quarta-feira, 30 de novembro de 2016

RIA, RIA...

 SIMPLESMENTE RISÍVEL E HILARIANTE
João Joaquim 

Eu sou um quase fanático por palavras. Elas são tudo ou nada em nossas vidas. Tudo vai depender de qual, de como e onde emprega-las. Elas tanto podem glorificar como desgraçar a vida de uma pessoa. Vamos pegar o exemplo cristalino que tem ocorrido em nosso cenário político. Surge por exemplo aquela salada de interesses do público com o  privado, no caso  Brasil, do mais privado do que o público, quando se trata do múnus dos agentes públicos. Explico melhor: tem lá o ministro fulano que pressionou o colega sicrano para que este tornasse aquele prédio viável, visto que o fulano era dono de um apê naquele imóvel. Prédio este sujeito a embargos de construção por desfigurar o bairro Ladeira da Barra em  Salvador- BA, bairro esse considerado patrimônio nacional pelo Iphan.
Tal fato, como se diz no vulgo, está bombando na imprensa e redes sociais. Em consequência, o agora ex Marcelo Calero- ele era ministro da Cultura, que anda (des)culturada -  pediu demissão e se justificou que não se compactua com ilicitudes e ilegalidade;  e o agora também ex, Gedel Vieira Lima ( era  ministro chefe da secretaria da Casa civil, governo Michel Temer) . Este   se demitiu pela pressão popular, da imprensa e dos adversários políticos. E ainda explicou que o fez por motivos de muita tristeza, dele e de familiares em Salvador, alguns muito bem apessoados, social e financeiramente. 
Mas, as incógnitas continuam.  O que falou o sr  Gedel ? Com que intenção e em  que contexto? Que palavras foram empregadas? “ . Que termos e vocábulos foram proferidos. As gravações poderão  um dia revelarem. 
" verba volant, scripta manent”. As palavras voam, os escritos permanecem. Trata-se de um provérbio de grande significado no aconselhamento do bom emprego das palavras, dos termos corretos para as circunstâncias certas.
Para melhor análise dessa máxima, atemporal, se faz necessário trazê-la para os nossos dias, épocas do esplendor das tecnologias digitais, quando quase nada se faz de forma anônima e clandestina. Ou seja num mundo e numa  era em que tem-se gravação de vozes e imagens, de quase tudo à nossa volta . E aqui dão-se ênfase e louvor a essa banda útil e eficaz das tecnologias, para o bem do lado bom e honesto da sociedade,  e para o mal e a ruína do lado podre e criminoso dessa mesma sociedade.
 E o mais saudável e admirável desse emprego das tecnologias pelas polícias em seus inquéritos e pelo judiciário nas condenações dos criminosos é que a validade das provas se dá para o delinquente comum,  para o pobre desonesto ,  até para os chamados bandidos e quadrilhas do colarinho branco. Os políticos, governantes e empresários por exemplo. Todos do lado público, em cartel e conluio com o lado privado, com  o propósito único e maior de fraudes e assalto ao Estado e aos cofres dos governos.
Hoje, com as mídias digitais, o antigo provérbio  “as palavras voam e os escritos permanecem” tem que ser reescrito. Sugiro este entre outros possíveis: os escritos se destroem, as palavras ficam para sempre. Graças, claro aos celulares, aos smartphones, às canetas que escrevem e gravam, aos Ipads, tablests etc. 
 E com os novos recursos e avanços da internet, o que se diz (diálogo) é gravado e repicado em cópias aos milhares através das tão difusas e propaladas redes sociais e pelas emissoras  de TV. Nada e ninguém mais escapam às gravações. Viva os recursos digitais.
Muito curioso e esdrúxulo sãos os argumentos e justificativas de nossos políticos e outras autoridades públicas quando  são flagradas em suas conversas e palavras nada republicanas
─ Não, não ,  tais expressões, palavras e diálogos não queriam dizer isto e aquilo que os áudios e a imprensa estão dizendo.  ─  Os termos 5%, milhões de reais, a cota que me toca foram expressas em outro contexto. -  quando eu disse Lava-Jato, estava me referindo a meu carro que ia ser lavado no lava-jato
 – Mas , e estancar as investigações ? pergunta um repórter. -  Não, não, eu me referia as investigações de um roubo que ocorrera em meu bairro, do carro de minha família.
 Só gargalhando mesmo de tais risíveis  e estapafúrdias  explicações.
Tais interpretações e (re)significados dados por nosso meliantes e corruptos do mundo político  são similares aquela resposta do marido adúltero que entrevistado na saída de algum motel com a amante sai com esta: a gente estava ali rezando.
 Simplesmente hilariante e risível -  Só isto.  dezembro/2016. 


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