quarta-feira, 30 de setembro de 2015

# NAUFRÁGIODAHUMANIDADE



O NAUFRÁGIO DE NOSSOS SENTIMENTOS HUMANITÁRIOS

JOÃO JOAQUIM 


Quando o mudo achava que certas bestas ou monstros com feições humanas não aterrorizariam mais a humanidade, eis que eles estão aí de volta. E não são fantasmagóricos, mas de carne e osso. A mitologia grega nos deu a esfinge, a quimera e a hidra de lerna. A História recente nos conta das vítimas  dos monstros humanos de um Pol Pot do Khmer vermelho, de um Stalin, de um Lenin e de um Hitler. Parecia que outros da mesma malignidade e barbárie não atormentariam mais as pessoas de bem e os inocentes. Ledo e pueril engano.
Todos esses facínoras e peçonhentos predadores com feições de homem e espíritos diabólicos estão aí e pelo cheiro de  pólvora ,  do alcance de  seus mísseis e bombas será muito difícil de serem dominados. Fala-se aqui dos chefes de pretensos califados muçulmanos, de um ditador sírio Bashar Al-Saad,  de terroristas de um Boko-Haram e de assassinos do estado islâmico (isis); autênticos vermes e ratos enlouquecidos que cometem os mais infames crimes contra quem encontram pela frente, sejam crianças ou idosos.
Não bastassem o extermínio de pessoas e toda sorte de crimes perpetrados por esses carniceiros, assistimos hoje, a uma das maiores tragédias de nossos tempos. Referimo-nos aqui ao drama dos refugiados dos regimes tirânicos, de guerras desses países em conflito e ação criminosa desses terroristas e alienados, entre os quais  os desclassificados  fundamentalistas islâmicos . A bem da verdade eles são os anti-islâmicos e anti-alcorânicos. Assim se expressa  porque a rigor, o Alcorão( ou Corão) é um livro sagrado que só prega o respeito, a união entre as pessoas, o amor e a solidariedade.
A tragédia vivida por refugiados de regimes tirânicos  e do terrorismo que vem se implantando em vários países( Síria, Líbia, Iraque, Afeganistão, Nigéria) ao que se sabe não tem precedentes de igual magnitude na História da humanidade.
 Esse drama dos refugiados  não é novo e   começou a ter  notoriedade a partir da II guerra mundial. Tanto que o estatuto do refugiado se torna mais conhecido a partir desse período. Na década de 1950 foi criado o alto comissariado das nações unidas para os refugiados(ACNUR).
Por definição e regra refugiado é qualquer pessoa que tem medo ou de fato sofre perseguição em função de etnia racial, religião, nacionalidade, opção sexual, ou ideologia política, ou se sente ameaçado por conflitos armados em seu país de origem. Qualquer cidadão refugiado, onde é aceito como tal,  conforme o protocolo e convenção dos refugiados tem direito a essas características e opções  (etnia, religião, orientação sexual etc).
Atualmente, mais de 52 milhões de pessoas vivem fora de seu país como refugiadas. Nunca se viu tanta gente fugindo de guerras e regimes autoritários. Os países dos quais têm mais fugitivos são: Afeganistão, Síria, Somália, Congo, Birmânia, Iraque, Colômbia, Vietnã, Eritréia, etc.
As redes de televisão têm mostrado diariamente as levas de milhares de pessoas pela Europa em busca de outras nações  como refúgio. Alemanha, Croácia, Itália, Hungria, Reino unido entre outras têm sido o destino dessas vítimas. As cenas têm sido muito fortes, sobretudo quando imaginamos a fragilidade de idosos e crianças. As reações de intolerância a essas pessoas ( muitas de países africanos e  asiáticos muçulmanos) são incompreendidas e inaceitáveis. A Europa como um todo deveria repensar a dívida moral e material que tem com muitos desses povos que outrora foram escravizados de forma predatória e desumana. Época do colonialismo onde tanta riqueza e força de trabalho humano foram exploradas.  
Em meio a todo o calvário dessas vítimas outro tipo de predador e traficante de pessoas não tem faltado. São os piratas de mar que se oferecem para o transporte desses desesperados. E então outra tragédia vem se somar ao drama desses desgraçados e apátridas, que é o naufrágio nessas frágeis embarcações. Foi por exemplo o que ocorreu com a família do pequeno e inocente Aylan Kurdi em 03 de Setembro 2015. Eles saíram de Bodrum( Turquia) com destino à ilha de Kos. A imagem de Aylan morto na praia, como que abraçando a planeta terra é de cortar o coração de qualquer ser humano com um mínimo de fraternidade e amor ao próximo.
O pequeno Aylan  e sua família foram vítimas do egoísmo, da egolatria, da sede de poder e da esquizofrenia em que vêm se transformando certos regimes ditatoriais, como nos demonstra o governo da Síria do ditador Bashar Al-Saad.
Essa criança, um inocente sonhador que era Aylan,  se tornou o emblema dessa tragédia humanitária. O mundo, a ONU e a Europa não podem fechar os olhos para esse drama, para essa fuga desesperada de pessoas por sobrevivência e dignidade. Do contrário, como bem definiu uma mensagem que rodou o planeta, podemos estar assistindo de forma terminal ao naufrágio da humanidade( leia-se fraternidade e generosidade) . Quão triste.

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