segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

MALAS

OS  CATEDRÁTICOS DA MALANDRAGEM E DO CRIME
João Joaquim  


Para a grande maioria das pessoas a honestidade é um comportamento assimilado e aprendido com os pais, com a família, nas escolas e do  meio social. Porque como já preconizava Aristóteles, a ética e a virtude são atitudes que devem ser ensinadas e exercitadas. Agora, há certos indivíduos que , ao que sugerem seus expedientes e atos de vida,  fica a sensação de que sua desonestidade está entranhada em seu DNA, em sua personalidade. Tal constatação se faz naqueles indivíduos que têm plena consciência das ilegalidades e ilicitudes praticadas mas, continuam nas mesmas práticas  contrárias à  ética e às leis.
E é com esses fundamentos e justificações que os juízes expedem mandatos de prisão provisória ou preventiva e encarceram muitos acusados e réus no curso de inquéritos e processos penais. Isto se faz necessário porque o réu solto criará embaraços na apuração de seus delitos, como também continua na prática criminosa. É ao que o Brasil e o mundo estão assistindo com a prisão, antes da condenação, de muitos políticos e empresários nas diligências e operações da lava-jato. São criminosos tão recalcitrantes e refratários que podem prendê-los e condená-los mil vezes, e mil vezes serão flagrados em novos delitos.
 Então deduz-se  desses agentes da desonestidade e do mal que eles padecem de uma deformação genética de caráter. Que no caso aqui suposto, têm indicativos e indícios de hereditariedade. De encontro a essa  afirmação  temos a teoria do bom selvagem, do sociólogo Rousseau: “todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”. Entra nesse contesto – pessoas incuráveis nas condutas criminosas -  a interação (fica a impressão) de uma deformação da índole mais o reforço dos laços familiares e meio social.
 Uma criança jamais nasce com as informações sensoriais (sentidos) do que é honesto e desonesto, salvo os casos psicopatológicos, as personalidades antissociais e psicopáticas, são exceções em que o sujeito não consegue distinguir o ético do antiético, o honesto do desonesto.
Nascidas normais como é a estatística da imensa maioria das pessoas elas devem ser treinadas, instruídas e educadas ao exercício e repetição do bem, da virtude e da honestidade. Se assim fosse feito no processo educacional das crianças,  dificilmente encontraríamos indivíduos tão afeitos e recorrentes a uma vida de crimes e ilícitos. Se buscarmos as biografias de muitos corruptos e corruptores de nosso Brasil, veremos que alguns deles tiveram uma família de maus exemplos, de pessoas mau caráter .
A propósito do jeito e maneiras nada lícitas e antiéticas de se viver eu conto  uma historieta  de uma família de minha convivência. O anonimato tem razões óbvias. Frequentávamos a mesma igreja e alguns encontros sociais, festejos, aniversários. Às vezes, no mesmo dia, saídos da igreja, encontrávamos nessas reuniões sociais. Era então , nessas descontrações e animações que esses membros familiares revelavam o seu outro lado de vida( o lado profano), quando então em tom de vantagem eles falavam das trapaças e trambiques em seus negócios e de como  faziam suas vítimas. Muitos fatos e realizações eram narrados em caráter de deboche e desdém de quem tinha sido enganado e malsucedido. Agora, analise bem que duplo caráter tem esse tipo de gente. Em um só dia o sujeito comete as mais baixas vilanias e delas se vangloria, tendo participado de um ritual religioso, ouvido os sermões , as pregações da “ boa moral”, do bem, da convivência ética entre as pessoas e até participado de uma hóstia sagrada.

Assim são as centenas de outros corruptos e corruptíveis de nosso Brasil. Sejam pessoas na vida pública ou privada. Daí a suposição de que alguns casos, como os aqui narrados,  têm esse “modus delinquendis”  no DNA e na alma. Sem cura. Como imaginar a recuperação de um tipo de gente dessas que leva uma vida de hipocrisia, de falsidades e sem noção do que se deseja, quer, pode e deve ser feito.   Dezembro/2016. 

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