quinta-feira, 30 de abril de 2015

DENGUE É FALTA DE HIGIENE

João Joaquim

Eu começo esta crônica com um diálogo que tive com um alemão que mora no Brasil há 4 anos. Ele é casado com uma brasileira e fala razoavelmente o português. Como se sabe a Alemanha é o país mais desenvolvido da União Europeia.
Perguntei então para esse imigrante germânico como ele, nesses 4 anos de Brasil, estava se sentindo por aqui. Sua resposta foi positivista. Como me senti desconfiado da resposta como agrado e cortesia insisti para que ele de forma sincera me apontasse dois costumes nossos que lhe trouxeram algum impacto ou constrangimento .  Foi quando então notei firmeza e sinceridade em sua confissão: Duas coisas para esse alemão destoavam da cultura e costume de seu país de origem: higiene e burocracia. Eu pedi então ao nosso entrevistado que fizesse alguns paralelos nesses dois exemplos, como funcionam lá e por aqui. Na abertura de uma empresa por exemplo. No Brasil pode durar até 6 meses a via crucis no registro de uma firma. Na Alemanha com 2 semanas está tudo pronto. No quesito higiene foi citado o destino que as pessoas dão ao lixo que produzem. Lá não se joga sequer um palito ou cotonete na rua, aqui o cidadão na maior caradura é capaz se jogar até em nossa cabeça e em vias públicas  o lixo de cada dia, não importa o tamanho e natureza ecológica desse lixo.
Uma relação que estabeleço aqui é entre higiene e saúde. Aliás, justifico mais, que a palavra guarda relação com a deusa Hygeia, divindade da  saúde. A Higiene pode ser considerada um ramo importante da medicina, voltada para a saúde ambiental. Daí temos os seus cognatos hígido e higidez, integridade física e mental.
Em termos de patologia temos exemplos em profusão de doenças provocadas por ausência de higiene. É o caso das verminoses e tantas outras doenças parasitárias. Através de uma atitude simples as pessoas poderiam evitar um sem-número de doenças infecto-contagiosas, muitas graves e fatais. Eu falo da conduta ou prática de se lavar as mãos com frequencia. Água e sabão ainda são os melhores, os mais simples e poderosos anti-sépticos e antimicrobianos. Quando se tem um ferimento por exemplo, a primeira conduta é lavar a lesão com água e sabão. Isto evita até o ainda temível tétano . Outros exemplos de doenças infecto-contagiosas por absoluta falta de cuidados higiênicos básicos são; a toxoplasmose, hepatite A, neurocistircercose( que causa epilepsia e desmaios) etc. Isto para ficar nessas citações, porque são dezenas de outras doenças que poderiam ser evitadas com um gesto simples e barato, lavagem frequente das mãos, sobretudo antes de tocar em qualquer alimento.
E já para dar termo a esta matéria, simples, mas de utilidade pública em trago à baila uma doença infecto-contagiosa, epidêmica,  e que vem atormentando milhares de brasileiros. Refiro-me à dengue.  O que é a dengue? É uma doença causada por um vírus, transmitida por um mosquito(aedes aegypti), por falta de higiene. Rigorosamente por falta de higiene. Ninguém estando doente com dengue passa dengue para outra pessoa. Eu posso beijar, abraçar, ter um contado íntimo com o paciente que eu não vou me tornar dengoso;  agora o doente passa o vírus para o mosquito que vai picar e passar para outras pessoas.
Alguém mais afoito ou desentendido poderia me questionar. Mas, como se  adquire dengue por questões de higiene? E é só por isso e nada mais. O que é uma não correta destinação do lixo que produzimos senão uma flagrante ausência de higiene?
Ou seja, a trágica e tormentosa epidemia de dengue que sofremos hoje no Brasil é um indicador melancólico de nosso subdesenvolvimento em educação, em cidadania, em disciplina e ordem, mas sobretudo nosso atraso com nossa própria saúde, com nossos lixos e sucatas que produzimos. Nós, os brasileiros, somos vítimas de nosso próprio desleixo, de nossa precária higiene. O mosquito da dengue, somos nós mesmos que  o criamos, o engordamos, dentro ou no entorno de nossas próprias casas. Nessas questões de higiene, o governo tem pouca culpa. Cada pessoa e cada família têm a responsabilidade e a culpa por essa e tantas outras doenças facilmente evitáveis com um padrão normal de higiene. Isto se faz com os cuidados e zelos os mais comezinhos e simples do dia-a-dia. Entrou no banheiro, usou ou não o vaso sanitário lave as mãos . Chegou em casa , antes de cumprimentar as pessoas lave as mãos . Antes de tocar qualquer talher, copo ou xicara laves as mãos . Produziu algum lixo , sobrou algum recipiente descartável ou sucata imprestável dê-lhe um destino correto e não o transforme numa maternidade de doenças. Assim estamos mostrando que somos civilizados , organizados, preventivos e higiênicos . Simples , barato e não dói.    




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