quinta-feira, 31 de agosto de 2017

CRIMES JOVENS

OS CRIMES INFANTOJUVENIS VEM DA MÁ EDUCAÇÃO FAMILIAR E DAS DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS OMITIDAS PELAS FAMÍLIAS

João Joaquim 


Uma questão social e comportamental que tem preocupado as famílias e a sociedade tem sido o envolvimento de adolescentes e jovens na prática de crimes contra a vida. São ameaças, lesões corporais e a consumação de muitos desses delitos. Muito tem se discutido sobre tais questões. O que representa o bullying nesse contexto? Os jogos eletrônicos de violência;  o consumo de drogas ilícitas; O papel da chamada educação familiar; e as doenças psiquiátricas.
Na digressão desta temática e para facilitar nosso raciocínio, vamos dividir tão grave questão em dois módulos, a) as causas socioeducativas e b) as causas por distúrbios patológicos do comportamento /ou os transtornos  psiquiátricos.
No conceito  de educação não custa relembrar que o homem é fruto do meio social onde nasce e vive, onde é educado, enfim ,onde recebe as primeiras impressões sensoriais que o marcarão para sempre.
Em matéria tão importante ficam aqui as teses do empirismo de Francis Bacon( 1561-1626) John Locke(1631-1704) e David Hume(171-1776). Esses três grandes filósofos contrariam as teorias de Platão e de Renê Descartes para os quais o indivíduo já nasce com ideias inatas (teoria do inatismo).
Ora, torna-se de fácil entendimento, conforme explica John Locke, que a criança ao nascer tem o seu cérebro comparado a uma lousa em branco (tabula rasa). É bem perceptível que o aprendizado mais rudimentar e a linguagem são dominados de forma repetitiva e paulatina. E assim ocorre com toda percepção sensorial, com todo o comportamento social e aquisição dos conhecimentos que são dispensados e propostos a essa pessoa em formação, por isso criança (de criar, criantia).
Com fundamento nessas premissas da vida cotidiana de cada família, de cada pessoa, torna-se de fácil e simples aceitação que o indivíduo é fruto sobretudo de sua educação de berço, dos pais, dos cuidadores, de seus primeiros referenciais que são esses parentes. Que sejam na maioria das vezes o pai e/ou a mãe, os avós ou outros cuidadores e responsáveis. Não importa quem educa !
O que se tem de certo e muito robusto é que esses primeiros responsáveis, criadores e tutores inscreverão, gravarão, plasmarão e determinarão se essa cria, essa criança trilhará o caminho do bem, do mais ou menos bem, ou do mal. Cumpridas todas essas diretrizes na educação de uma criança até a idade adulto, se ela se desviar de uma conduta honesta e cidadã, provavelmente essa pessoa tem alguma doença social, comportamental ou psiquiátrica. E as estatísticas e censos são incapazes dessa quantificação por culpa das próprias famílias que omitem ao máximo tais casos  pelo estigma e preconceito que esses transtornos trazem.
Uma outra tese que temos que admitir é que a criança é uma semente em potencial para o bem ou para o mal. Ela se inclinará para um ou outro polo a depender dos estímulos recebidos. Ou seja, do processo educacional iniciado na fase do berço e da chupeta. As escolas e seus métodos pedagógicos terão um papel complementar, sobretudo na imposição de disciplina e limites, no ensino de ética e honestidade.
Quanto à violência e crimes relacionados com bullying. Trata-se de uma forma de discriminação, de preconceito em enxergar no outro algum detalhe ou diferença anatômica, um comportamento ou gestual discordante com o “padrão”. Vale ressaltar que muitas vezes tal reação de rejeição do outro vem de um comportamento familiar. Nenhuma criança ou adolescente traz esse comportamento inato, gravado nos seus circuitos cerebrais. Ele é um comportamento aprendido de casa. Ninguém nasce com a vocação da rejeição.
Quanto aos games e jogos com teor de violência; como exemplo o ainda praticado jogo da baleia. Trata-se da maior insanidade e demente permissão a um adolescente ou jovem. Uma bestialidade e insensatez no rosário de besteiras que oferece o mundo dos games e jogos eletrônicos.
Que diversão demoníaca é essa onde o jovem é desafiado ao suplício, a automutilação, culminando até ao suicídio? Só mesmo na mente de um criador psicopata e mentecapto poderia se concretizar tal invenção, deveria se possível ser segregado do convívio social porque está a serviço do crime, da violência e deturpação das mentes dos usuários dessa monstruosidade “ lúdica”.
Por fim as questões de violência e crimes tendo como causa as doenças comportamentais  e psiquiátricos. É bem sabido e certo que toda psicopatia traz um enorme estigma social.
A própria depressão e o transtorno de ansiedade já trazem em si uma rejeição, uma omissão, uma subnotificação, por culpa dos familiares de seu portador. São doenças muito prevalentes e que geram um certo preconceito no meio social e profissional do portador.
Agora, imaginemos as doenças psiquiátricas de maior impacto social e emocional e de pior prognóstico. São os diagnósticos por exemplo de uma esquizofrenia, transtorno bipolar, personalidade psicopática. São distúrbios psiquiátricos que as famílias não aceitam nos seus sintomas iniciais. Muitos casos só se tornam conhecidos e tratados após algum episódio de grave agressão física ou assassinato.
Um portador de  esquizofrenia ou de conduta antissocial tem o mesmo potencial pernicioso e de violência que um pedófilo ou estuprador. Será que alguém em sã consciência tem dúvida da mente patológica desses tipos aqui referidos. De igual forma  com aquele que comente feminicídio motivado por um ciúme doentio, como assistimos tanto em nossos dias e noticiados nos jornais, redes sociais e televisão.
A biologia, a psicologia e a psiquiatria não podem mais duvidar dessa triste realidade que, às vezes, é  subestimada e subnotificada pelas famílias e cuidadores.   Agosto/2017

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