segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

UFC CORRUPTOS X...

O UFC DO   JUDICIÁRIO CONTRA OS CORRUPTOS DO PARLAMENTO
João Joaquim  

 Eu penso como muitas pessoas ,  nunca dos nuncas, neste país, houve tanto acirramento de ânimos entre autoridades. A melhor afirmação aqui  seria entre os poderes (executivo, legislativo e judiciário). E autoridades, bem entendido, são aquelas do judiciário, porque na verdade eu tenho os titulares e membros do congresso como representantes do povo.
Congressistas  exercem funções mais administrativas, em tomar decisões, executar obras e feitos no sentido do bem público, do bem comum. Assim, entendo que o poder de autoridade, aquele de guardião das leis, da constituição e de punição a qualquer delito, esse, sim, é do judiciário, com  todas as instâncias, dos juizados especiais federais (1ª  instância) até ao supremo tribunal federal (STF), nossa última etapa  de Justiça.
Quando se fala em acirramento de ânimos não se trata de força de expressão.  Porque  é ao que a sociedade vem assistindo há cerca de dois anos com a instauração da maior operação de investigação de políticos, diretores de estatais, e empreiteiros que prestam serviços de infraestrutura para o governo. Referida operação, como já do domínio público e popular é a tão temida lava-jato. A denominação Lava-Jato( lava sujeiras e lama) tem fundamento. O nome se deve ao fato de as primeiras investigações ter tido  início num lava-jato de Brasília. Lá era um dos ambientes e “escurinhos” onde se davam as tramoias e tratativas delituosas de nossos executivos, políticos e empreiteiros. Coisas terríveis de se ouvir e relatar, conforme desgravações por peritos de nossa operosa polícia federal (PF).
O país parece estar de ponta-cabeça com tanta confusão e conflagração dos poderes. Em 4 meses tivemos impedimento da presidente Dilma Rousseff, a cassação e prisão do presidente da Câmara , Eduardo Cunha; a prisão de senadores, de deputados;  o afastamento do presidente do Senado Renan Calheiros, a briga de ministros do governo Temer, o bloqueio de bens do  ministro da ativa, caso do Eliseu Padilha. Ou seja, nunca dos nuncas, tivemos tantas escaramuças entre nossos governantes. No momento, eles se ocupam de uma única coisa: a defesa de seus mandatos e patrimônio material, porque o moral eles nem fazem questão , já se  acha perdido há anos.
 É bom ser dito sempre, o Ministério Pública e Polícia Federal, ainda são instituições acreditáveis pela sociedade. A classe médica também tem tido a credibilidade do povo. Apesar de existirem também as chamadas máfias de branco. Também pudera, médicos são homens e corrompíveis . Não deveriam ser , mas há muitos operadores da Medicina, que operam do lado criminoso.
O interessante e muito esperançoso é que a justiça brasileira, a exemplo do que é feito nos EEUU e na Itália, criou o instituto da delação premiada. No mundo ou submundo do crime seria o popular alcaguete ou dedo-duro. Por definição, delação premiada é aquela redução que o condenado tem em sua pena por revelar os crimes e participações de outros comparsas. E é através desse instrumento que a operação lava-jato tem colocado diversos figurões-empresários, diretores de estatais (Petrobras) e ex políticos na cadeia, além de bilhões de dólares já devolvidos e repatriados de paraísos fiscais (Suíça como exemplo).
A maior empresa privada  hoje envolvida no pagamento de propinas a políticos é a Odebrecht. São cerca de 200 denunciados, em negociação de delação premiada. Alguns donos e executivos já foram condenados e outros em vias de sê-lo, daí a redução de penas dos ainda indiciados e réus pela cooperação com a justiça. Há muita esperança de justiça, ainda que tardia , mas  justiça, para esses malfeitores da humanidade. 
Tratando-se então da questão central na chamada desta matéria, do confronto entre membros do executivo e legislativo versus ministério público e judiciário. Até onde se sabe trata-se de um embate inaudito, sem precedentes na história do Brasil e do mundo. Não apenas pelas cifras bilionárias desviadas e surrupiadas dos cofres públicos e das estatais, mas de igual impacto do número de agentes públicos, de todos os níveis, flagrados em desvios de dinheiro público  e corrupção.
O curioso e instigante em todos os embates dos homens públicos versus ministério público, isto é, justiça contra indiciados e réus é que estes perderam o que o ser humano tem de mais nobre, que são a vergonha e a  honra. Todos os malfeitores e criminosos falam como se o roubo, a trapaça, as falsidades ideológicas, o peculato já tivessem sido inseridos em suas normas de conduta ou nos regimentos internos do órgãos e casas que representam. No caso órgãos públicos e congresso.
Os fatos transcorrem assim : a polícia federal apresenta uma gravação do parlamentar em franca tratativa delituosa. Inquirido sobre aquele diálogo, ele com a caradura e de forma cínica tem a acrimônia, a desfaçatez de dar outra versão e justificar que aquelas palavras e termos foram ditos com outro significado. Eles têm outro dicionário, o corruptês, um glossário com novos significados da Língua Portuguesa.
Outros achaques ou defeitos morais de nossos membros do executivo e legislativo são as tentativas de legalizar o que é ilegal e imoral. Assim temos os que defendem o caixa 2 como normal;  e a corrente daqueles que tentam aprovar uma emenda constitucional de paralisar os chamados “crimes por abuso de autoridade”. Enfim e para resumir, com esta última emenda o que nossos indiciados e réus da lava-jato querem é mais imunidade e um aniquilamento das investigações contra si próprios.

 E assim, com esse reco-reco quem vem se sucedendo desde a inauguração da Lava-Jato,  a sociedade e a imprensa não hão de calar. Com que finalidade ?  Para o mal e a ruina dos  criminosos de colarinho-branco, aqueles bem vestidos e bem endinheirados que confeccionam mais as leis deles do que as nossas, pelo menos é isto o que todos os nossos representantes pretendem. Que feio, que vergonha!  Dezembro/2016.

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