sábado, 30 de setembro de 2017

BLASFÊMIA E IGNOMÍNIA

 NO MÍNIMO DE MUITO  MAU GOSTO E  IGNÓBIL
João Joaquim  

Eu tenho certeza de que nenhum fato anterior causou tanto espanto e estarrecimento nas pessoas do que esses de nosso mundo político do Brasil. Aliás, fatos político-policiais. São ocorrências dantescas porque interessam a todas as instâncias de autoridades máximas do país. Entre estas, polícia federal, ministério público, tribunais superiores e autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como  constam de denúncias e inquéritos do MPF, o país hoje está tomado pelas quadrilhas organizadas. São os “quadrilhões” ou cartéis oficiais,  formados por presidente da república, ministros em atividades , ex-ministros , ex   parlamentares. Os nomes são muitos e constam de todos os sites de notícias. Omito aqui os atores, e lembra-los me causa asco e engulho. Já bastam-me outros enjoos e amuos da vida.
O cartel criminoso é tão grande que deixa à margem outros fatos perversos, que em outros tempos, não seriam minimizados. Nesse contexto, trago como exemplo um desses tais que causou-me repulsa e um certo mal estar. Trata-se da exibição de uma peça teatral denominada “o evangelho segundo Jesus, rainha do céu”. Conforme resumo oficial da companhia teatral do serviço social do comércio (SESC) de Jundiaí-SP,  a peça é uma adaptação brasileira da autora e dramaturga escocesa, a transexual JO Clifford.
Nessa dramaturgia a figura de Jesus é encenada, numa versão moderna, como uma figura transexual feminina;  como se deduz do próprio título (rainha do céu). A atriz  transexual Renata Carvalho é a personagem da versão tupiniquim.
A peça foi suspensa de exibição a pedido da advogada Virgínia Bossonaro Rampin Paiva, contra o Sesc de Jundiaí . A 1º vara cível de Jundiaí-SP acatou o pedido e determinou  a suspensão da mostra da peça teatral. Na decisão final, o juiz Luiz Antonio de Campos Júnior argumenta que “as circunstâncias jurídicas alegadas corroboram o fato de ser a peça em epigrafe atentatória à dignidade cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus”. A ofensa se dá no mínimo aos cristãos e mesmo para aqueles que respeitam pessoas e símbolos sagrados. Além de injúria a esse personagem divino e histórico. 
Continua o magistrado: “não se olvida a liberdade de expressão”, mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião; enfim a uma figura venerada no mundo inteiro”.
“De fato, não se olvida da crença religiosa em nosso Estado, que tem Jesus Cristo, como o filho de Deus. Em se permitindo uma peça em que esse homem sagrado seja encenado como um travesti, com  toda evidência, caracteriza-se ofensa a um sem-número de pessoas.
A diretora da peça, Natalia Mallo, pelas redes sociais ainda tentou justificar. Disse ela: “Afirmar que a travestilidade da atriz representa em si uma afronta à fé cristã ou concluir que é um insulto a imagem de Cristo é, do nosso ponto de vista, negar a diversidade da experiência humana; ” cria-se categorias onde algumas experiências são válidas e outras não, algumas vidas têm valor outras não”.
No mínimo é tentar justificar o injustificável. Minha opinião como articulista; Independentemente da religião do autor que aqui subscreve, tal polêmica aqui levantada poderia no mínimo ter sido evitada. Têm razão os seguidores direitistas do movimento Brasil livre (MBL), têm razão os cristãos, têm razão pessoas de qualquer religião, a até os ateus e agnósticos, com bom senso ético; e mesmo de convivência e respeito a diversidade cultural, mística e religiosa. 
Têm razão  também a advogada que impetrou a ação e a Justiça que proibiu a exibição desse teatro (peça). É no mínimo uma criação de mau gosto, de mau caráter, desde a peça original da canadense JO Clifford.
Que direito assiste a qualquer autor, sendo ele crente em determinada religião , ou sendo ateu,  em caricaturar ou blasfemar um símbolo ou nome sagrado de certa denominação religiosa? Que direito assiste a qualquer autor, ator, criador em criar tamanha polêmica , para determinados setores da sociedade?  Como se sentiria um islamista, um budista ou xintoísta vendo um ícone de sua fé religiosa sendo encenado como uma personagem, sujeita a preconceito ou intolerância . Intolerância e preconceito é igual a feiura e diabetes, não têm cura e faz parte do comportamento e atitude de muitas pessoas, da mente e critica de grande parte de pessoas, de muitos segmentos sociais e culturais. 
Tal iniciativa, dessa campanha teatral do Sesc de Jundiaí-SP, foi no mínimo, de baixa criatividade intelectual e artística; e em máximo desrespeito e deselegância com os cristãos e outros adeptos de outras religiões; e com aqueles que isento de razão religiosa são cultores de boa ética e respeito aos símbolos sagrados e místicos.
Vamos imaginar como argumento final para os autores dessa peça em tela. Imagine se alguma companhia teatral encenasse um drama, representação qualquer, tendo como “ homenagem” a mãe, o pai, ou os próprios autores de tal peça, no caso a escritora J0 clifford, a diretora Natalia Mallo. Será que elas iriam aplaudir ou protestar ?  Eis a questão. Ao que sugerem tais criações , de tais companhias e autores e atores, liberdade de expressão parece muito normal quando envolve a vida alheia, senda essas vidas de ícones sagrados ou de pessoas fora de seus laços genéticos e familiares.

Em Porto Alegre, foi fechada uma mostra do  Santander Cultural, de nome Queermuseu . Foi a reação da instituição ao movimento de protesto de entidades e pessoas que avaliaram a exposição como ofensiva, por razões que vão de "blasfêmia" no uso de símbolos católicos à difusão de "pedofilia" e "zoofilia" em alguns dos trabalhos expostos. Ou seja, estão  faltando bom senso e boa criatividade no mundo artístico.  No mínimo .       Mas, atenção! -  tanto a peça, como o Queermuseu, continuarão a ser exibidos, não tão ostensivos. Há gente que quer ver, é livre.  Setembro//2017.   

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