sexta-feira, 30 de junho de 2017

inveja

MALIGNA E SANTA INVEJA
João Joaquim  

Para falar do presente tema eu inicio com uma reflexão pontual sobre um sentimento humano. Um sentimento que pode se subdividir em dois polos quase antagônicos. Estou a me referir à inveja. Dois são os significados que podem-se atribuir a tal sentimento. O primeiro de tendência negativa e destrutiva. Nada mais é do que a cobiça, o desejo patológico pelo fracasso do sucesso de outem .  Sucesso ou atributo que vejo em outra pessoa. Ou ainda, nesses mesmos termos um certo sofrimento ou incômodo em não possuir o que o outro possui, seja em atributos sociais e intelectuais ou bens materiais( essa também dita inveja maligna).
O segundo significado refere-se à inveja construtiva e benfazeja. Também nomeada de santa inveja. Essa forma de inveja se torna construtiva e saudável sobretudo quando o indivíduo se propõe a repetir, copiar, mimetizar e estender os feitos, realizações e talento de outra pessoa. Trata-se de uma imitação do bem, quando esse atributo traz benefícios morais, intelectuais e até material a esse repetidor e imitador (copiador   do bem). Mais importante que beneficiar o próprio agente dessa imitação, se essa prática da santa inveja resultar no bem de outras pessoas, sejam elas das relações ou não desse agente propagador ( bom invejoso).
De como surgiram as duas invejas. O que se narram lá do nascedouro das coisas e da vida dos seres viventes:  deram-se assim o surgimento das duas invejas, a santa e a maligna inveja. Diz a lenda que acabado o mundo Deus impingiu em sua criatura todos os sentimentos do bem. Inconformado, o renegado lúcifer, o decaído e antes habitante do paraíso mostrou-se invejoso das virtudes do criador e instituiu-se o seu demoníaco sentimento antagônico em antítese a santa inveja. Deus se tornou invejado. “Invejado! A invejar os invejosos” (Castro Alves).
Foi dessa passagem e circunstância que estabeleceram-se essas duas faces ou tipos de sentimentos em relação a outra pessoa. Alguns ramos das ciências humanas nas áreas do comportamento e psicologia já iniciaram ensaios e estudos das invejas, mas todos resultaram inconclusivos. De todo modo, segundo  a Estatística, a ciência da imprecisão dos números e nas conjecturas, afirma peremptoriamente que a inveja maligna supera geometricamente a inveja santa. O que fazendo também uma análise observacional e empírica tem-se a mesma conclusão.
Assim seguem o mundo e a sociedade. Assim se dá a toada das coisas e dos homens que comandam a humanidade. Bom e virtuoso seria que o planeta fosse povoado e cuidado só de gente imbuída e movida por aquela santa e construtiva inveja.
Dessa forma, esse generoso sentimento seria aquela vetor, aquela força-motriz a propagar tudo que fosse útil, benfazejo, construtivo e consútil.
Como  se daria o empreendimento da santa inveja? Tem-se em minha cidade ou em outras plagas alguém que chegou-se a uma boa descoberta ou grande invento. Vamos disseminar o seu emprego a todas as pessoas. Tem-se lá um grupo filantrópico, acolhendo e socorrendo carentes e deficientes. Vamos num gesto e inciativa fremente replicar tal feito caritativo a todas as gentes, sejam elas indigentes ou de outros cuidados e sentimentos carentes. Não importa!
Entretanto, o que tem grassado, reverberado e desgraçado a sociedade tem sido essa iníqua, malvada e diabólica inveja. E tal sentimento tem vicejado e germinado em todas as searas da vida. Do campo  estatal ao religioso, do empresarial ao pessoal, do coletivo ao individual. São os invejosos do mal, são os invejosos vandálicos, sãos os invejosos a invejar o que não lhes pertencem e nem lhes diz respeito!
Assim vem prosperando o mal, a malignidade e todos os seus herdeiros e correlatos. A corrupção, a impunidade, os crimes passionais, o feminicídio são exemplos deles. Toda forma de violência  que se assiste contra a mulher é uma classe de inveja maligna ou diabólica inveja> Outro grupo movido da maligna inveja, o de políticos. Tem-se lá os da situação, que estão se locupletando, se corrompendo com dinheiro público. Novas eleições, novos ocupantes do Poder. A a corrupção volta na mesma toada. Era pura inveja dos que estavam fora do governo.  Ou alguém pensa diferente? Se tem gente que assim o faz e reflete, eu não tenho a mínima inveja dessa classe de gente e fim de papo.Junho/2017.  

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