quarta-feira, 7 de junho de 2017

Delações e dilações...

FRENTE A TANTAS   DELAÇÕES ESPERAM-ME MAIS DILAÇÕES NA PUNIÇÃO AOS CORRUPTOS E CORRUPTORES NA OPERAÇÃO LAVA-JATO

João Joaquim   


Finalmente o mundo, o Brasil, o planeta inteiro teve a certeza plena das razões, das causas de nossa derrocada, de nossa ruína, de nossa falência econômica e social. Principalmente econômica, que como de roldão, numa aluvião e borrasca levou  ao aniquilamento de nossos bens e recursos sociais e éticos. Estou a me referir aos descalabros, aos assombros, aos horrores que vêm sendo exibidos pelos jornais nacionais e do mundo, alusivos às delações do “fim do mundo”, dos executivos da empreiteira e construtora Odebrecht, desde quando ela foi criada.
São delações dos crimes de corrupção de todos os partidos, de todos os governos.
E os depoimentos dos ex executivos da Petrobras, do ex presidente Lula da Silva e dos marqueteiros João Santana e esposa Mônica Moura ?  Tem-se ali o tiro de misericórdia na responsabilidade , sobretudo , dos companheiros Lula e Dilma Rousseff, nos descalabros delitivos quando ambos foram presidentes do Brasil.
Não sobrou ninguém. De norte a sul, de leste a oeste. Autoridades de todos os níveis, de todas as instituições faziam parte do esquema de propinas, subornos e corrupção. Corruptores e corrompidos, todos irmanados no mesmo objetivo. O alvo de todos era dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. E não era qualquer dinheiro. A unidade monetária básica não era mil, mas milhão. De preferência moeda forte, dólar ou euro.
O lado perverso e curioso de toda essa horrorização é que não escapou ninguém. Todos solidariamente estão envolvidos no megaesquema criminoso de exigir e receber propinas, mesadas e outros pagamentos de corrupção. Em troca as empresas e construtoras tinham regalias, licitações fraudadas, obras superfaturadas e milhões de lucro , a custa do dinheiro público, do BNDES, do tesouro nacional.
Milhões de reais e dólares eram repartidos entre os partidos e políticos. Os filiados e prepostos do PT reclamavam que o mensalão (esquema de corrupção ocorrido no governo do partido dos trabalhadores, do ex presidente Lula da Silva) foi uma perseguição engendrada pelos adversários da sigla. O que é uma falácia e pós-verdade, porque as provas documentais do ministério público e justiça foram robustas e fartas; tanto que vários petistas e coligados foram condenados e presos.
Os depoimentos dos executivos da Odebrecht, quando revelam como eram feitos os acordos de troca pública com o  privado têm sido de estarrecer até aos próprios depoentes e corruptores. Pelo que fica dedutível é que a empresa não tinha concorrentes. Ela comprava e fraudava a execução de todas a obras.
Os esquemas e arranjos criminosos iam além das fronteiras. Várias obras, em vários países eram executadas com as mãos e influência de nossos governantes (Angola e Cuba, por exemplo). Em Cuba, por exemplo, foi construído o Porto de Mariel, com financiamento de nosso BNDES, com promessa de pagamento a perder de vista, um mimo para a ditadura comunista dos irmãos Castro.
O que sugere de “bom” agora, se assim pode se dizer; é que no cartel público-privado governo/Odebrecht, todos passaram a ter culpa no cartório e na justiça. Alguns políticos estão de cabelos eriçados e insones. Não é para menos.
Uma questão que causa impacto e assombro nos depoimentos é a naturalidade, normalidade e fluência dos depoimentos dos delatores. Tanto os empreiteiros donos, Sr. Emílio e filho Marcelo Odebrecht  ,falam em uníssono com os outros executivos responsáveis pelos vários braços de atuação da empresa.
O mais espantoso é que as empreiteiras tinham um departamento de propinas, onde se contabilizavam quem iria receber quanto. Cada corrupto politico tinha um apelido, e essa face do cartel de delitos merece até um estudo antropológico e psiquiátrico.
Havia como que um governo paralelo. Um comando privado em comunhão com o governo federal e todas as demais lideranças de estados e municípios( em camarilha ou quadrilha mútua). Na Odebrecht, esse departamento tinha até um nome pomposo, departamento estruturado, com um executivo dos mais competentes para gerir essas propinas.
Enfim, não se acredita ter chegado ao fim do mundo, nem do Brasil. Embora, econômica e moralmente, esteja o país na UTI, respirando com ajuda de cateteres de O2. As revelações das causas de tanto fracasso e quebradeira se mostram uma oportunidade de a justiça, o ministério público e a sociedade recuperar o país de tão grave e sistêmica crise em que está mergulhado. Para quando, se torna imprevisível. São mais de 200 denunciados, políticos e empresários . Se passados 5 anos, ao menos 10% deles estiverem presos e pagando pelos malfeitos já fica a sensação de punição. Mas, que ficam um certo ceticismo e desconfiança, ficam.  Maio/2017. 

Um comentário:

Cardiologista disse...

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