domingo, 30 de agosto de 2015

DEVASSOS E LIBERTINOS DA WEB

VIVA A INTERNET, XÔ DEVASSOS E LIBERTINOS 

 João Joaquim 


 Fala-se que a humanidade (coletivo de pessoas) sempre teve seu lado pobre. Seria uma condição inerente ao bicho-homem, este animal classificado de racional, mas eternamente incompreendido e indevassável na sua plenitude?  Eu acredito que nunca a Biologia, as Ciências Médicas e a Neurociência se debruçaram a estudar tanto o cérebro, as emoções e o comportamento humano. O que fica patente é que muito se estuda , um pouco mais  se sabe,  mas muito se tem a descobrir.
Como já bem comprovado, todos os sentimentos e valores que distinguem o ser humano dos demais animais estão centrados  no cérebro. Esse tipo quartel-general (QG) que regula todo o organismo e as mais distintas sensações  .
O que se tem de instigante para os cientistas é que este, sim, é um órgão que ainda guarda muitos segredos e mistérios. A exemplo do cosmos, ele dificilmente se deixará ser explorado por inteiro. Continuará por séculos e séculos a ser uma fonte infinita de busca. Cabe às Ciências e seus pesquisadores continuar na insaciável sede por mais e mais descobertas.
Falar de cérebro  é melhor deixar para especialistas no assunto. O interesse aqui volta mais seletivamente para o comportamento das pessoas e não tem melhor momento para estudá-lo do que nos dias de hoje, época em que a interação e comunicação interpessoal se tornaram tão massiva, tão fácil e em tempo espontâneo e real. É a era da tão propalada internet, da virtualidade com suas badaladas e globalizadas redes sociais( facebook, whatsApp).
As relações humanas ,a ética e a moral, a intimidade sexual das pessoas cada vez mais têm ocupado laudas de revistas e jornais, painéis de debates na televisão e rádio e sobretudo na internet. Diversos especialistas, profissionais e mesmo os cidadãos comuns têm debatido tais questões, temas que antes não tinham tanta visibilidade por censura, rejeição ou mesmo beirando ao que se poderia considerar tabu.
A internet com seus múltiplos aplicativos e redes sociais tem sido esconjurada e considerada uma vilã em toda forma de depravação e subversão das relações e sentimentos das pessoas. Parece, para muitas pessoas,  que ela é a grande culpada pela devassidão, libertinagem e prostituição de seus(as) usuários(as). Eu sou um daqueles que já fiz críticas acerbas e duras sobre esse poderoso veículo de comunicação como instrumento das mais vis perversões de comportamento, de ataques às pessoas, de futilidades, sexismo(pornografia) e outras baixarias. Eu não quero me constituir como advogado do diabo (internet), mas faço nessa questão a seguinte provocação: a internet é de fato culpada pela subversão de valores sociais ?. Ela e todas as mídias de comunicação vieram para deturpar ou corromper as pessoas, enfim, a sociedade ? Voltemos  ao tema  ao final do texto . Estaria se cumprindo a sentença de Rousseau “ todo homem nasce bom , a sociedade é que o corrompe “ ?
Antes, um passeio pelas narrativas históricas de algumas relações humanas, de casos amorosos, de infidelidade conjugais e outros enredos do gênero, alguns nada republicanos.
Nos primórdios da História temos por exemplo os relatos nada edificantes da rainha  Cleópatra(Egito, família dos Ptolomeus), lá nos idos tempos dos faraós. Era a época do apogeu do império romano. Falava-se por exemplo das(os) amantes do imperador Júlio Cesar. Lenda ou não, mas dizem que  Júlio Cesar era homem de muitas mulheres e mulher de muitos homens. 
Nas monarquias britânicas(Inglaterra) é bem documentada a conturbada relação amorosa de Henrique VIII(1491-1547). Em função do rumoroso conflito conjugal desse rei houve até um cisma, uma ruptura da igreja católica da época. Tudo porque o papa se negou a que Henrique VIII se casasse em segundas  núpcias com Maria Bolena. Em função dessas dissensões morais e religiosas, Henrique VIII provocou um racha na igreja e fundou a chamada Igreja Anglicana, uma versão da católica da época,  e Ele(o rei) se tornou o chefe dessa nova  igreja. Essa divisão e dissidência vigoram até hoje.
Na História do Brasil temos os relatos em documentos epistolográficos das relações extra-conjugais de D. Pedro II com a condessa de Barral, cuidadora e preceptora  dos filhos do imperador.  Leia a obra de Mary Del Priore Condessa de barral ou  Condessa de Barral, trinta anos de  um relacionamento lendário com o Imperador do Brasil, D.Pedro II, ocupante do trono brasileiro entre 1840 e 1889.
Dando o salto para nosso dias, é notório o caso do ex-presidente Bill Clinton com a ex-estagiária da Casa Branca, Mônica Levinski ( janeiro de 1998). Por pouco Clinton não foi destituído  do poder. Ele se salvou por pouco. Como amplamente divulgado o ex presidente tinha encontros sexuais com Mônica nos recônditos da Casa Branca.
Um caso muito bombástico que cheirou a uma  tragédia de Shakespeare ocorrera na nossa História recente. Foi o que sucedeu no traumático impeachment do ex-presidente Fernando Collor.  Boletins e jornais, na época, noticiaram que o Sr Collor tinha uma relação ou teve encontros amorosos com a sra. Thereza Collor, esposa de Pedro Collor, irmão do ex-presidente. Como retaliação Pedro se tornou um delator do próprio irmão sobre   suas traficâncias com PC Farias, empresário e ex-tesoureiro das companhas do ex presidente Collor.
O que mostram os casos pontuados? Que o animal humano é um animal perfeito, com um cérebro prodigioso, mas capaz de condutas e comportamentos de pura imperfeição , plenos de vilania, imoralidade, ilicitudes e outras baixezas as mais indignas. Os episódios amorosos extra -conjugais desses personagens históricos bem demonstram que os desvios comportamentais  e morais das pessoas está no DNA desse incompreendido animal, a um tempo racional e sentimental , mas, também sujeito  a se tornar  degenerado e pervertido nas suas relações . É a inteligência a serviço do mal.

Portanto, sem ser defensor, ou advogado de que quer que seja,  eu absolvo a internet e suas redes que foram concebidas como utilitárias e para o bem. Parte das pessoas, é que sempre foram, são e serão promíscuas, infiéis, fúteis e capazes de atos e gestos os mais sujos e bestiais do planeta. A questão maior está na natureza e caráter do homem que, tendo agora esse poderoso veiculo de interação social e comunicação não se vexa e não envergonha de perder todo o pudor , o recato e a honra em mostrar por fora e por dentro, em todo seu íntimo , em todos os seus mais baixos instintos.     Que vivam  a internet e suas mídias, que se vexem os devassos , os desavergonhados  e libertinos de antes e de hoje.

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