terça-feira, 31 de janeiro de 2017

ENGANOterapia

TERAPIAS ANTIAGING E OUTRAS SEM EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
João Joaquim 


É muito louvável, promissora e positiva a decisão do Conselho Regional de Medicina de Goiás(Cremego) em se posicionar e trazer à discussão a temática da medicina da enganação. Esse foi o título de um artigo que escrevi e  fiz publicar no jornal Diário da Manhã e  em minhas páginas na internet.
 Numa  sessão plenária ocorrida em novembro/ 2016, o cremego trouxe o tema à baila, com participação de conselheiros de outros estados e representantes de vários especialidades. Titulares e praticantes de dermatologia, geriatria,  endocrinologia e cirurgia plástica estiveram presentes, dentre outros ramos da medicina.
No mundo e na idade digital em que vivemos trata-se de um absurdo constatar  que ainda sobrevive e prosperam a tal prática da medicina e tantas terapias sem embasamento cientifico. Com os avanços tecnocientíficos que conquistamos se torna inaceitável qualquer procedimento diagnóstico ou terapêutico sem os chamados estudos científicos e ensaios clínicos; pesquisas essas feitas  por pessoas altamente qualificadas, por instituições sérias e tudo aprovado e referendado por comissão de bioética.
Eu considero intolerável que as pessoas sejam expostas, em nossa era da comunicação gratuita e instantânea (redes sociais da internet), às práticas de charlatanismo, curandeirismo e vigarismo no meio médico. E tais práticas tem sido repetitivas no atendimento às pessoas de todas as classes sociais. Todos estão igualmente sujeitos às chamadas terapias do embuste, da enganação, da embromação dos falsos profetas das curas.
Um médico, um cirurgião, um ortopedista que pratica uma medicina sem evidência-científica está agindo como um charlatão, um curandeiro, um mero operador de pessoas. Eu sempre disse e reitero que o charlatão mais nefasto é aquele diplomado, porque ele tem mais regalia e credibilidade em suas práticas. O charlatão ou curandeiro leigo quando muito vai vender alguma terapia  inócua ou de baixo potencial ofensivo. Uma “garrafada”, uma erva, uma infusão vegetal, um emplasto etc. O diplomado, não, este tem a chancela do órgão fiscalizador onde inscrito. Para tanto ele costuma exibir até nas paredes do consultório os diplomas e inscrição dos conselhos que regem , regulamentam e fiscalizam a profissão , é o caso de nosso egrégio e colendo Cremego, a quem todos nós médicos devemos respeito e apoio em seu difícil múnus de normatizar e vigiar a prática da Boa e Ética Medicina. Além de punir,  é o que espera a sociedade, os desvios e ilícitos atos dos maus profissionais. Felizmente são poucos.
Dentre os praticantes da medicina da enganação temos aqueles que cometem fraudes contra o SUS e contra os planos de saúde. Tais falsos profetas da profissão cometem os chamados ilícitos éticos triplamente qualificados. Isto porque eles lesam os colegas da profissão daquele plano de saúde, lesam o próprio plano e os pacientes do seguro.

A plenária temática do CRM-GO “  a prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas” foi muito oportuna e feliz. De minha parte louvo como promissora a preocupação da direção do conselho. Eu sugiro que haja mais do que uma nota técnica, talvez um normativo ou resolução que investigue tais práticas referidas no texto. Que haja expressa vedação ao exercício de tais condutas e “terapias empíricas ou curandeiras” e que seus autores sejam ética ou até civil e penalmente punidos. Janeiro/2017

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