quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PREVENIR OU REMEDIAR..

O QUE A MEDICINA DEVERIA FAZER E NÃO FAZ PELAS PESSOAS
João Joaquim  



 Nós médicos somos os profissionais que trabalhamos em reparar os danos à saúde. Atuamos também na prevenção das doenças. E esta deveria ser uma das maiores preocupações de qualquer especialista ou não em ciências da saúde. No entanto, isto não se verifica como prioridade  em qualquer formação acadêmica. Uma falha que começa na graduação básica, nas grades curriculares das faculdades. Os planos do governo petista são socializar ou cubanizar a profissão médica. O programa “Mais Médicos” está aí para confirmar este desejo dos atuais mandatários do Brasil .
Quero ater-me mais à Medicina onde tenho meu podômetro com bons quilômetros de caminhada. Em termos preventivos basta fazer uma pausa e se perguntar: quantos médicos eu conheço dedicado por exemplo em saúde pública, em epidemiologia, em puericultura ou nutrição infantil, em nutrologia e  medicina  de família? Especialidades estas quase extintas.
Quer ver uma incoerência ou usando um lugar-comum mais moderno um ponto fora da curva na área médica? A especialidade de geriatria. Ou seja, tratar o idoso quando ele já está depauperado (perdoe-me o quase cacófato de-pau-operado). Hoje, com os conhecimentos da Medicina, o que seria mais correto? Prevenir todas aquelas doenças que debilitam, invalidam e matam muitas pessoas ainda em fase produtiva física e intelectualmente. Os  conhecimentos da biologia, fisiologia e outros ramos da saúde permitem que o indivíduo cheque aos 80 anos altamente produtivo.
Como exemplos de enfermidades evitáveis :  a doença coronária, infarto e derrames cerebrais causados por dietas ricas em gorduras e colesterol. O diabetes tipo II do adulto causado por sedentarismo e obesidade. Muitas outras doenças metabólicas e cardiovasculares induzidas por um estilo de vida insalubre. Os vícios da nicotina, drogas ilícitas e álcool. Muitas formas de neoplasia (câncer) com etiologia bem compreendida e passíveis de prevenção como de útero, mama, próstata , pulmão  etc.
A Medicina preventiva representa a melhor relação custo/benefício para o governo e para as pessoas. Para tanto bastar pensar nas campanhas vacinais e o quanto esta estratégia representa em termos de redução de sofrimento, de sequelas e mortes. Imaginemos se não existisse vacinas para poliomielite (paralisia infantil), para o tétano, sarampo e meningite. Vacinas e soros são uma das grandes conquistas das ciências médicas. Para o Estado representa o melhor investimento pela economia com internações e outros gastos com os danos induzidos por essas doenças infectocontagiosas de alta morbidade e mortalidade.
O mesmo raciocínio das vacinas e soros pode ser feito para muitas outras doenças debilitantes e invalidantes. Realçando alguns casos: como se previne ou minimiza a artrose? Exercícios físicos continuados, manutenção do peso corporal normal, postura correta em qualquer trabalho, respeitar limites no transporte (corporal) e movimentação de qualquer objeto pesado etc. Como evitar o enfisema ou bronquite crônica? Não fumar e não conviver com fumante. Diabetes tipo II? Atividade física, peso normal e dieta com menos carboidratos, massas e gorduras . Infarto do miocárdio e derrame cerebral? Estilo de vida o mais saudável e antiestresse possível.
A Medicina atual oferece a cada pessoa as estratégias e diretrizes para essas e muitas outras doenças que comprometem a qualidade de vida e longevidade. Para tanto basta as consultas e exames periódicos com um profissional bem qualificado para tais “check-ups”.
Infelizmente, a Medicina se transformou num mercado como outro qualquer. Tanto que surgiram as empresas que exploram o ramo. São os planos ou seguros da chamada Medicina suplementar. Paciente virou cliente ou usuário e médico é tratado como prestador de serviço.
Tornando àquela questão inicial da importância que deveria se dar à prevenção. A cada dia assistimos ao domínio da Medicina curativa em detrimento da preventiva. As indústrias de insumos farmacêuticos, órteses e próteses são um claro exemplo desta inversão de valores da prevenção versus tratamentos paliativos ou curativos. Enfim uma das explicações deste domínio e desta tendência são os lucros exorbitantes dos laboratórios em geral com os milhões de doentes crônicos vítimas das doenças crônico-degenerativas. Não é sem razão que a previdência social está à beira da falência. Tudo em função dos milhões gastos a cada mês com cirurgias, auxílio-doença, aposentadorias, internações, procedimentos diagnósticos de alto custo, órteses e próteses; além dos mórbidos e nocivos vírus da corrupção! Tudo aqui citado é muito triste, acontece em muitos países do terceiro mundo mas, também aqui no Brasil. Temos estádios e arenas padrão Fifa  mas, saúde pública e educação qualidade africana. E pelo cheiro da brilhantina dos topetes petistas a coisa pode piorar!  Set/ 2015.  

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