domingo, 31 de janeiro de 2016

PERDA DE ALIMENTOS ...

A Fome no Mundo
joao joaquim


Assistindo ao marketing , cada vez mais  apelativo,  e convivendo com o mundo do consumo nos dias de hoje, vem-me à lembrança a teoria de um economista britânico Thomas Robert  Malthus (1766-1834). Sua tese era de que  se não houvesse um controle de natalidade, a população cresceria em ritmo acelerado (progressão geométrica) enquanto a produção de alimentos se daria numa proporção menor (progressão aritmética). O resultado é que pobreza, miséria, fome e subnutrição seriam inevitáveis. Numa análise rasa, sem argumentos complexos, podemos concluir que tinha e não tinha razão e cientista Malthus. A um tempo tinha motivo a sua teoria porque de fato, no mundo temos milhões de pessoas desnutridas por não ter os alimentos básicos em sua dieta diária. Essa é uma triste constatação em muitos países de 3º mundo, na África e Ásia por exemplo, e mesmo no continente Sul Americano.
Ao mesmo tempo pode-se afirmar que a previsão malthusiana estava errada no sentido de que alimentos para todos existem, o que não há é uma justa distribuição e provimento dos suprimentos nutritivos às pessoas, na medida de suas necessidades.
E por que da não exatidão das profecias do economista inglês? Dois dados explicam bem esta conclusão. Estudos e estatísticas bem conduzidos mostram que da colheita até às centrais de abastecimentos (CEAGESP, por exemplo) se perde de 30% a 40% dos alimentos. Dessas centrais até as mãos do consumidor se perde mais 20% a 30% dos produtos alimentícios. Ou seja, de tudo que é colhido (grãos, frutas por exemplo) perde-se mais da metade.
As etapas desse desperdício e apodrecimento de muitos alimentos se tornam bem perceptíveis e de fácil entendimento. Sãos estratégias na colheita e armazenamento de grãos, frutas e hortaliças, o transporte, a qualidade dos recipientes e conserva dos produtos; entre outros fatores. Nessas questões tem culpa por exemplo o governo com suas políticas , diretrizes e leis voltadas para o setor agropecuário. Imagine por exemplo o produtor de leite e derivados. Vez e outra presenciamos pecuaristas jogando o leite fora, haja vista o preço quase sempre injusto percebido por esses insumos, essenciais na alimentação dos brasileiros. São protestos contra as políticas do Ministério da Agricultura. Agora, um conselho a esses protestantes , deem esses produtos para os mais pobres e instituições filantrópicas.
Uma outra etapa da grande perda alimentar está na própria mesa do consumidor. Claro, fica estabelecido que do consumidor que pode gastar e consumir. Notadamente, é bom que se diga em letras caixa alta, aquele consumista que tem na comida a primeira ou única  fonte de prazer e felicidade. Há uma classe de gente para a qual a última diversão na vida são as orgias alimentares e libações alcoólicas de dar má digestão e ressaca. São influências da ruína do Império Romano.
Eu nunca vi pesquisa ou estatística sobre essa avarenta e desumana forma de desperdício de alimentos. De que modo ela se dá? A primeira etapa são as sobras de comida servida à mesa. Quanto de alimento é  jogado fora, a todo dia, das mesas de famílias e restaurantes? A reciclagem e doação desses excedentes para instituições filantrópicas são tímidas e exceção ao que deveria ser uma generosidade e partilha de todos.
 A segunda etapa desse desditoso desperdício se chama gulodice das pessoas. Se cada pessoa pegasse um pouco do muito a mais que ela come todos os dias, a fome no mundo estaria saciada e saneada. Nessa atitude de tirarmos um pouco do excesso que comemos e oferecer aos que passam fome estamos até reduzindo nossa obesidade;  é o caso da maioria das pessoas; e melhorando nossa pressão, nosso colesterol e os diabetes que não são poucos , e  que matam mais do que formicida.
Olha o quanto cada um pode fazer para contrariar a teoria malthusiana!   Jan./2016  



João Joaquim - médico - articulista DM

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