quarta-feira, 30 de setembro de 2015

EM DEFESA DAS MULHERES...

SOU FEMINISTA e DEFENDO ESSAS MULHERES
João Joaquim 


 Eu começo esta crônica por um milenar provérbio de todos sabido que diz; do pau que nasce torto até as cinzas são tortas. Pode também ser dito no singular:  pau que nasce torto até a cinza é torta. Enfim ele encerra um anexim ou princípio do quanto de sabedoria e doutrina têm o senso comum, a filosofia popular ou o folclore. E nessa seara estão aí as obras de um Câmara Cascudo, de um Barão de Itararé ou de um Bariani Ortêncio para reforçar tais verdades e sentenças atemporais.
Eu abro a matéria com o dito -pau torto e cinza torta- para referir-me a uma notícia desta semana que dá conta de uma festa promovida numa penitenciária feminina( presídio Sant’Ana) em São Paulo capital. Os festejos se deram para comemorar os 22 anos da fundação do PCC. Para os não muito afeitos a siglas eu já explico. Não se trata do partido dos corruptos e cia; mas sim do primeiro comando da capital-PCC (SP). Organização criminosa esta congênere do comando vermelho do Rio de Janeiro Capital.
Vale lembrar que o partido dos corruptos e cia também existe, com uma ressalva, que o partido  é de quase todos desconhecido, uma vez que sendo criminoso não é registrado em cartório ou no TSE; daí funcionar na clandestinidade, nos bastidores e porões das grandes empresas ou empreiteiras, casas legislativas ou palácios de governos. Alguma semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
A comemoração promovida pelas presas em São Paulo tinha uma particularidade. Em lugar de iguarias alimentares havia gastronomia  psicodélica. Bolos e salgadinhos foram trocados por drogas. Drogas com fartura. Em vez de confeitos e confetes foram servidos baseados(recheios) de cocaína, maconhas e sucedâneos. Como as hóspedes da penitenciária passavam de 2000, necessário se fez organizar filas para que todas as convivas fossem bem servidas.
Mostrando um alto senso organizacional, trata-se de outro detalhe não menos importante, a solenidade de muita pompa e regozijo foi registrada em fotos e filmada. Feitos de ficar para a posteridade. Tudo gravado, documentado e divulgado na internet e redes antissociais (ou sociais para quem o queira).
Assim posto e relatado falo eu agora, sem que eu queira ser rábula ou advogado desse ou aquele diabo (ou diabas no caso).
O primeiro lado ou causa que eu encampo é o das criminosas. E assim procedo porque vieram a imprensa, OAB, a sociedade e diretores do próprio presídio com o propósito, primeiro de censurar o consumo de drogas por aquele grupo de mulheres; segundo de aplicar àquelas condenadas algumas medidas disciplinares ou até mesmo recrudescendo suas penas já em cumprimento. Até onde sei há até operadores da lei (delegados, juízes ) dando parecer no sentido de punição às lideres daquele expediente festivo.

Tais intentos e ideias de retaliação ( isto me lembra as penas de talião) não procede. Diretores e chefes daquela  hospedaria penal foram sumariamente demitidos, sem direito à ampla defesa e ao contraditório. Postulados estes tidos e havidos como cláusulas pétreas da nossa  Constituição.
Tomo eu então a questão central, a defesa das festeiras em comemoração aos 22 anos do PCC,  que aliás é também chamado 15-3-3 ( ordem das letras no alfabeto ).
 Exmos Srs.
 Desembargadores e presidente do TJSP:
Meritíssimo juiz de execuções penais do presídio feminino de Sant’Ana;
VV. Excias,  hão de convir para essa irreparável injustiça prestes a ser cometida contra esse grupo de mulheres. E assim proclamo e exalto, data venia, porque basta realçar e asseverar o conjunto de vocações, a índole, a aptidão dessas criaturas: a contravenção,  a desobediência às leis e livre escolha ao cometimento de  toda forma de delito.
Ou VV Excias queriam que elas estivessem meditando, rezando, fazendo jejum ou outras práticas que purificassem a alma? Nossas indignas presas não são plantas, nem paus. Podem não ter nascido tortas. Mas tortuosas são , cresceram, assim foram educadas pelo meio de onde vieram e assim o serão “ad infinitum”.

Atenciosamente,
João Joaquim 

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