações, Jânio disse que forças ocultas e estranhas o levaram à decisão da renúncia. Justiça seja feita, mas  parece que tais forças esquisitas voltaram a rondar o palácio do planalto. Há fatos tão escabrosos e medonhos com nossos políticos de Brasília que mais parecem coisas do demo. Mas não demo povo, demo de demônio mesmo.

João Goulart ,na ocasião da renúncia do excêntrico e imprevisível Jânio Quadros, se encontrava em viagem à China. Goulart era admirador dos regimes socialistas. Ele era alinhado com a esquerda comunista. Com seu retorno ao Brasil, vários segmentos políticos e parte das forças armadas foram contra a sua posse como presidente. No vai-e-vem dos prós e contras houve um arranjo, fez-se um regime parlamentarista e constitucionalmente ele foi empossado na chefia do executivo. Tancredo Neves foi nomeado primeiro ministro.

Os adversários políticos de Jango (Magalhães Pinto, Carlos Lacerda, Ademar de Barros  ) e as forças armadas temiam um golpe de esquerda por parte de Jango. Fato inconteste é que Goulart nutria simpatia pelo comunismo e  com movimentos sindicalistas; ele vinha prometendo reformas agrárias entre outras reivindicações socialistas de esquerda. Ele mostrava-se hesitante e sem autoridade com movimentos classistas como a revolta dos marinheiros. Havia um temor nacional com a possibilidade de um governo  tipo ditadura comunista.
Vale ressaltar que Jânio Quadras e Jango tinham explicitamente simpatia por Fidel Castro e Che Guevara. Che chegou a ser condecorado por Jânio Quadras. Foi  este um motivo imediato de sua renúncia. Um autêntico acinte e deboche à vocação democrática do Brasil. Na verdade havia uma baderna generalizada pelo país afora.
Havia muito temor e insegurança pela postura frouxa e pusilânime de Jango. Os militares então assumem o poder. Foram 21 anos de ditadura, com uma política de terror de Estado, repressão, censura, cassação de mandatos políticos e execuções. Hoje, as pessoas que protestam e condenam a postura dos militares não o fazem sem razão. Famílias e parentes de mortos e desaparecidos têm absoluta razão dos reclames contra os militares e órgãos de repressão como o Dops e dói-codi e casas de morte e de tortura. Eram instrumentos de agressão, sevicias  e intimidação (terror). Todavia, a bem da justiça dos dois lados temos que ter em mente que muitas torturas e mortes não foram contra mocinhos e mocinhas inocentes e do bem. Aqueles que opuseram ao regime também agiram como guerrilheiros, bandidos e terroristas armados. Foram assaltos a bancos, sequestros de embaixadores e muita violência. Entre tantos desses terroristas e guerrilheiros contra o regime estavam Dilma Rousseff, José Genoíno e José Dirceu. Menos sorte tiveram Mariguella e  o capitão Lamarca mortos em confronto com o exército e política federal.
Por fim uma pincelada sobre a comissão da verdade criada pela presidente Dilma Rousseff. O que esta comissão poderá mostrar é a verdade mais desnuda e real da ditadura. Penso nada além disso e já será uma contribuição para nossa História.
Agora, o nosso governo petista querer fazer da comissão da verdade um instrumento de vingança e revanchismo parece-me extemporâneo e uma pretensão sem eficácia. Para começar todos os generais do regime ou estão mortos, ou  esclerosados ou  dementes. Vale lembrar que foi promulgada pelo congresso nacional a lei de anistia em 1979( era presidente do Brasil João Figueiredo), ou seja um compromisso de não punição e revide aos integrantes do regime  e aos contrários ao governo militar( membros da esquerda ou comunistas)
 Nossa justiça, cá entre nós,  não dá conta de punir eficazmente os crimes políticos do presente e fica querendo exumar crimes do regime militar para quê. Não, não, isto é viajar demais na maionese. Ajudem-me ai uai!   

 Em 10 de abril de 2014 09:01, Marcus Fleury Jr. <ateliedeinteligencia@gmail.com> escreveu:
Dr, João, me chamo Marcus Fleury Junior , tenho uma série de artigos escritos no Diário da Manhã, e hoje ao lê-lo, fiquei impressionado com a interpretação histórica imparcial e corajosa. 
 Meus efusivos cumprimentos,
Marcus Antonio Brito de Fleury Junior

 Psicólogo 
                

Nenhum comentário:

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...