terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O NOVO JÁ VELHO


                                  ANO NOVO E FATOS VELHOS
João Joaquim  

O ano de 2017 está parecendo muito aquelas pessoas de espíritos volúveis e inconstantes. Eu explico melhor: sabe aqueles tipos que nos festejos de natal e ano novo desejam felicidades em profusão aos outros?  Mas, mal inicia o novo ciclo e continua no mesmo ritmo do ano vencido? Assim está sendo o 2017. “Ora pro nobis”. O janeiro mal começou e já tivemos ataques terroristas (Turquia), rebelião de presos no Brasil com vários mortos( mais de cem) e com  degolas. A  inflação se mantem ameaçadora, o trânsito continua dizimando vidas, os assassinatos de toda natureza são os mesmos de antes, as ondas de corrupção idem.
Enfim é um ano com maus presságios. E para piorar, sem ser espírito urubuzinho ou murfino( de Murphy, lembram da lei de Murphy?) vem recrudescendo algumas doenças que pareciam dominadas. São os casos da febre amarela e da sífilis. São casos assustadores. Isso para não falar nos casos de dengue, zica e chikunkunya que vêm atormentando as pessoas.
 Em tempo, a lei de Murphy refere que se um fato tem chance de dar errado, ele o fará da pior maneira possível. Então , é bom todos cuidarem porque o aviso está dado. Depois não venham me  inquirir que eu não avisei.
Poucos dias atrás  alguém perguntou-me por que do nome febre amarela. Como se temperatura corporal tivesse cor. Eu explico. O nome se deve a dois sintomas da doença: a febre e a icterícia, icterícia  que torna a pele e mucosas de cor amarelada, simulando uma hepatite. Trata-se de um quadro bastante grave que pode levar à morte. E o bacana que com  uma dose da vacina, a pessoa está imune. Resta torcer para que não continue faltando o produto nos cais e hospitais públicos.
Agora curioso e pitoresco é a sífilis. O nome da doença vem do topônimo siphilus. Trata-se de um personagem mítico que despertou a ira dos deuses. Ele então é castigado com uma doença sexualmente transmissível, repugnante e muito contagiosa. Antes da descoberta dos antibióticos (penicilinas por exemplo) a vítima de sífilis morria de forma insidiosa pelas graves sequelas, até neurológicas, que a doença pode provocar. O intrigante é que a doença se manifesta nos órgãos sexuais, pênis , vagina. Aqui ela pode cicatrizar, mas ela de forma sub-reptícia e lenta, dissemina pra outros tecidos e causa graves lesões internas.
Fica a impressão de que este ano novo com fatos velhos, e até meio esquecidos, veio para mostrar aqueles espíritos que não se renovam, que todo recomeço depende de cada um de nós. Eu estou tendo a sensação de que o velho se deixou ser abatido e esquecido , mas disse bem sorrateiramente:  eu passo e fico vencido mas deixo todos os meus males e mazelas para vocês que me desdenharam. Vá lá agora entender, o 2016 praguejando o novo.
 Assim, na passagem de cada Natal e Ano Novo,  ouvimos e recebemos os mais diversos parabéns e apelos. E quando analisamos com nosso crivo da razão constatamos o quanto de vazio, de hipócrita e superficial existe no íntimo e vontade de muitas pessoas, que sequer permitem revolução e renovação  de suas próprias condutas e vidas.
E ao cabo no volver do novo ano temos o mais do mesmo que foi o velho ano de 2016. Crises de toda ordem. Na economia, na violência pública e privada dos presídios. Não bastassem todas essas crises, temos aí as crises das doenças e da saúde pública. O ano de 2017 nem bem esquentou e ele já nos mostra as suas  de crises. E o golpe de misericórdia veio nesse  19 de Janeiro/2017, com a trágica morte do ministro do supremo tribunal federal Teori Zavascky, no acidente de avião que caiu no mar de Paraty RJ. Com isso mais uma crise pode se instalar, na Justiça e na política, quem conduzirá agora os processos da Lava-Jato, no Supremo? Ao que parece o Murphy se remexeu e mostrou de novo as suas garras. “Ora pro nobis”. Janeiro/2017.


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