quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Cérebro..

O CÉREBRO COMO A MAIS PRODIGIOSA OU TORPE DAS MÁQUINAS 
João Joaquim  

 Eu começo esta matéria com uma propriedade de meu mais nobre órgão, meu cérebro. É de senso comum que ele é o computador mais complexo e mais perfeito. No que de pronto eu já contesto fazendo algumas ressalvas. Eu afirmaria que ele pode ser a máquina mais perfeita, quando de fato não tiver nenhuma imperfeição. É uma assertiva simples, redundante, de entendimento primário mas que reflete o espírito dessa tese: o cérebro humano se mostrará um sistema prodigioso e inteligente quando não apresentar nenhuma avaria em seus circuitos, conexões, bioquímica e sinapses. Do contrário ele se tornará no instrumento o mais nocivo, no mais desvairado agente do mal e infinitas torpezas  e atrocidades. 
Vamos imaginar inicialmente as atribuições orgânicas do cérebro. Ele é a central de regulação de inúmeras funções como força muscular, reflexos, todas as nossas sensibilidades, órgãos dos sentidos, hormônios neurais de muitas sensações como alegria, prazer e felicidade, entre  outras virtudes. Tudo  em perfeita harmonia com glândulas centrais e periféricas e órgãos vitais como pulmão e coração. É bom lembrar que nosso coração e pulmões são autônomos até um certo ponto. Eles sofrem profunda influência dos comandos cerebrais, através de conexões neurais e de  hormônios, os chamados neurotransmissores. No cérebro estão os chamados centros de comandos de muitas atividades periféricas . 
Fugindo  dessas funções orgânicas vitais passemos às suas atividades abstratas que são o motivo maior desse artigo. Falar das atividades abstratas do cérebro nos traz à discussão o que é uma mente (psiquismo) normal e a doente (loucura ou psicopatia). Um sem-número de artigos já discorreu sobre os limites ou interfaces do que sejam a loucura e a plena sanidade mental.
Quando se fala em saúde psíquica entra os fatores constitucionais e genéticas e as influências dos meios social e familiar. Entre estes contribui o processo educacional da pessoa. Basta lembrar um comportamento antissocial ou uma personalidade voltada à prática de crimes. Tal conduta pode se dever ao processo educacional adquirido da família. Delinquentes por profissão, em geral vão educar filhos delinquentes. Assim demonstram a criminologia e as estatísticas. O homem é muito fruto do meio. É uma tese defendida por sociólogos , antropólogos e filósofos. 
O que seria o cérebro como a mais perfeita máquina de pensar e processar informações? Seria então aquele perfeito órgão em que o seu dono e portador praticasse atos e atitudes voltadas para o bem, para a virtude, para a fraternidade e generosidade. Seria aquela pessoa com uma aptidão para esses e muitos outros sentimentos construtivos e inclinados ao bem. Vamos imaginar um indivíduo capaz de amar o outro (cônjuge ou não), de amar toda forma de vida e a natureza, com o sentido e a predisposição  de se condoer com o sofrimento alheio, de se solidarizar com a carência e fome alheia, com a capacidade de  perdoar ao seu ofensor. 
Esse cérebro,  sim, pode ser considerado o mais perfeito maquinário  ou computador. Sempre almejado de imitação pela criatividade artificial do homem. Quão admirável, um cérebro humano( um cientista por exemplo) na tentativa de sua própria imitação. Um inelutável e inatingível desejo. O homem em seu engenho criador pode até fazer uma aproximada imitação do cérebro, mas nunca algo semelhante. Até porque sentimentos, virtudes, os gestos de amor são atributos naturais da mente e de nossos centros de comandos  cerebrais.  Máquinas não pensam e não têm sentimentos. 
Dos cérebros como máquinas imperfeitas ou avariadas temos uma lista extensa de tipos e gradações( ou de degradações). Os casos mais mórbidos e característicos são os de inúmeras psicopatias estudadas e tratadas pela psicologia e psiquiatria. A Associação de Psiquiatria Americana tem um manual profissional onde de tempos em tempos são incluídos comportamentos e personalidades doentes. Já consta por exemplo desse DSM (manual estatístico e diagnóstico) a webdependência. Tal distúrbio ou cérebro imperfeito é o clássico exemplo referido como induzido pelo processo educacional da criança e adolescente. Trata-se de uma herança do meio familiar. O vício da Internet e redes sociais se caracteriza quando o indivíduo não vive mais desconectado e prefere esta prática ao convívio familiar e com os amigos. 
 A criança de qualquer idade deve ter acesso a internet e mídias sociais com rigoroso critério e controle dos pais e educadores, mesmo assim nunca de forma precoce. Primeiro, deveria ensinar as habilidades de leitura, de aritmética, do raciocínio lógico, do processo criativo, do discernimento , do pensamento crítico, etc. Depois a iniciação na informática e na Internet. Aqui temos uma demonstração cristalina de como o meio, o processo educacional são determinantes do que vai ser aquele cérebro.
Eu proponho que seja incluída no DSM a corrupção. Como admitir que um político que rouba dinheiro da saúde pública e da educação tenha um cérebro perfeito? Seu cérebro, sua mente, seu coração, sua consciência, suas sinapses neurais são órgãos os mais atarantados e atrapalhados de que se tem notícia. Como não é psicopata um ditador sanguinário que usa bomba atômica ou armas químicas para eliminar os seus próprios compatriotas, civis e inocentes ? Qualquer intitulado estadista que se dá a esse expediente é portador do cérebro o mais virulento, o mais patológico imaginado no meio humano. E eles existem pelo mundo a fora. São máquinas humanas as mais mortíferas e torpes de que se tem notícia. Deus nos livre dessas mentes e desses mentecaptos.   Nov./2016.  
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