quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Pedagogia das olimpíadas..

MORAL DA HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS
Joao Joaquim

Entre algumas conclusões que me passaram as olimpíadas Rio 2016, uma eu destaco e é de grande relevo. Ela se encerra, pode-se dizer, em uma moral de uma história, que são  as próprias olimpíadas, desde o seu nascedouro. Tal moral tem um  cunho pedagógico.
Pedagogia de que eu prefiro, uma sumaríssima descrição para melhor compreensão. A etimologia é grega. Vem de paidos(criança) e agogos(condutor). Na verdade, antiga Grécia,  era um escravo ou servo que conduzia as crianças até ao professor ou mestre, no seu processo educacional. Por uma questão semântica, o termo ganhou o sentido de ciência e teoria de educação e ensino. A pedagogia hoje se subdivide em vários ramos. Um e outro cientista ou educador  defende a sua tese. Só para lembrar dois nomes: Jean Piaget, da França;  e Paulo Freire do Brasil. O desejável dessas correntes é que todas levassem à formação e educação plena do indivíduo, a partir do nascimento.
O maior legado que se pode deixar a um indivíduo é o seu processo educacional. E neste termo não quero incluir títulos de doutores ou mestres.  Se tais graus, de fato e de conhecimentos, forem alcançados tanto melhor. Educação, “lato sensu” deve ser entendida diferente de escolarização. Muitas vezes esbarramos com “doutores e mestres”, mas sem educação (leiam, ética, cidadania, moralidade). Antes ainda de chegarmos às olimpíadas, um pouco mais de educação. Eu sempre fui muito interessado e entusiasta do tema educação. De como, por exemplo,  andam nossas políticas em tão relevantes questões para a sociedade.
 Meu interesse maior . As escolas públicas na sua parte de estrutura predial, o seu aparelhamento, bibliotecas, laboratório; e talvez o item mais importante a figura do professor. E quanto mais lemos e nos informamos, mais céticos e descrentes nos tornamos com os governos de todos os níveis e os gestores públicos das referidas pastas. Quer um exemplo desse menosprezo e menos-valia para os nossos políticos? A figura do próprio  professor(a). Dele se exige muito, é mal remunerado e pouco ou zero incentivo em termos de aprimoramento na sua função docente.
Um registro que não se pode deixar de fazer: tal descaso e baixa valorização do professor (a) não se dão somente de parte das políticas públicas, vêm também da sociedade, nas pessoas dos próprios alunos e seus pais que têm o senso coletivo de que educação e escolarização são tarefas deles (professores) e das escolas. São questões anacrônicas e crônicas da idade do Brasil.
Um dia desses palestrava com uma jovem professora de ensino fundamental. Jovem, mas já com bom perímetro na profissão. Relatava-me ela que o nível de deseducação das famílias no Brasil está num grau tão alto  que os pais têm como que delegado os cuidados e ensinamentos mais elementares às escolas. São crianças de 8 anos, 10 anos que sequer sabem as atitudes e práticas básicas de higiene e alimentação.
Por que uma olimpíada encerra uma conclusão moral de que a melhor educação começa no berço? É simples, é de dedução acaciana e de clareza meridiana. Todos os competidores desses certames tiveram uma longa jornada, que se iniciou em baixa idade. Todos tiveram a pedagogia de um pai, da mãe, de um cuidador, de um bom professor, de um mestre. Todos, independentemente de medalhas chegaram à perfeição graças a um processo educacional precoce. Processo esse que exigiu dedicação primordial e decisiva da família. Foram e são anos de treinamento, perseverança e treinamento. São cidadãos e competidores que foram levados desde cedo aos mestres, ao treinamento, ao ensino das habilidades físicas e esportivas. Pura Pedagogia ( lembram ? paidos a agogôs, Pedagogia).

Vamos imaginar aqui algumas modalidades dessas competições. Um nado sincronizado, uma ginástica artística, um tênis de mesa, um salto em distância. Quantas repetições, quantos anos na mesma rotina para o alcance da excelência? Foram uma infância, uma adolescência, uma juventude inteira para se atingir o melhor, o arremate final e ponto máximo naquela busca  física e esportiva. A formação do indivíduo guarda esse paralelo com uma olimpíada. Ela começa na criação (crescimento físico e biológico), na alfabetização e educação (família e escola) e no constante treinamento e aprimoramento da pessoa. O certo é que ninguém nasce pronto e nem morre acabado. Todos temos um potencial para aprender mais e tornarmos melhores, qualquer que seja a idade de cada um.  Agosto/2016.     

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