sábado, 26 de dezembro de 2015

AEDES E MICROCEFALIA

CLÍNICA - CARDIOLOGIA joao joaquim consultoriojoaojoaquim@gmail.com

3 de dez
para OpiniãoOpinião
PLANEJAMENTO FAMILIAR DE MOSQUITOS E MÃES DE MICROCÉFALOS
 João Joaquim 




Finalmente estamos assistindo  a um surto de sensatez de nossas autoridades sanitárias. Em termos de políticas de saúde pública esse pode ser o surto do século de nosso ineficiente Ministério da Saúde. Comandado por quem? Ah isto não tem muita relevância no atual regime em que vivemos. A cada conveniência ou crise política , troca-se de ministro. Parece com técnicos de futebol. Dos 20  clubes da série A, 32 demissões . 0s 20 times trocaram de comando técnico 32 vezes.
0 surto sanitário a que referimos é o de controle de natalidade das mulheres em risco de ser picadas pelo mosquito “aedes aegypti”. Isto porque além de dengue e shikungunya o vetor pode transmitir o zika vírus. É muita ziquizira( ou zica) para um povo com tantas outras doenças infectocontagiosas .
 Já se sabe que este agente infeccioso causa a temível microcefalia em fetos de gestantes com a infecção zika. Até o momento são centenas de  recém-nascidos, no  Nordeste, com uma grave malformação craniana (perímetro cefálico < 32 cm) e sequelas neurológicas permanentes.
A que ponto chegamos em termos de saúde pública quando se fala em infecções vetoriais; aquelas decorrentes de transmissão de um microrganismo por um vetor (inseto). É o caso por exemplo da dengue, malária, febre amarela e leishmaniose. Muitos dessas endemias ou epidemias guardam estreita relação com as políticas de saneamento básico, e de igual modo com os cuidados ( ou falta deles) de higiene das pessoas. Nessa , que é uma tragédia em termos de saúde pública, os sujismundos e porcalhões , aqueles que convivem com cachorros em seus apartamentos, os que não cuidam da natureza, dos espaços à sua volta, os que sequer têm uma higiene pessoal padrão; todos enfim trazem sua parcela de culpa.
 Vivemos em um país onde as pessoas pouco se lixam sequer com a limpeza e lavagem de boca e mãos. Imagine então com sua casa, seus quintais, o destino do lixo produzido ou os cuidados, que é  dever de todos, das  vias públicas. Nessa cultura temos então as condições propícias para a reprodução de todos os roedores e vetores. Então haja dengue, zika vírus, leptospirose e outras oses e ites  para atormentar os próprios sujismundos e superlotar as falidas unidades de saúde pública (CAIS, UPAS) e hospitais do SUS.
Nessa tragédia da microcefalia do Nordeste ,duas preocupações de nossos gestores da saúde me chamaram a atenção. A muitos  podem parecer  de menor importância, mas não de meu ponto de vista.
A primeira questão, já em pesquisa  de algum tempo, se refere ao controle de natalidade do mosquito aedes aegypti. Vejam que maneira engenhosa de controlar uma doença. Engenharia genética pura. Torna-se o inseto estéril, com isto pode-se até exterminá-lo do planeta. O desafio é fazer isto com todos os mosquitinhos já nascidos. Tal tecnologia poderia ser aplicada futuramente com outros insetos e mosquitos. Como as muriçocas e moscas do chifre por exemplo. Pode-se até extinguir as moscas azuis que a muitos os transformam em despersonalizados  e mentecaptos  . Muitos políticos de nossos tempos têm sido picados pela mosca azul.
 Um outro foco agora de nossos políticos da saúde diz respeito ao controle de natalidade das mulheres. Não de todas, que fique bem claro. Apenas para aquelas em risco de contaminação pelo zika e gerar filhos microcéfalos .
A propósito, é bom relembrar que o Brasil, via SUS, não tem planejamento familiar, muito menos controle de natalidade. Pobres, desempregados e miseráveis podem ter quantos filhos quiserem. Para os programas eleitoreiros e assistencialistas do PT, por exemplo. Quanto mais filhos, mais ganham os pais com o fome zero. Assim aumenta-se a legião de analfabetos, de idiotas, de excluídos de educação, de empregos formais. Ganha-se, este o objetivo maior, em legião de eleitores cativos dos atuais mandatários da nação. É o projeto de perpetuação de poder de nossos atuais governantes. Aliás , não exclusivo do Brasil; de Argentina, Venezuela, Bolívia;  dos chamados regimes bolivarianos. Ideologia de repúblicas latino-americanas.
Enfim, ficam então aqui consignados esses dois projetos do ministério da doença( que chamam-no de saúde) . O primeiro, o planejamento familiar do mosquito. Digno de aplausos! O segundo, o planejamento familiar para as mulheres em áreas de risco de picadas pelo vetor da dengue e zika vírus. Tanto melhor  essa preocupação de nossas autoridades para com  esse grupo de mulheres (controle de natalidade já) . Porque o ideal e mais humano seria para todas as mães que não querem ter mais do que dois ou três filhos. Ou , às vezes, nenhum.
Oxalá que esse controle de natalidade preventivo de microcefalia seja o embrião para um controle de natalidade e planejamento familiar permanentes , oferecidos pelo SUS, o que resultará também em  prevenção de pobreza, de analfabetos, de desempregados e miseráveis pelo Brasil a fora.  Dez /2015.


  João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

Nenhum comentário:

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...