sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CANABIDIOL



OS PERIGOS DA LIBERAÇÃO DE DERIVADOS DA MACONHA
                                                                                                                                            João Joaquim

A imprensa científica (médica) e leiga noticiaram sem muito alarde a liberação do canabidiol (derivado da maconha) pela ANVISA . Esta substância conforme depoimentos de vários neurologistas e outros profissionais de saúde  é eficaz no controle (não cura) de alguns tipos de epilepsia. São formas raras de doença neurológica refratárias a todos os anticonvulsivantes disponíveis no mercado. O principio ativo ainda parece ser eficaz em casos de doença de Parkinson, dor neuropática , esquizofrenia, formas graves de ansiedade e autismo.
A esse propósito em faço dois comentários. Primeiramente aos usuários da cannabis sativa (nome científica da maconha). Aqui considerados aqueles fumantes eventuais (ritualísticos) ou mesmo já adictos da droga. A esses eu já me antecipo, não me venham agora com mais um argumento de inocuidade e inofensividade da maldita verdinha. Ela sempre foi, é e não deixará de ser uma “droga” no sentido nocivo e tóxico do termo. Ainda que não agressiva e devastadora para a saúde humana como a cocaína e crack, a maconha por si só traz grande impacto no comportamento, saúde mental e físico do indivíduo , como também representa um chamariz para drogas mais pesadas.
Vale lembrar, ao que parece,  que o canabidiol, um dos vários princípios ativos da planta, não gera dependência e pode de fato trazer eficácia,  bem-estar e controle de algumas formas graves de doença neurológica que cursam com crises convulsivas, conforme depoimentos abalizados de profissionais médicos. A segunda questão que trago à baila se refere à segurança na fabricação, comercialização e receita da droga. Eu não entraria nem na questão da pirataria e compra clandestina do medicamento, visto que dada a natureza corrupta e antiética do ser humano ele está propenso a vender a própria alma e comprar até o indulto dos pecados junto a algumas igrejas de falsos profetas. Para essas condutas antiéticas e desonestas não há leis ou fiscalização que dêem  jeito.
Eu refiro-me estritamente ao rigoroso controle na dispensação da substância pelos conselhos de farmácia e criteriosas exigências dos conselhos de medicina relativas às prescrições médicas. Qual será a cor da tarja do produto, preta , vermelha ou roxa ?
A esse respeito e para ilustrar minhas preocupações para a saúde humana eu rememoro o lançamento dos compostos diazepínicos (sintetizados na década de 1950). De muitos sabidos, são medicamentos sedativos, ansiolíticos, soníferos com amplo emprego na Medicina por várias  especialidades. Todavia, mercê de normas frágeis dos conselhos de Farmácia e de Medicina, hoje são drogas populares, receitadas até por amigos e vizinhos. Quem por exemplo não usa, ou não conhece o popular lexoton, diazepan, rivotril etc. No Brasil temos muito mais pessoas dependentes e adictas dos diazepínicos do que usuários de maconha ou cocaína. Este consumo se refere àqueles indivíduos que usam esses sedativos e tranqüilizantes sem critério ou indicação médica. Eles o fazem por indicação de outras pessoas ou como automedicação. O que constitui outra prática condenável do brasileiro, uma vez que no Brasil é fácil comprar qualquer droga, inclusive remédios .  Tornou-se um problema de saúde pública.
 Como se sabe a regulamentação e liberação do uso restrito do canabidiol foram decorrentes do clamor de populares, sociedades médicas e grupos de familiares de pacientes portadores de formas graves de epilepsia. Com toda  a colaboração também de muitos veículos da mídia televisiva e impressa.
O que esperamos é que este potente e eficaz canabidiol traga de fato melhora na qualidade de vida para muitos doentes e seus familiares. Mas, que os órgãos fiscalizadores como ANVISA e conselhos de Farmácia e Medicina, não afrouxem no controle de fabricação , comercialização e prescrição   do produto. Com este expediente evita-se  o uso abusivo e indiscriminado desse psicotrópico extraído da maconha , como são hoje os compostos á base de rivotril, lexotam, diazepan e muitos outros psicotrópicos já conhecidos e usados pelas pessoas de forma perigosa  com um alto grau de dependência psíquica e orgânica.      

   João Joaquim-  médico- articulista do  DM  joaomedicina.ufg@gmail.com  WWW.jjoaquim.blogspot.com




Um comentário:

Cardiologista disse...

Ótima publicação! Ninguém melhor do que o Cardiologista para entender se você tem doença cardiovascular, ou está predisposto ter.

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