domingo, 29 de maio de 2016

OS X, Y, Z

OS CLASSIFICADOS E OS SEM CLASSE
João Joaquim


Uma das ocupações permanentes da humanidade é a classificação das coisas. Porque de fato esse expediente dos humanos facilita a comunicação, o entendimento e compreensão de nossa própria existência. Aliás, tal maneira da relação entre os seres e animais iniciou lá no Éden , quando Deus deu nome aos bichos. Os mamíferos, os anfíbios, as aves, os irracionais, os répteis e assim em frente.
 Nós homens e mulheres fomos classificados de racionais. Darwin e seus seguidores adotaram os termos aptos, e mais aptos, os mutantes e não mutantes, adaptados e desadaptados  e assim até o fim do mundo.
Por falar em seguidor, olha aqui uma classificação dantes , de sempre e que  agora  ganhou energia e corpo na era da hipermodernidade. Desde a antiguidade tínhamos os seguidores de Abraão , de Moisés, de Confúcio, de Buda. Nasceu o salvador e passamos a ter os seguidores de Jesus Cristo. Já em tempos da era industrial tivemos os seguidores de Stalim, de Mussolini, de Hitler etc. Temos aqui no Brasil os seguidores de um Edir Macedo, de Lula, de um Prestes, de um Ustra, de um Bolsonaro.
Na época da hiperconectividade, voltamos aos tempos dos seguidores. São aqueles que de forma ininterrupta( todos on-line e grudados nas mídias) acompanham os classificados ídolos, heróis, expoentes desse e outro segmento social, profissional e díspares  setores desse mundão de meu Deus e de todos os humanos. E aqui à guisa de alguns desses filões de ídolos e heróis podemos lembrar os ídolos e heróis, que  por  alguns dias ou  meses se passam como tais , de algum  BBB da Rede Globo,  e reality shows de outras emissoras; de algum galã da novela das 21:00 horas; de algum craque milionário do futebol; de um cantor sertanejo ou funk etc. Ou seja; o que não faltam são os seguidos e seguidores. Os “amigos” e usuários das redes sociais sabem muito bem o que seja ser seguidor dessas e outras personalidades.
Por falar em classificação, da mania dos segmentos da sociedade civil em classificar as coisas e pessoas, eu não posso omitir-me numa nominação   de gente. Ela surgiu na hipermodernidade. Todos já ouviram falar na chamada geração X; tal classe X refere-se àquelas pessoas nascidas antes de 1980. Mais especificamente antes da internet. Eu por exemplo. Nasci nessa leva de pessoas. Em meus tempos de colégio, telegrafia e datilografia eram aquisições de luxo. Telefone fixo era recurso da burguesia e indicador de status socioeconômico. Respeitar os pais e mais velhos era educação vinda do berço.
Quanta diferença dos classificados de última geração (de que falo já). Hoje telefone celular é objeto descartável. O jovem moderno pode ter quantos números, de quais operadoras desejar. De cada número se compra um chip no camelódromo. Não há nenhum controle de qualquer órgão governamental. O número de celulares ultrapassou em muito o de habitantes. O IBGE já desistiu de contar. Virou pirataria nacional. Com a internet veio a classe da geração Y. São os nascidos entre 1980 e 1990. Iniciou-se a turma ou galera dos conectados. No começo era a sociedade dos internautas, dos chats, dos amigos do Orkut e dos  e-mails. Os jovens Y, ainda o são, 25 anos a 35 anos, ainda liam ou digitavam mensagens, trocavam ideias por conferências e chats on-line etc.
Com a eclosão das redes sociais, a partir dos anos 2000, surgiu uma nova classe de pessoas, a geração Z. Se alguém lembrar de zero não está de todo errado. Z também de zoar, de azarar, de zoeira .  Muitos jovens da geração Y migraram para Z; haja azaração.
As tão massificadas redes sociais; facebook,  whatsApp,  twitter e instagram; são as que deram azo e asa à geração Z. Se a geração y foi a responsável pelo chamado internetês, a Z enterrou esse dialeto. Toda a comunicação agora é audiovisual. Ninguém mais digita, tecla ou lê.
Tudo se resume a um toque. Só áudios e imagens para tudo. Será que virão outras gerações. O pior é que acabaram as letras do alfabeto. Bom! Pode-se recomeçar Z1, Z2.....
O que remanesce de certo e merencório é que os atributos dos jovens X se tornaram algo careta e motivo de mofa e desprezo para a garotada e jovens classe  Y e Z. Vivemos tempos onde filhos mandam e escarnecem dos pais e professores, quando não os agridem moral e fisicamente, se julgam no desplante de ter privilégios, de ter os melhores pertences da moda como tênis, comidas das melhores e roupas de grife. Civilidade , cidadania, estudo e trabalho  passam longe de seus ideais.   Parecem mesmo um zero à maneira comunista.    Maio/2016.

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