sábado, 26 de dezembro de 2015

REMÉDIO PARA ENGORDAR ...

RECEITA-SE MEDICAMENTO PARA ENGORDAR 

João Joaquim 

  
Antigamente não se tinha o conhecimento  sobre os riscos e malefícios da obesidade. A Medicina agora sabe de forma muito nítida e comprovada, através de ensaios clínicos, exames bioquímicos e de anatomia patológica os nexos etiológicos entre o excesso de peso corporal e muitas doenças de difícil controle, às vezes incuráveis, de grande mortalidade e alto custo para os planos de saúde e previdência social.
Na verdade, ainda permanece no senso comum vestígios e crença de que uma pessoa mais gordinha é mais saudável do que aquela que, por questão constitucional e genética, ou por um hábito alimentar mais comedido passa a vida inteira com peso normal,  mesmo sem nenhuma doença orgânica ou atividade física que o justifique.
Antes dos conhecimentos que temos atualmente sobre a doença obesidade, era inclusive status de saúde, de estar de bem com a vida. Obras artísticas e pinturas retratavam as pessoas bem repimpadas e robustas num nítido signo de que aquela  pessoa ou família se mostrava feliz e bem nutrida. Ledo e maldito engano daqueles tempos. Se esses artistas pudessem voltar no tempo quanta decepção pelo mico ou gafes cometidas em suas obras .
Mas nesse pequeno passeio sobre peso corporal e biótipo das pessoas, quero ater-me sobre a magreza, a antônima da obesidade. Ao falar de tal tema eu me baseio na própria experiência profissional. Muita vez somos procurados por alguns pacientes ou pais de adolescentes magros, no sentido de algum tratamento para ganho de peso. E então como rábulas e charlatões existem em todas as profissões, têm sempre aqueles que se propõem a medicar tais indivíduos com vitaminas, complexo disto ou daquilo, suplementos nutricionais, chegando aos absurdos de até prescrição de hormônios, insulina, anabolizantes e outras embromoterapias de mesma inocuidade ou graves riscos para a saúde. Esses referidos profissionais são autênticos falsos profetas e blasonadores de promessas de cura de uma afecção ou mal inexistente. Na verdade, medicamentos para pessoas magras por natureza, constituem um grande risco de gerar distúrbios metabólicas e hormonais de difícil esclarecimento e cura.
A titulo de orientação  às pessoas faço aqui um alerta. Referido expediente de charlatanismo não se dá apenas com os profissionais de saúde. Ele ocorre também entre as indústrias farmacêuticas que numa atitude de empurroterapia fabricam remédios para tudo. Chegando-se em qualquer farmácia de nossas esquinas  se acha remédio para feiura, quebranto, mau olhado , até gagueira. Talvez muitos não conheciam tal termo , empurroterapia. Farmacêuticos e balconistas de drogarias conhecem bem essa prática. É o ato de empurrar no cliente toda sorte de droga procurada. Em termos de consumo de medicamentos o Brasil continua como uma feira livre,  se acha de tudo. Somos um festival de drogas, inclusive as lícitas, aquelas receitadas por médicos e farmacêuticos.
Assim como tem os medicamentos anti-obesidade,  os anorexígenos, a maioria proibida pela ANVISA; têm se em contrapartida os “anti-magreza”. São conhecidos no meio médico por orexígenos e no popular por estimulantes do apetite. Muitos desses produtos  foram outrora, mas, ainda são, prescritos por pediatras.
Torna-se necessário e como esclarecimento a todos que a magreza hereditária (constitucional), ou aquela por um estilo de vida saudável, não traz nenhum prejuízo à saúde das pessoas com esse biotipo. Ao contrário dos obesos, essas pessoas abaixo do peso ideal, têm muito menos fatores de risco do que as com excesso ponderal. O uso dos tais complexos vitamínicos, compostos protêicos , aminoácidos e hormônios pode ocasionar distúrbios metabólicos e glandulares tão ou mais graves do que os medicamentos anorexígenos{ os inibidores de apetite para obesidade}.
 Reitero por fim o alerta:  nunca compre de vendedor de remédios , lícitos ou pirateados, medicamentos para ganho de peso ou magreza. Algum médico que se propuser a tal terapia tenha em seu desfavor a mesma desconfiança . São enganadores de pessoas de boa-fé e outras que acreditam em promessas não menos fúteis que falsas.  Dez/15



João Joaquim - médico - articulista DM 

Nenhum comentário:

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...