quarta-feira, 21 de setembro de 2016

COMUNICAR...

QUEM NÃO SE COMUNICA...
João Joaquim


Uma aptidão fundamental na vida profissional é a arte de comunicação com as pessoas, com os clientes. Para determinadas atividades mais do que comunicação, temos ainda de mais refinado  a arte da retórica, de falar em público. Se o indivíduo é por exemplo um assessor de imprensa, um porta-voz de outro profissional, de uma empresa , o quanto é significativo e edificante o seu domínio do idioma nativo, sua fluência e riqueza vocabular e até, conforme a pessoa ou empresa que representa, saber outros idiomas; o Inglês e Espanhol por exemplo.
No âmbito mais privativo, numa palestra ou diálogo mais restrito do profissional com o cliente é muito construtiva esta relação quando se observa o princípio de se fazer entender bem as ideias, as informações que se vendem por exemplo. Noutros termos, o profissional tem que  atentar para quem está falando e empregar termos, palavras e frases conforme o grau de entendimento e escolarização do(s) ouvinte(s).
Vamos, a título ilustrativo, suscitar alguns colóquios de algumas profissões, onde, em que pese ser a Língua  Portuguesa  o idioma empregado,  fica a impressão de que o profissional se expressa em aramaico ou Russo. Após o veredicto do júri sobre a sentença do réu. O juiz se dirige ao agora absolvido e lhe diz:” nenhum comentário objurgatório tenho a fazer a vossa senhoria, minha decisão a seu respeito é absolutória”. Conforme o grau de instrução desse réu ele não saberá se volta para o xilindró ou para as ruas.
De melhor entendimento teria dito o erudito julgador: nenhuma repreensão tenho a fazer, o senhor está livre. E assim são outros termos no mundo jurídico que para a grande maioria das pessoas soam como grego ou latim. Idioma morto esse que contribui com muitas palavras e axiomas justamente no mundo jurídico e entre os seus praticantes. E “fumus bonis iuris” (na fumaça do bom direito), o ideal em termos de mais clareza é que os operadores do direito, usassem termos mais populares quando em contato e falas com o público e pessoas de outras áreas ou menos instruídas .
Uma outra profissão de que se cobra de seus praticantes clareza e simplicidade de termos é a medicina. Imagine por exemplo um paciente com uma taquicardia paroxística supraventricular. Simplifique, dize apenas que ela está com uma arritmia atrial benigna, ou simplesmente uma taquicardia transitória. Fica simples e até mais tranquilizador ao doente e familiares. Uma pielonefrite aguda, eu traduzo-a como uma infecção renal.

Uma recomendação e conselho que sempre faço a qualquer profissional, notadamente aos noviços e iniciantes é que mantenham o gosto e cultura da língua nativa; em nosso caso o riquíssimo e belo Português. Nesse sentido saberemos o zelo e esmero do profissional apenas pela  leitura de suas receitas, laudo ou relatórios; isto em se tratando de profissionais de saúde: médicos, veterinários, agrônomos ou biólogos. Basta lembrar do adagio que expressa: “ As palavras voam, os escritos ficam”. Afinal já dizia  Abelardo Barbosa, o Chacrinha: “Quem não se comunica, se trumbica”. Não é sem razão que muitas empresas criam até o seu manual de comunicação, de redação. Esta iniciativa é muita saudável porque além de reciclar o profissional nas regras básicas de sintaxe e gramática, também  traz-lhe um melhor cabedal vocabular em sua linguagem diária e comunicação com os clientes e usuários dos serviços ou produtos da empresa ou órgão que ele representa.  Agosto/2016.  

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