sábado, 29 de abril de 2017

HUMOR

 SER FELIZ   FLEUMÁTICO OU RAIVOSO E BILIOSO
João Joaquim  


Quando se fala em humor em nossos tempos vem logo à nossa memória aquele sentido que tem o termo de se referir à vocação ou tendência latente em cada um para a alegria, para a graça, para o riso, enfim àquele momento de relaxamento de ansiedade, enfim estar em  serenidade. Tal predisposição da alma e do espírito se tornou até uma arte, uma profissão. No Brasil, temos como exemplos um Tom Cavalcante, um Jô Soares e Chico Anísio (falecido) entre muitos outros humoristas  menos famosos.
Na verdade, trata-se de uma habilidade nata. O indivíduo já nasce engraçado. Um exemplo muito sabido , em âmbito mundial,  foi Charles Chaplin. Ele em si era o humor em pessoa, além de grande dramaturgo e exímio ator.
A origem do que hoje entendemos como humor vem de priscas eras e tinha outro significado. Ainda hoje temos resquícios do que era estudado pela antiga medicina. Vamos então a questões pontuais da história. Hipócrates, considerado o pai ou precursor da medicina propôs a teoria dos quatro humores. Eram eles o sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis negra. Outro pensador e médico que defendia a mesma teoria foi o grego Claudio Galeno, de Pérgamo. Admite-se que a homeopatia criada por Samuel Hahnemann (1755-1843) foi inspirada na teoria dos quatro humores de Hipócrates e Galeno.
De fato há mesmo um certo nexo lógico entre os dois cientistas . Galeno pode ser  Considerado o pioneiro das chamadas formulações magistrais. São aquelas cujos princípios ativos são variáveis, a depender do paciente e profissional que as indica. Diferente da chamada fórmula  oficinal cujos ingredientes são fixos e tem validade mais prolongada.
Eu disse que a medicina atual tem resquícios da medicina hipocrática e galênica. Ao menos em terminologia. Por exemplo, nos olhos temos dois tipos de humor, o aquoso que preenche a câmara anterior do globo ocular e o humor vítreo (translúcido como vidro) que preenche a parte posterior dos olhos antes da retina. São componentes gelatinosos de grande importância na fisiologia da visão.
Outros pensadores e cientistas também defenderam a teoria inicial de Hipócrates e Galeno. Um exemplo que a história registra é a do médico suíço Paracelso (1493-1541). Ele dava muito realce por exemplo à composição e efeito dos minerais no organismo humano. Talvez dele  é que tenha nascido a ideia da chamada “medicina ortomolecular”. Prática não reconhecida pelo conselho federal de Medicina.
A tese central da teoria dos quatro humores de Hipócrates era que a saúde do indivíduo, a chamada homeostase interna dependeria da perfeita concentração e equilíbrio dos quatro humores: sangue, fleuma, bílis negra e bílis amarela.
O sentido das ideias de Hipócrates em sua teoria dos humores remanesce na medicina moderna e na cultura popular, senão vejamos alguns significados.
Do sangue temos os adjetivos  sanguíneo, sanguinário e pletórico. Traz a conotação de um indivíduo avermelhado, mau,  raivoso e colérico. De fleuma temos, fleumático  e diz-se do indivíduo sereno, pacífico, calmo. De bílis, bilioso, angustiado, deprimido. O termo humor negro por exemplo traz esse sentido, amargurado, deprimido, sem nenhuma graça ou encanto.
Por isso e como recomendação de boa saúde é  que eu, o que aqui vos escreve,  continuo fleumático, banhado dos humores da alegria, do riso e de felicidade.
Em termos científicos o que temos hoje? Dos quatro humores de real temos o sangue e a bílis. A cor da bílis é amarela e única. Ela pode se tornar negra, no caso de uma inflamação , de uma infecção o em sangramento de vias biliares. Talvez a fleuma a que se referia Hipócrates seja a linfa, da circulação linfática, de cor esbranquiçada tirante ao leite. Mas, ela nada tem a ver com efeito de alegria e bom humor. Se alterada e represada ela vai causar inchaço, edema e muito desconforto no órgão envolvido. A bílis fora da circulação hepática ( vias biliares) é uma substância altamente irritante e passível de graves complicações no abdome. O sangue quando diluído, com hemoglobina baixa gera  a anemia. Se muito concentrado, contrário da anemia, ele causa um estado pletórico, o indivíduo fica afogueado, vermelho e tem tendência a trombose. Por isso, nessa condição existe a indicação para sangria, que consiste em simplesmente o indivíduo  doar o sangue num banco de sangue e tratar a causa dessa chamada poliglobulia, alta concentração de hemácias e hemoglobina  .   Abril  /2017.  

Um comentário:

Cardiologista disse...

Muito importante o estilo de vida que se leva. O Cardiologista recomenda sempre uma vida saudável em todos os sentidos, até para a prevenção de doenças do coração.

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