segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ROUPAS.....

COM ROUPA E SEM ROUPA PORQUE É FASHION
João Joaquim  
“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é o que você é. E quem você é? Você sabe?” (Coco Chanel).

Com efeito ao se falar em moda, ou fashion ou estilo de indumentária tem-se que ler os críticos e as crônicas de priscas eras. Na verdade tudo começou com o primeiro casal a se aportar na terra, ou melhor no paraíso, que ficava em algum rincão  do planeta. E de fato a história de roupas começa quando nenhuma roupa existia. Quando muito, pelo que referem esparsas crônicas daqueles tempos, tanto Eva quanto Adão , se o fizeram, foram o uso de sumárias tangas de folhas vegetais. E assim se fez o nascimento do moda do vestuário. Vamos então ao começo de tudo.
Dizem as narrativas que lá no Éden Deus concebeu Adão, e de seu osso costal fez surgir sua fiel companheira, a Eva. E na pureza e inocência viviam ambos. E não viviam mal porque além de sombra e água fresca tinham fartura de muitos víveres e vegetais. Eram tão puros e imaculados que desconheciam o que era sexo, libido, sensações eróticas e concupiscência. A providência criadora, na manifestação de Deus, tinha lhes imposto uma exceção: não provar de uma fruta entre tantos outros vegetais. Era o fruto proibido , citado na Bíblia.
Se provasse daquele fruto proibido o faria sob pena de cometer um grande pecado e não só carregá-lo pelo resto da vida, como perpetuá-lo por todas as gerações do mundo. A prova de que maus conselheiros e a curiosidade já existiam desde a fundação da terra estava bem lá no paraíso. Também a sagacidade e a perfídia se faziam presentes, na pessoa, ou melhor na intenção rasteira de asquerosa serpente. E assim ela foi serpeando até ter a confiança e coragem de Eva. Inocente e sonsa Eva. 
Eis então que surge sub-repticiamente o peçonhento réptil, a serpente com toda sua malvadeza e dissimulação e faz valer o seu convincente e aliciante conselho. Disse então o rastejante ofídio: experimente deste fruto proibido e experimentará não só o quanto de delicioso e saboroso, mas deslindará as chaves da sabedoria. Foi assim então que Eva não só  quebrou seu juramento de fidelidade e obediência a Deus, como repassou a maçã para seu cônjuge Adão. Atacados então desse pecado original vieram até outros sub-pecados como o capital ou sete vícios(avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça), veio  mais  o mortal pecado que propicia a danação da alma; e até o pecado venial que enfraquece a graça recebida.
Foi diante de tamanho pecado que o casal original se viu nu. Ou se assim pode-se dizer se sentiu envergonhado. De imediato Adão e Eva pejados de tanto pudor buscaram cobrir de corpo inteiro. Não se sentiam confortados em tapar apenas as partes pudendas, mas tudo quanto fosse de órgãos e partes anatômicas que pudessem atiçar a lascívia e os  instintos eróticos de forma solidária.

Foi então da ciência e consciência do pecado que surgiu e ressurgiu em distintas épocas o expediente ou habito de cobrir no todo ou em parte todas as partes do corpo. Vieram, sobrevieram e até hoje sobrevivem a indústria, o comércio e a arte ou estilo de se vestir. Foram calças, calções e calcinhas. Vieram camisas, camisolas e camisetas. Véus, burcas, chapéus e chapeletes. Roupas, roupões e estamparias a perder de vista e de gosto para os distintos consumidores. 
E assim pulando eras e eras do mundo fashion chegamos ao mundo de hoje. Temos duas tendências ou estilo de vestuário. E nesse confronto ou choque de moda há  pessoas que se vestem demais e gente que o faz de menos. Se olha os orientais muçulmanos, de véus, burcas, mantas e manteletes eles se cobrem de alto a baixo. Já para as bandas do ocidente, as peças de se vestir andam cada vez mais sumárias e indecentes. De sorte que se esse mundão fashion continuar nessa ascensão, todos voltarão a andar nus, como fizeram nossos predecessores Eva e Adão. 
Mas, eis que me depara um  intrigante paradoxo: se lá no Éden as roupas eram para cobrir a culpa de tamanho pecado, e a mulherada e os  homens de hoje? Se vestem quase pelados, por que? Aliviar o peso e ônus de tanta culpa ? Ou em outros termos , um  estilo de vida e modo de vestir, sem-vergonha e despudorado? A dúvida sobrepaira no ar . Se Coco Chanel, ainda estivesse aqui , será que ela saberia me explicar ?  Eu, quando passei pela São Paulo Fashion Week, não vi ninguém que me explicasse esse desfecho dos variados estilos de vestir, que tanto variaram pelos séculos dos séculos , e nem  digo  amém-
 agosto /2017.    

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