quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PIF E PIB

 PRODUTO INTERNO DA FELICIDADE-PIF
João Joaquim  


Todos os países têm o seu pib (produto interno bruto). Nada mais é do que a soma de tudo produzido por uma nação em termos de riqueza e economia. Há uma nação no entanto que é singular porque além do pib tradicional ela tem o pif, ou seja, o produto interno da felicidade. Estamos a falar de Butão.  Lá também se chama felicidade interna bruta(fib). E não é pouca coisa porque o povo lá esbanja felicidade. E não pensem porque se deve ao alto pib daquele país singular, que aliás não é nada rico de bens materiais. Ele fica entre as cordilheiras do Himalaia, e muitos seguem o Budismo. A qualidade de vida e o pif ali têm sido motivo de teses e mais teses ,e ao que parece é um sentimento próprio daquela gente.
 Conta-se também que o povo grego de antigamente era tido como o mais feliz do planeta. Um contraste com a Grécia de agora, depois da crise econômica e política recentes( 2008 para cá). Não se pode dizer que são as pessoas mais infelizes de momento, notadamente se olharmos outras crises e infelicidade por que passam os chamados países bolivarianos da América do Sul e Latina, sem excluir o Brasil.
Nós sabemos da felicidade dos helenos antigos até mesmo pelo que deixaram escrito os filósofos gregos. Entre eles Platão, Aristóteles, Tales de Mileto e os pitagóricos.
Entre esses lendários filósofos, um é digno de menção pelo seu peculiar comportamento,  Diógenes.  Conta-se que ele era tão feliz que ridicularizava e desdenhava de todo bem material. Tanto assim que ele levava uma vida de andarilho e morava num tonel. Mas, era admirado pela sabedoria e por suas ideias. Seus biógrafos contam que de certa feita o imperador Alexandre, o grande, quis conhecê-lo. E assim dirigiu-se até ao seu aposento, um simples tonel. Ali chegando com toda a sua comitiva de assessores e segurança, se acercou dele e se apresentou: 
- Eu sou o comandante do império (grego) e coloco-me as suas ordens, o que quer que lhe faça? Ao que respondeu o notável sábio que contemplava a natureza e tomava um bronze natural: 
-que não atrapalhe o meu sol. Não queira me tirar o que não pode me dar( no caso o sol e todas as outras dádivas da natureza).  Ou seja, coisas e reações de filósofo mesmo, que parece ter alguns neurônios diferenciados em relação às pessoas comuns .
Esse filósofo a que referi , Diógenes, foi aquele que certa vez saiu com uma lamparina pelas ruas de Atenas em pleno dia. Perguntado de por que daquele gesto ele respondeu: estou à procura de um homem honesto. Enfim, Diógenes, ele era o mais eremita dos sábios, o mais sarcástico e muito feliz. Agora, fico imaginando se ele pudesse renascer e dar uma passadinha aqui pelo Brasil,  iriam-lhe faltar holofotes e mais holofotes na procura de homens honestos. Isto em se tratando de homens públicos. 
 Já faz alguns anos que li em algum jornal sobre um político brasileiro que tinha uma proposta de emenda constitucional (pec) sobre o direito do brasileiro à felicidade. Não deixa de ser uma ideia feliz, mas daí à pratica vai uma enorme distância. Muitos itens de nossa constituição se fossem cumpridos já seriam meio caminho andado para a felicidade de nossos compatrícios. Eu destacaria três: o direito à educação, a saúde e ao trabalho. O acesso a essas três condições traz dignidade, segurança, qualidade de vida e felicidade ao ser humano.
Hoje vivemos em um mundo de tanta competitividade e de tanta tecnologia que o sentido de felicidade e qualidade de vida passam pelas lei que regem todo o sistema de produção e de trabalho. E não tem como fugir a essas tendências que normalizam( criação de normas e regras) as relações sociais, trabalhistas e afetivas como o sistema econômico em que vivemos. A que pontos chegamos , até para o amor criaram regras. Quanto custa por exemplo uma cerimônia de casamento, as custas cartoriais, o vestido de noiva, a recepção aos convidados , enfim , o mercado do amor? Depende do gosto e desejo de cada um, mas que custa muito caro custa. 
Com todos os avanços das ciências e das tecnologias, notadamente das tecnologias da informação e da internet, o que se aconselha às pessoas é buscar um equilíbrio com todo esse aparato e pensar também na felicidade. Nesse desígnio da conquista da felicidade uma boa receita é aquela de não se perder os bons e construtivos vínculos sociais, familiares e afetivos. Como já advertia Aristóteles o homem é um animal social. Duas alianças devemos ter na busca de nosso produto interno da felicidade (PIF), uma com a natureza, outra com as pessoas a nossa volta. Os bens materiais e as tecnologias podem ser acessórios. Mas, a melhor energia e força para nossa felicidade está em nossos laços afetivos que construímos com a natureza e com as pessoas.  Nós não fomos concebidos e designados para o egoísmo e para o isolamento. Somos animais sociais , fraternos e amorosos. Nov/2016.

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