quinta-feira, 30 de junho de 2016

OS RISCOS DO CASAMENTO..

 SOCIEDADE DE ALTO RISCO
Joao Joaquim


Nós humanos nos expressamos muito pelos nossos sentimentos, desejos e intenções. Eu posso expressar-me pela amizade, pelo amor, pela empatia, por uma admiração qualquer, em relação a outra pessoa, animal ou mesmo objeto como um bem pessoal ou obra de arte. Essas são formas habituais de nossas expressões no dia a dia.
Da mesma forma podemos nos expressar de forma negativa, destrutiva ou de anulação do outro. Por exemplo quando eu faço uma consideração de descontruir o conceito, a moral e imagem de alguém;  ou mesmo a expressão de ideias que possam desacreditar e infamar um desafeto ou rival que seja.
 Dentre os piores sentimentos há por exemplo o ódio, a vingança, as atitudes de inveja em relação às qualidades morais e pessoais ou mesmo ao sucesso econômico de um terceiro. E como há pessoas com esse perfil!  Muitas de forma ostensiva fazem essas ofensas, até com natureza preconceituosa e discriminatória, por exemplo através das redes sociais da internet. Preconceito e injúria pessoal ou étnica parecem acompanhar o homem desde que ele colocou os pés na terra.
Quando se fala em expressão de sentimentos negativos nenhum há de mais perverso do que o ciúme nas relações conjugais. Tais  reações humanas constituem um vasto campo de psicopatologia, cujo entendimento continua enigmático e difícil de se deslindar. Como compreender e justificar uma relação que se inicia com juramento de amor, cuidados recíprocos e muitas vezes termina em graves conflitos, agressões físicas, assédio moral e até assassinatos? Esses sentimentos de anulação, de aniquilamento, de ciúme e possessão do cônjuge chegam aos extremos daquela justificativa do agressor(a) , homicida (ou feminicida):  “matei por amor”. Nada há de mais desarrazoado e insensato do que tal explicação de um agressor, que se dizia apaixonado e protetor do cônjuge e se torna um carrasco ou assassino de quem antes era objeto de seu amor, de sua conquista, das relações afetivas e carnais.  
Nessas questões de agressões  contra a mulher, a violência  nunca esteve em tamanha evidência. Quando se diz aqui violência contra a mulher se expressa dessa forma porque ela, a mulher,  de fato tem sido a principal vítima nas desavenças  conjugais. O homem num percentual muito menor.
No concernente à violência do homem contra a mulher o que parece existir é de fato, de forma ancestral, uma ideia ou instinto  do gênero masculino de poder, de posse, de subjugação da mulher ao indivíduo mais forte, de mais domínio do macho sobre a fêmea. O que sugere é mesmo existir um ranço desses conceitos filogenéticos até mesmo pela dedução, e conhecimentos empíricos de outras espécies, além dos hominídeos e primatas. No mundo animal basta observar as raras espécies onde a fêmea exerce poder e dominância sobre o macho. De pronto quem me vem à lembrança é a aranha viúva-negra (latrodectus mactans ). Trata-se da aranha mais venenosa do mundo; ela se caracteriza por atrair o macho, de tamanho menor, promover a corte com infrassons e odores inebriantes e muitas carícias com seus palpos. Após a cópula e ser fecundada, ela mata o parceiro e ainda pratica canibalismo; ela devora o macho. E dizem os apreciadores que a carne é muito saborosa.
Em matéria de relações humanos afetivas ou de desamor pós amor, em se tratando de ciúme ou sentimento de vingança por deslealdade no amor (traição), o que se tem é um labirinto e muitas interrogações. Isto mostra o quanto é complexa a psique humana, inclusive no seu trato de amizade, amor, afeto e desafeto.
De certa feita eu dei um conselho a uma amiga, que se sentia deprimida há 6 meses pela separação. Perguntei-lhe:
-  o que é o casamento?
-Uma sociedade , com juramento de eterna ; dois sócios.
- Qual o risco de qualquer sociedade, anônima, pública, privada ou conjugal? O risco de não  dar certo.
Disse por fim, toque a vida de forma solo ou tente outro sócio.
Ela fez a segunda opção. Um ano depois se sentia muito feliz e realizada.
Essa é uma lei das relações humanas. O namoro, o casamento é uma sociedade de alto risco. O que não se pode é o homem se achar proprietário da mulher, ou vice-versa,  e frente a um fracasso conjugal ter o sentimento de vingança com qualquer forma de violência. Ele, o homem, não é forte e de poder? Que conquiste então  outra parceira. A mulher não se caracteriza por ser sensível, intuitiva, tão inteligente quanto o homem ?  Por que se lamuriar diante de um fracasso conjugal . A vida é dinâmica .   Junho/2016.  


João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  face/ joao joaquim de oliveira

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