domingo, 31 de janeiro de 2016

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO...

A CULPA DA FALTA DE EDUCAÇÃO E  DE CIDADANIA É DAS FAMÍLIAS                                                

João Joaquim  


Eu penso ser uma premissa consensual e fundamental entre pensadores e educadores mais antigos ( de pré-socráticos, até  idade média) de que o processo educacional do indivíduo está centrado no núcleo familiar onde ele é criado. A razão  desta afirmação certamente conflita com uma cultura  de grande parcela de nossa sociedade que tem uma tendência em delegar ou terceirizar toda a formação de uma criança e jovens a esta e outra escola contratada para o que sempre foi, é e será uma  nobre e indelegável missão, a educação e formação do indivíduo. É oportuno que façamos aqui, para clareza de entendimento a distinção de dois conceitos.
Êi-los.  Educação se refere àquele conjunto de ensinamentos conferido a toda criança, desde o nascimento, capacitando-a nas suas relações sociais, desde as mais simples e naturais até aquelas com o mundo, com os estranhos e com o meio ambiente onde ela se acha inserida. Nessa educação ,que é tarefa intransferível da família, vamos pontuar alguns exemplos. O exercício da ética, da generosidade e da virtude. Esses são aprendizados que devem ser repassados  e exercitados em família. Todo indivíduo nasce com um potencial para ser bom ou mau. O cultivo ou exercício  de uma ou outra tendência é que o tornará generoso e bom ou egoísta, predador e mau.
Outro conceito que não se deve confundir com educação se chama instrução. Instrução envolve escolarização, aquisição de conhecimentos e formação profissional. Fica patente que em todas as etapas da escolarização (missão das instituições de ensino) entram também os expedientes e estratégias da educação (códigos de conduta, ética, leis, disciplina de convívio em sociedade, etc.).
Nunca se pode perder de consideração - é importante ter esta questão como pacificada - que a família é parceira da escola no conjunto educacional da criança e vice-versa. Todavia, a responsabilidade maior nas etapas de educação do indivíduo é da família. Os pais e/ou cuidadores, parentais ou não, terão papel decisivo, marcante e eterno no conjunto educacional da criança e jovem; influências estas que vão moldar , inclusive o caráter e personalidade dessa pessoa no futuro.
Como andam a Educação e Escolarização de nossas crianças e jovens no atual mundo de tanta globalização ?  Com pretextos e justificativas de que o mundo para todos se tornou acelerado e competitivo; de que o pai e mãe precisam trabalhar fora para fazer face ao orçamento doméstico cada vez mais apertado e caro; enfim de que a mulher se equipara ao homem em direitos e deveres, os filhos têm sido criados e educados por terceiros. Trata-se de um ponto sobre o qual não se diverge.  Essa transferência na criação e educação dos filhos tem sido deixada para as  babás, os  parentes (avós na maioria dos casos) e instituições de ensino. Instituições essas que começam nas creches, que no âmbito dos órgãos públicos (prefeituras, Estados e União) são muito mal equipadas e geridas por pessoas amadoras. Ou seja, fala-se aqui no Estado Brasil. As primeiras escolas para alfabetizar, instruir e “educar” nossas crianças têm em sua gestão e administração pessoas, muitas vezes, amadoras que estão ali como monitoras e guardadoras desses filhos, sem nada ou pouco a lhes oferecer no que se refere à formação, educação e alfabetização desses menores.
Com razões e motivadas pelas mudanças do mundo em que vivemos; qual seja a era da celeridade em tudo, do capitalismo e competitividade em todos os níveis; as etapas mais importantes da educação, da instrução e escolarização do indivíduo (entenda-se desde o fase de berço) têm sido atribuídas aos órgãos de ensino. Sejam esses órgãos públicos ou privados. Órgãos públicos  que, repita-se, no caso Brasil se não são os piores, estão entre os piores do mundo. Isto pode ser assim entendido quando se olha os índices de avaliação de alunos e escolas brasileiras(Pisa, Ideb, Prova Brasil). Estamos sempre na 2º página de avaliação; 50º ou 75º lugar, em pesquisas de ONGs independentes, ONU e UNESCO, por exemplo.
 Há outros pontos a se questionar e influenciar na Educação  e Instrução de nossas crianças e jovens. O progresso, os avanços socioculturais e as conquistas de direitos de opinião, de livre manifestação, de participação em tantas questões da vida civil,  etc, ao que nos sugerem,  vem contaminando todas as etapas na formação e construção de nossos cidadãos. E cidadania se faz não apenas, repita-se, em escolas, mas de forma permanente desde o berço, com a Educação dada pela família.
Muitos dos avanços tecnocientíficos e dos direitos humanos não se deram sem efeitos colaterais nocivos na criação, educação e instrução  de nossos filhos. Basta citar uma dessas aberrações no bojo dos direitos humanos, a chamada lei da palmada. É o Estado (petista como bola da vez, poderia ser o partido x ou y também ) interferindo num princípio pétreo ou sagrado do pátrio-poder da Educação .
Dentro , por consequência ,  dessa triste realidade, cada vez mais as famílias brasileiras têm se amparado no código de defesa do consumidor e orientações do MEC com a seguinte argumentação: Srs professores,  Srs diretores de escolas;  a relação que estabelecemos( relação pais/escolas)  é de consumo; se eu  pago, o meu filho tem que passar de ano, tenha ele alcançado a nota mínima ou não!
Todo esse contexto  aqui referido tem  o amparo legal e beneplácito de nossas políticas educacionais. Resumo de enredo; somado o papel e diretrizes do Estado ( no momento o PT como mandatário ), mais o subtotal  das lições do submundo de nosso mundo Brasil e os apelos das baixarias e putrefação das redes sociais da internet, cada vez mais estamos criando verdadeiros monstrinhos  e idiotas sociais.  Jan./ 2016  


João Joaquim - médico - articulista DM

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