sábado, 30 de setembro de 2017

FUTEBOL SEM ÉTICA

ZERO ÉTICA E ZERO HONESTIDADE NO REINO POLÍTICO E DO FUTEBOL

João Joaquim  

Há cerca de três anos foi feita uma enquete aqui no Brasil da percepção das pessoas sobre honestidade. Foi uma pesquisa despretensiosa, não oficial e não tão propalada, feita por alunos universitários de comunicação na capital São Paulo - SP. A pergunta era simples e direta: na sua opinião qual é, no Brasil, a atividade mais desonesta? Eu faria a cada leitor(a) deste artigo esta mesma indagação nos dias de hoje. Pare um pouquinho sua leitura e reflita sobre tal questão nesses tempos das tão massivas e difusas redes sociais.
O alcance das redes sociais e mídias digitais se tornou tão instantâneo e célere que tomamos conhecimento e ciência de muitos fatos e celebrações antes de sua edição e publicidade oficial. Vale até lembrar que o conceito de privacidade, sigilo, confidencialidade ganhou outros contornos e sentido. Tornou-se muito difícil fazer alguma coisa na clandestinidade, às escondidas.
A fluidez e facilidade de se publicar as atitudes e comportamento se tornaram acessíveis a todos, praticamente a todos os cidadãos. Para o bem e para o mal. Para o bem das pessoas honestas e para o mal (azar) dos desonestos, daqueles que vivem de ilicitudes, de ilegalidades e crimes de toda ordem. Poucos fatos e falcatruas estão a salvo dos áudios e vídeos das câmeras públicas e dos celulares nas  mãos dos cidadãos.
Então à pergunta:  qual a atividade mais desonesta no Brasil de hoje ? Foi respondido: em 1º lugar a política; em 2º lugar o futebol. E aqui é bom que façamos uma melhor análise de natureza qualitativa e quantitativa dessa antiética e dessa desonestidade.  O que importa é que ontem e hoje essas duas atividades, política e o esporte futebol, são de longe as duas atividades onde mais se praticam os desvios éticos e desonestos .
Em termos qualitativos o futebol se mostra um laboratório ou campo repleto de cenas, atitudes, vontades e expedientes antiéticos, ilícitos e desonestos. Assim ele ganha da Política.  A FIFA e todos os órgãos reguladores do futebol seguem um pequeno princípio ético de nome até curioso, o intitulado “fair-play”. Expressão inglesa, que numa tradução simples é igual a jogo limpo. Assistir a um jogo de futebol nos gramados brasileiros e ver as cenas de fair-play, quando um adversário sofre uma contusão, chega a ser patético. É a encenação mais hipócrita de ética e honestidade, nessa classe de pessoas, os futebolistas.  
Ela pode ser  comparada ao comportamento bom e honesto de um narcotraficante ou assassino que no presídio recebe atestado de “bom comportamento”. Veja bem, ora bolas! Talvez diria nosso maior dramaturgo, o Nelson Rodrigues. O  sujeito está trancafiado entre muralhas intransponíveis de 5m, vigiado por câmaras e guardas com fuzis e metralhadoras, etc ; o que esperar desse condenado que não resignação e tácita obediência?
Num jogo com os atletas de futebol e seus técnicos se dá a mesma coisa, a mesma reação. O sujeito em campo está sob a vigilância de 4 árbitros, várias câmaras de vídeo, repórteres e toda imprensa à beira do gramado. A censura e pressão que ele sofre em ter um mínimo de decência e respeito ao adversário é muito grande.
Ou seja, esse jogador está sob a censura e os olhos de todas as pessoas e recursos de mídias. E acreditem, muitos desses atletas, frente a necessidade de interromper uma partida para socorro do adversário, muitas vezes relutam nesse gesto do jogo limpo ou o fazem sob resmungos ante a intervenção do árbitro ou de colegas jogadores do time rival.
São pontuais exemplos de  exceção  os casos em que um jogador assume uma culpa em que a bola lhe resvala e sai de campo, de uma falta cometida no adversário e inúmeras outras infrações técnicas que favoreçam ao time contrário. As demonstrações de ética e honestidade se constituem até motivos de condecoração honorífica com placas ou medalhas de honestidade.
 Notórios têm sido os casos em que os atacantes fazem gols de mão, de forma grotesca e explícita, e se não vistos pelos árbitros, tais desonestos e infratores nunca têm a dignidade de confessar tais logros, burlas e transgressões técnicas. O que importa é levar vantagem em tudo como dizia uma propaganda de Gerson, o  antigo canhotinho de ouro da seleção brasileira.
Os cartolas, órgãos de impressa e torcedores se ufanam do Brasil ser 5 vezes campeão do mundo. Todavia, esquecem que a seleção sempre foi beneficiada por muita corrupção, suborno de resultados e outros expedientes nada honestos, nas competições comandadas pela ainda toda poderosa FIFA. Ali reinou absoluto, por mais de 20 anos o ex cartola, todo poderoso e intocável , João Havelange( falecido em 2016).  Quantas falcatruas , a favor do Brasil.
Dos três últimos presidentes da confederação brasileira de futebol (CBF), José Marin encontra-se preso nos EEUU, Ricardo Teixeira encontra-se foragido no Brasil da justiça americana; o atual Sr. Marco Del Nero, se sair do país será preso pela interpol. Ele é procurado pelo FBI, Polícia Federal Americana.
Virando o dial para outra campeã de desonestidade, a política, ela ganha do futebol em cifras monetárias. São bilhões de dólares desviados nos rolos e ralos da corrupção.
Dessa forma, tem razão a “vox populi”, ou a opinião da sociedade( voz do povo) em indigitar esses dois segmentos da vida brasileira como os campeões de desonestidade e da antiética!

Com as operações em curso da lava-jato então a nação e o mundo não têm mais dúvida dessa triste e escabrosa realidade que assola e corrói nossas instituições e nosso patrimônio moral e honorífico.  Setembro/2017

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