sábado, 29 de abril de 2017

FÉ ILIMITADA

 NOSSO SENSO E SESTRO  DE ACREDITAR EM TUDO
João Joaquim  



Todos nós temos visto e acompanhado os grandes feitos e fatos pelo Brasil e pelo mundo afora. São os acontecimentos por exemplo do Brexit no reino unido, das trapalhadas e trampadas do presidente ianque Donald Trump, da crise humanitária e política na Venezuela, da sanguinária e fratricida guerra da Síria do carniceiro Bashar Al Saad e de nossa crise ética, econômica e política. Conturbação e crise nunca antes registradas na história do Brasil.
Assim intituladas eu tomo como deixas e motes, os fatos lembrados para trazer à baila uma característica da mente e percepção das pessoas, aquela de se acreditar de forma definitiva ou prontamente em tudo que se é narrado, noticiado e divulgado como verdadeiro.
Todos temos uma tendência em aceitar tudo que nos é apresentado como real e verídico em uma primeira versão. Isto porque somos imediatistas ,  susceptíveis e sugestionáveis pelas funções sensoriais e nosso senso crítico.
Acreditar de pronto no que nos é proposto e contado em uma primeira versão exige pouco ou nada de nossa elaboração mental, de nosso ceticismo e de nosso raciocínio lógico e de nosso cabedal de conhecimento. Ou seja, quanto menos preparado o indivíduo, cultural e profissionalmente, menos crítico ele é , menos exigente também no que vê, ouve e assiste.  São esses os processos que nos levam ao não contradizer, ao não contra atacar com nossas dúvidas e questionamentos.
Nesse processo da imediata aceitação das ocorrências como verdades prontas e acabadas entra também um outro fenômeno; o conforto ou comodismo da não ciência ou conhecimento dos fatos narrados. Como exemplo desses mecanismos vamos citar alguns fatos ocorridos, bem atuais, aqui no Brasil, para dar mais consistência dessa eterna predisposição da sociedade na acreditação espontânea e  fácil das coisas.
A notícia da chamada pílula do câncer, a fosfoetanolamina. Milhares de pessoas, das mais distintas classes sociais, profissionais e culturais, acreditaram naquela substância como o elixir de cura e salvação de milhares de pacientes portadores de câncer. E muitos de fato melhoraram, não pelo uso da pílula, mas pela  força de tratamentos convencionais que já faziam e por reação do próprio organismo e baixa malignidade de seus tipos de câncer.
Várias ações judiciais foram movidas em favor da liberação da substância e até juízes entraram na onda na concessão de liminares pelo direito à aquisição e uso do medicamento. Hoje, já se sabe que a fosfoetanolamina e água morna têm o mesmo efeito anticancerígeno. Ou seja, nenhum.
No campo político, entre tantos outros fatos, temos como amostra grátis a discussão sobre a tão propalada e combatida reforma da previdência. É de majoritário entendimento, no qual este escrevinhador se inclui, de que as propostas se apresentam com muitos pontos e cláusulas desfavoráveis aos trabalhadores. Tanto aqueles servidores públicos como os privados. E agora o governo do presidente Michel Temer quer excluir da reforma os funcionários estaduais e municipais. Todavia, o meu tema e debate aqui fogem aos pontos negativos e construtivos para quem vai se aposentar pelas regras (novas) da previdência social.
A questão central é desta crônica é a acreditação e fé imediata nas casas que nos são narradas e noticiadas ; assim pergunto: quantos ferozes críticos da reforma fazem tais viperinas críticas com o necessário conhecimento e leitura das propostas ali apresentadas?
Em suma e ao término da crônica ficam os tão repetidos e encontradiços fenômenos em acreditar em tudo à primeira vista, nos boatos tidos como verdadeiros, na pura e simples fé em algum relato como algo concreto e  não contraditável. Numa frase, estamos mais do que nunca na era e nos tempos das pós verdades. Isto pode ser muito perigoso e mostras do quanto temos nos tornado frágeis de crítica, de intelecto e de conhecimento do mundo. Ou eu estou exagerando ? Abril/2017

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