quinta-feira, 30 de julho de 2015

MÃE TERRA.. SOS

TERRA ,UM  ORGANISMO VIVO E PULMONADO
João Joaquim


 Vivendo, viajando, observando e aprendendo. Tudo no gerúndio. Aliás, como se abusam dessa forma nominal dos verbos em nossos  tempos vasqueiros de cultura . Liga-se para uma empresa qualquer e vem logo aquela resposta que causa uma certa arrelia nos ouvidos mais escolados: vou estar encaminhando seu pedido ou sua  ligação  para a sessão tal. Às vezes, o cliente  ligante responde, então tá, vou estar esperando. Mas, tem momento e contexto em que o gerúndio cai até bem. E assim começo esta matéria com quatro  gerúndios. Vivendo , viajando ....
 Uma semana dessas bem fria estive em um dos hotéis da Pousada do Rio Quente-Go, onde aliás de quente só havia a água e o preço das coisas. Queria entender o porquê das mercadorias  ali terem custos tão exorbitantes. Isto porque a atração maior  e principal entretenimento são as águas termais. Um presente da natureza que jorra em abundância sem nenhum gasto adicional. Extrativismo natural em cascata de forma graciosa. Mas, deixemos essa exploração ou especulação (espoliação) de nossas fontes hidrotermais e das pessoas, à parte, e falemos de outros legados daquele mimo  da natureza.
Antes disso uma observação: e esta constatação  eu não consigo entender o arrazoado da questão de não se vender revistas e jornais em Rio Quente. Eu até hoje ainda não consegui me adaptar a todas as ferramentas da modernidade: nem aos instrumentos das plataformas digitais. Telefone móvel por exemplo. Eu só uso celular como telefone, aquele recurso inventado por Graham  Bell  de falar com alguém a distância. Smartphone, iPhone; não sei nem usar. Tablet e iPad, não fazem parte de meu sonho de consumo. Não sei se isto é bom ou ruim. Para mim não fede nem cheira porquanto não me fazem a menor falta tais objetos de informática. Além do que o dólar e os combustíveis continuam em alta de mesmo jeito.
 Em face então dessas minhas características, assim que tomei o café da manhã no hotel( um deles,  da Pousada Rio Quente)  me dirigi á recepção em busca de um jornal para ler, como o faço de hábito. Não havia jornal, nem para funcionários, nem para os hóspedes. E mais, nos outros hotéis daquele resort não existe nenhuma revistaria ou venda de jornais. Indaguei então de um funcionário onde poderia comprar um noticiário . Ao que ele me respondeu ser possível encontrar  tal raridade na própria cidade de Rio Quente. Para encurtar o fato: perambulei por todo o comércio central daquela turística aglomeração urbana e necas de algum noticiário impresso. Moral dessa história: parece que nos hotéis da Pousada do Rio Quente são proibidos jornais impressos. Não se pode ler notícias enquanto ali hospedado. Mas, há outra hipótese.  É possível que os gestores daquele paradisíaco ecoturismo e hotelaria tenham já abolida a imprensa impressa em papel . Será ? Seria um má notícia.

 Tudo o mais naquelas hospedagens padrão 4 ou 5 estrelas é puro regalo, prazer e felicidade. Inclusive a contemplação das estrelas à noite.  Para os ainda não sapientes,  informo que aquelas águas, naturalmente aquecidas, são de origem vulcânica. Seriam como lavas hídricas. Acredito, como médico e paciente,  em suas propriedades medicinais. Além do que é a melhor forma de hidroterapia. Têm-se por exemplo temperaturas variadas e as massagens musculares nas cascatas naturais. O efeito é muito reconfortante. Melhoram-se o sono e os apetites . Ao que parece existe um efeito sildenafílico ( potência e libido) , resultado provável de uma vasodilatação sistêmica e dos órgãos genitais.  
Sobre os elementos Terra, Água e o Ar. Eu penso e tenho a mesma convicção de Leonardo Boff (teólogo e escritor) de que a terra é um organismo vivo. Ela tem metabolismo, respiração e um coração que pulsa. Ao banhar desta vez naquelas águas termais eu pude ter esta certeza. Por exemplo, nas piscinas naturais, onde os fundos das águas não foram concretados e revestidos com cerâmica.   Naquele manancial eu me pus a contemplar a respiração da terra. Dá para sentir e ver este órgão vital de nosso planeta.   Para tanto basta ficar em silêncio, ver e ouvir as bolhas e  o murmúrio de ar que brotam do fundo daquelas águas. São os ciclos respiratórios da inspiração e expiração de nosso planeta, um organismo vivo e pulmonado. Pena que a cobiça, a especulação e a ambição do homem estão envenenando esses tesouros da natureza. A terra pede socorro, e se nada for feito de prevenção morreremos com ela intoxicados de gás carbônico (CO2) e outros elemento tóxicos.
Que risco e que pena! Junho/2015  

   
João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

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