domingo, 30 de outubro de 2016

Como São Lucas

MÉDICO DE PESSOAS E DE ALMAS 
João Joaquim 

É uma redundância afirmar o que vou afirmar, mas não estou nem aí para ideias comuns ,nem estilo de linguagem : o melhor presente da vida é a própria vida;  imagino que este conceito já foi dito por outras pessoas; também não importa, visto que o que é bom e construtivo pode ser repetido à exaustão , ainda que por termos e construções diferentes.
Interessante que quando falamos em vida abre-se um leque de ideias e sentidos do que vem a ser a existência de cada pessoa na vida  desse planeta e do universo. Propor a falar da vida humana é tarefa das mais complexas, porque não é só essa vida material, biológica e emocional que caracteriza o gênero humano. O tema vai muito além dessas dimensões.
O que faço aqui então é trazer alguns aspectos pontuais obtidos do que se pode extrair de bons autores, de biologia, psicologia e ciências médicas. Partindo então da premissa “ O melhor da vida é a própria vida” temos que o ser humano é talvez o único animal que tem consciência de sua mortalidade. Nós temos consciência de nossa finitude. Todavia, trazemos uma outra característica e  faculdade :   de vivermos como se fôssemos eternos. Todos só  vivenciamos a consciência da morte diante de qualquer ameaça à nossa integridade biológica; seja pelo acometimento de uma doença de prognóstico   incerto ou um fator que nos traz alguma ameaça de forma aguda ou crônica (traumas, doenças). Mas, na saúde nós agimos como imortais.
A aptidão e vocação que temos em vivermos como imortais são prerrogativas das mais saudáveis. São condições indicadoras de higidez e sanidade mental. Pensar na morte, a chamada ideação suicida, por exemplo, constitui uma grave ruptura da saúde psíquica e mental e exige pronto e longo tratamento com medicamentos e psicoterapia.
Para entendermos de forma mais simples e clara o que é a dádiva da vida que é a própria vida vamos tomar como princípio aquele senso ou provérbio popular que diz “ nós só damos valor a algum bem na falta ou perda desse bem”. Tal princípio é perceptível nos recursos mais rotineiros das pessoas. Basta imaginar a falta de água em nossas torneiras, de energia elétrica e outros suprimentos para nossa saúde e qualidade de vida. Assim ocorre com a própria vida. Todos, invariavelmente, têm a exata noção da grandeza e prodígio da vida, quando ameaçados em sua saúde ou integridade física.
Vida e morte estão indissociáveis. São como lados de uma mesma moeda. Com a firme noção desse vínculo indelével é que diversos estudos e pesquisadores chegaram a conclusões interessantíssimas sobre o ciclo nascimento-vida-morte.
Os estudos nesse sentido tomaram como base muitos casos de pessoas acometidas de doenças irreversíveis e que foram acompanhadas em seus estágios terminai. Sugiro ler a autora Elizabeth Kübler-Ross. Dos relatos então destas pessoas foram extraídos ensinamentos os mais construtivos no entendimento dos sentimentos e sensações daqueles prestes a desligar da vida. Tais dados e registros são de igual monta importantes, para os que são parentes e amigos afetivos dessas pessoas, nessas circunstâncias.
Outros grupos de pessoas foram daqueles também acometidos de graves doenças ou acidentes, às vezes em estado de coma, e que se recuperaram com poucas ou nenhuma sequela. São os classificados de quase mortos. Os depoimentos são impactantes. Esses indivíduos recuperados de condições de quase morte passam a viver como numa 2ª  vida, ou uma segunda chance de vida.
Eu, na condição de médico, tendo trabalhado por longos anos em terapia intensiva e urgência médica presenciei o que é a vida diante de muitos casos, que inesperadamente faleceram. No mesmo cenário ,aqueles casos de quase morte, e que recuperam para uma segunda chance de vida. São situações e circunstâncias nas quais, sem perder a humanidade e a sensibilidade, o médico precisa de muito equilíbrio e responsabilidade para bem exercer o seu papel de profissional da saúde, da vida e da morte.
 Os médicos são designados na promoção da saúde e da vida, mas deverão saber lidar com as perdas e ajudar as famílias nessas horas de separação definitiva.
Enfim, se na vida plena, no gozo de pura saúde nos sentimos como imortais; mais que isso, negligentes e descuidados com o bem maior, a própria vida etc,  na doença e outros momentos de risco e perigo temos a oportunidade de termos ciência de nossa fragilidade. É quando então muitos se despem de suas vaidades, dos vícios, da arrogância e do egoísmo e trocariam todos esses sentimentos por uma vida mais simples, generosa e fraterna pela única e maior felicidade que é a própria vida.
 Quão grandiosa, quão sublime é a oportunidade de vivermos uma vida plena, não apenas no sentido biológico com nossos instintos de todo animal, mas acima de tudo munidos de sentimentos de generosidade, de gentileza, de fraternidade, com os nossos semelhantes e com os nossos diferentes, aqui inclusos todos os animais ditos irracionais e a natureza com sua profusão de vida.     18 de Outubro/2016.    

Joao Joaquim – Viva a Vida, Viva a Vida Plena de Amor e Afeto com  boas relações Sociais.
Viva os Médicos em Seus Dias, e nesse dia especial, 18 de outubro. Que tal sermos como São Lucas que foi  Médico de Pessoas e de Alma?  

Nenhum comentário:

Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...