quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Valdevinos...



                                          OS VALDEVINOS DO BRASIL
João Joaquim

Nesses dias do exame nacional do ensino médico (ENEM), vieram-me, de permeio, algumas reflexões sobre a humanidade. A brasileira como modelo porque o Enem é uma exclusividade nossa. O adjetivo médio de nosso ensino é bem ilustrativo visto tratar-se daquela encruzilhada na vida de cada pessoa que almeja ser alguma coisa ou alguém nessa passagem pelo planeta.
Se pegarmos a nossa juventude, pode-se dividi-la   em duas classes de pessoas. Isso grosso modo. Porque há estudiosos e pesquisadores que a subdividem em várias subclasses. Uma como exemplo, a dos chamados três nens.  Quais sejam os jovens que nem trabalham, nem estudam, nem vontade têm para ambas as ocupações. Ou seja, essa 3a subclasse, como se diz no vulgo são os valdevinos  por vocação.
Mas, tornando ao mote central, duas classes de pessoas. A turma que produz alguma coisa e a que nada faz ou produz. Se falamos aqui dos jovens, ela é extensiva às pessoas de todas as idades. Afinal o jovem amadurece e ele será o adulto e idoso de amanhã. Adultos que, independentemente do gênero e sexo nada fazem, nada produzem e se pudessem já nasceriam com uma aposentadoria vitalícia, pensão, mesada e outras benesses, vindas de onde viessem. O  que importa para essa classe de gente seria isso: uma vida fútil, vazia e sem nada acrescentar à família, aos pais, ao meio social onde inseridos, dos quais dependem para cama , mesa e banho .
Melancolicamente, sofrivelmente, o Brasil está infestado desse tipo de pessoas. Classe de gente que começa em idade precoce, na infância, adolescência e juventude. E de plano, como instigante que é tal triste realidade, poderiam ser apontadas as causas dessa trágica constatação de nossa vida brasileira.
Esse contexto se inicia na infância no processo educacional da criança. E aqui têm culpa o Estado( Brasil) com suas políticas precárias na educação pública, tem culpa o nível de escolaridade das famílias de baixa renda, tem culpa a  falta de planejamento familiar e controle de natalidade oferecidos pelo SUS. Alguém menos avisado poderia indagar, mas o que têm a ver planejamento familiar e controle de natalidade com analfabetismo, pobreza, desocupação, desemprego e ociosidade improdutiva das pessoas? As realidades da educação brasileira, da saúde pública e da previdência social respondem por si. São esferas e setores vitais intimamente imbricados. Melhor educação gera melhor saúde pública e previdência social sem déficit . Estes dois fatores  respondem a questão . São esferas e setores vitais intimamente imbricados. Melhor educação gera mais saúde, que gera mão-de-obra mais eficaz, maior qualificação profissional, menos desemprego e uma previdência social mais superavitária e mais segura e protetora para os seus afiliados.
Adicional a todos os fatores enumerados temos a índole latina do povo brasileiro. Ao que sugerem muitos pareceres e obras de sociologia;  a ociosidade, a preguiça, a malandragem, a vagabundagem compõem o espectro da natureza e da índole de boa parcela da humanidade de brasileiros. Além do espírito de porco, muitos têm o espírito macunaímico. Sugiro ler a magistral obra de Mário de Andrade, Macunaíma.
Enfim, são essas duas classes de gente. Uma composta daqueles(as) que vivem na ociosidade, que nada produz. Falar em previdência social. Esta é uma prova viva e irrefutável dessa casta de pessoas. Não é sem razão que essa seguradora estatal está à beira da falência, da insolvência, tamanho o seu déficit. Culpa da corrupção de seus gestores e de tantos benefícios e aposentadorias fraudulentas obtidas por usuários e segurados desonestos.
Contudo, não subsiste só desesperança e fim de mundo. Existe uma classe de jovens, adultos e brasileiros que salva o país e traz muito alento. Todos assistimos a uma parcela de jovens (o Enem como exemplo) que sonham, que pensam, que estudam, que criam. Independentemente de condição sócio-econômica dos pais, de assistência do Estado, dos abrolhos impostos pelo meio social, das dificuldade até de abrigo e mobilidade urbana. Esses jovens são exemplos a ser seguidos e imitados num modelo da cópia do bem. Eles são os adultos e brasileiros que nos orgulham e nos trazem a certeza e a segurança de um país melhor. Com igualdade de educação, justiça e saúde para todos. Que assim seja o futuro para todos.                    Novembro/2016.      


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