segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

NATAL SEM CARNE

QUE TAL UM NATAL MENOS CARNAL ?

João Joaquim  


Esse dezembro de 2016 bem que poderia ser uma ocasião para, entre tantas reflexões, uma de grande significado e valor espiritual na vida das pessoas. Significado e valores não materiais, embora advindos justamente de dinheiro, luxo, pompa, exibição de riqueza e poder. Basta colocar em relevo que estamos passando pela pior crise econômica e financeira de nossa história. Igual ou pior do que essa talvez só o pós guerra do Paraguai(1865-1870), aquele conflito  em que houve um autêntico genocídio com o povo daquela nação guarani, onde 70% da população masculina foi dizimada pela tríplice aliança:  Argentina, Brasil e Uruguai. E não sem motivo vindo do lado de lá( do tirano Solano Lopez)  mas, que foi um extermínio foi! Matéria para dezenas de outras crônicas, ensaios e novas histórias.
 Mas então, luxo, pompa e riqueza na pior recessão vivida pelos brasileiros. O escabroso e plangente é todos saberem que a angústia e depressão por que passam  nossa economia e crescimento advêm de outra crise imaterial e muito mais grave que é a crise ética. A que também poderíamos nominá-la de moral, dos costumes, das leis, de governança, de  política ; entre outros nomes pejorativos e indignos. Por isso, concito a todos, indignai-vos ante tanta infâmia , tanta depravação e devassidão que nos tornam todos vítimas e pagadores de contas que não contraímos . A recessão e aniquilamento da economia atingem os setores mais nobres e vitais da vida brasileira: saúde, educação e trabalho. Todos, indistintamente somos vítimas desses detratores da nação.
Na história recente e atual já está lá registrado o nascedouro da crise ética e dos costumes que hoje se tornou mista: ética e econômica. Primeiro, conforme assentado pela Justiça,  inaugurou-se o projeto criminoso do mensalão(2005), engendrado pelo partido dos trabalhadores (PT), sob os auspícios e referendo  do governo do ex presidente Lula da Silva, prosseguiu no governo da ex Dilma Rousseff( defenestrada do cargo pelo impeachment , agosto/2016), e tudo parece continuar nas vigas mestras do congresso nacional e governo do atual presidente, Michel Temer. E a continuidade do mensalão (iniciado em 2005) na atual gestão do sr. Temer, não sugere ser apenas respingos. Pelo teor das delações dos executivos da Odebrecht( falam em 800 depoimentos de mais de 77 delatores), as torneiras e dutos da corrupção continuaram até 2014, ou talvez até hoje, dezembro 2016,  a jorrar dinheiro sujo aos churros e borbotões. Não se trata de milhares, mas de milhões de reais e euros aos partidos e governantes dos Estados e da União. São vários partidos, PMDB, PSDB, PT e coligações. Os pilares e colunas da república estão ameaçados de implosão. Rupturas verticais e concêntricas! Estes são os grandes riscos do Brasil. Quem há de nos salvar?  Perguntam todos e com razão . Eu vejo com assombro e terrificado tudo que está acontecendo neste país.  
Dezembro de cada fim de ano bem que poderia ser uma repetida ocasião das festas da alma e do coração. Mas que os espíritos de fraternidade e humildade durassem ao menos até meados de cada ano. Mas, não são tais tendências que observamos ano após ano. Findas as festas de Natal e Ano Novo, todos começam a se preparar em espíritos, cores e fantasias para o carnaval. A origem já diz tudo, os festejos da carne, da devassidão, das transformações, do faz-de-conta, do bota-para-fora as fantasias e desejos. Enfim as folias do álcool, da maconha, das orgias de toda ordem, da esbórnia e da luxúria.
Quem sabe nesse Natal e Ano Novo de 2016/2017,  das crises ética e moral , da pior crise econômica em que vivemos, nós não possamos encarnar e ser atacados pelo espírito da generosidade e amor ao próximo?  Quem sabe doar um pouco que seja de nosso tempo, de nossa amizade, de algum alimento, frugal que seja, tipo arroz e feijão, um agasalho, um medicamento, um amparo a um idoso ou criança carente?
Com gestos tão simples, de pouco luxo o baixo custo, sem pompa e sem muita  exibição, é possível, sim, tornar nossas crises menos nefastas para muitos irmãos, crianças e carentes;  esses brasileiros  que não deram causa e sofrem com os desvarios e insensatezes de muitos intitulados “homens públicos”, mas no íntimo e de espírito malfeitores da humanidade. A assepsia deve continuar em todos os redutos corruptos e corruptíveis. Resta-nos essa esperança.   Dezembro/2016

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