sábado, 29 de abril de 2017

SEM RAZÃO

ESTAMOS NUM  PROCESSO DE DESRACIONALIZAÇÃO  
João Joaquim  


Eu dei de começar este artigo por um outro artigo a que eu assisti. Assim expresso inda que  soa impróprio e esdrúxulo, mas, não! Ele foi emblemático e a genuína realidade do vem a ser a sandice, a insanidade e a insensatez que velejam na cabeça de enorme parte da humanidade. Não estou aqui para abobrinhas e platitudes. Simplesmente transunto e traduzo o que meus olhos veem e o que meus ouvidos ouvem das pessoas.
Eu estava de telespectador, atividade que faço com muita moderação e parcimônia. O artigo ou matéria que se veiculava era um programa do governo de Goiás para sorteio de casas populares, a preços subsidiados. Assemelhado ao “minha casa minha vida, do governo federal”. A matéria mostrou como exemplo uma adolescente senhora (cerca de 20 anos de idade) que fora contemplada no sorteio.
As imagens mostravam essa mãe ao lado de um rústico barracão cedido pelo sogro, com uma filha grudada ao corpo (cerca de 3 anos) e grávida do próximo filho (talvez 20 semanas de gestação).
A cena, as imagens que ficaram em minhas retinas foram estas: a menina filha como que assustada e quase nua, abraçada ao tronco da mãe. E esta mãe gestante (20 anos de idade) a espera de um abrigo mais digno para morar, cedido por referido programa social e de amparo do governo de Goiás.
É de direito de quem me lê se mostrar se não em pasmo, no mínimo curioso e talvez me inquirir: ora! O que tem a ver uma mãe tão jovem (20 anos) já à espera do 2º filho, que não tem onde morar e a espera de uma casinha subsidiada pelo Estado (seja o de Goiás, ou da União)?
Vou dar azo a mais um aparte a quem possa interessar. Mais que isso,  explicar que o meu espanto e minha reflexão não estão voltados apenas à figura da mãe e ao cenário de pobreza da referida família que ilustrou a matéria da televisão. Minha análise e preocupação se voltam para aquela criança (3 anos) e o nascituro, seu futuro  irmão.
Eu tomo de empréstimo e símbolos essas duas pequenas criaturas. Porque elas são emblemáticas do que se passa em nosso combalido e desacreditado Brasil, como de resto todas as nações com igual ou piores índices sociais, econômicos e de qualidade de vida; entre eles IDH, indicadores de educação como pisa e desempenho em matemática e idioma pátrio(leitura).
Tomando o caso do Brasil como modelo, temos a cada ano milhões de crianças que são jogadas ao mundo, postas ao léu, à prova de todas as indignidades a que pode suportar uma pessoa na sua fase de crescimento e desenvolvimento.
Uma criança de 3 anos ou 5 anos não tem, mas se déssemos a ela a capacidade crítica, o entendimento mínimo de revolta ou o poder da indignação, o que ela certamente protestaria seriam essas cruas e mordazes verdades e gritos de misericórdia . Oh! pai e mãe, por que vocês me fizeram nascer e me colocaram neste mundo de homens e mulheres tão desumanos. Que mundo, que vida, que terra são essas onde poucas pessoas têm tanto e muitos outros tão pouco ou nada têm?
Retomo então o exemplo da mãe adolescente e suas duas crias. Tal pessoa se mostra um indivíduo que porta um certo nível crítico, um dado discernimento e grau de inteligência; numa análise a distância. Tanto assim que se inscreveu num programa social de casa popular e aguardava ansiosamente pelo sorteio de seu nome. Ou seja, ter um abrigo com um mínimo de dignidade para si, para o marido e filhos. E seu planejamento familiar , controle de natalidade ?
Então vem a pergunta capital para referida pessoa: e o futuro e a dignidade dessas crianças postas no mundo. Como será a assistência na alimentação, na higiene, nos cuidados médicos, e o mais importante e decisivo: como será o processo educacional de longa duração dessas crianças? Assim postas tais simples questões, não parece muito de uma mente acometida de  sandice, de insanidade e insensatez que tomaram conta da humanidade?
É o que me parece! A mãe adolescente aqui retratada é apenas um exemplo das milhões que há pelo Brasil e outros países em franco atraso no que se refere aos atributos de uma pessoa humana. Animal racional, na taxonomia dos cientistas, classificado como superior, inteligente, dotado de discernimento , e portador de alma e de coração. Será  que foram perdidos  esses atributos ? Depois deste caso-modelo , como de resto milhões de outros , estou levantando uma tese de que vimos perdendo a razão e os princípios de sensatez. Março/2017

Um comentário:

Cardiologista disse...

Incrível! O Cardiologista é de extrema importância para fazer acompanhamento de qualquer pessoa, com sintomas ou não, de doenças do coração.

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