segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Democracia

NOSSA ENFERMIÇA   DEMOCRACIA
João Joaquim  

Quais cores, sabores, esplendores tem a nossa Democracia? Ao que parece , carece de definição . A nossa Democracia, a brasileira, ainda pode ser considerada muito jovem. Algumas de suas predecessoras sucumbiram pelo caminho. A começar por aquela representada pela Monarquia de Pedro pai e depois o Pedro filho. Foram os reinados dos Bragança, D. Pedro I e D. Pedro II.
 Depois da monarquia veio o golpe de Deodoro da Fonseca, de 1889, seguido por Floriano Peixoto, cognominado o marechal de ferro. Diz a história que o homem era muito austero. Tanto assim que governou como um tirano. Mas enfim, foi o começo de nossa história republicana. Foi então a intitulada República Velha. Nesta, então, teve a ascenção do gaúcho Getúlio Vargas, que destronou Washington Luiz. Este tinha seu lema que era: “governar é abrir estradas”. O presidente Getúlio, foi o presidente do Estado Novo (1937-1945). Época difícil e turbulenta porque estava em andamento a 2ª Guerra mundial.
Dizem a história e muitos cientistas políticos que Getúlio simpatisava com o nazifascismo de Mussolini e Hitler. Ele só se opôs aos planos do eixo (do mal ), formado por Alemanha, Itália e Japão, depois de muita cobrança da sociedade, da imprensa e dos EEUU. Mas que ele tinha ideologia ditatorial e fascista ninguém duvida. E basta revisitar nossa história e constatar o quanto o gaúcho mandou e desmandou em seus dois mandatos( 1930-1945, 1951-1954) como presidente. Deixou boas conquistas e garantias também. A Petrobras e a CLT são exemplos de seu legado.
 Agora, se tem um fato digno de menção na era do queremismo (do slogan, queremos Getúlio), foi o embate que havia com o deputado Carlos Lacerda. Não eram adversários, eram inimigos da pior animosidade, de natureza biliosa e fidagal. A inimizade e antipatia   eram tamanhas, que a história nos conta o “The end”. Getúlio suicidou-se em 1954. Não sem antes deixar documento, em carta testamento. “Saio da vida para entrar para a história”. Aí,  na continuação da história vieram Café Filho, J.K , Jânio Quadros, João Goulart( Jango) ,  Regime Militar, redemocratização a partir de 1985, Sarney, Collor, Itamar Franco, FHC , Lula, Dilma, Temer.
 Estamos hoje na chamada era pós PT. É como se estivéssemos entre a cruz e a caldeirinha, saímos das chamas e precipitamos nas brasas ( do pau-brasil), nas cinzas rescaldantes  do que se queimou. Estávamos  melhor nas brasas, porque meio atordoados e queimados. Estamos no mais incandescente Brasil (brasil, de  braseiro). Condição em que as labaredas da corrupção, de crimes de colarinho branco e de desgoverno ameaçam queimar até nossa última energia , nossas forças e  a nossa esperança.
 Vivendo e analisando a nossa República Democrática de hoje, se torna oportuno perguntar e esclarecer. Por que se tornou um sistema de governo tão caro? Nosso regime foi conquistado a duras penas, com sacrifícios e mortos. Mas seria para tanto? Numa análise e consideração mais rasas  pode-se firmar que tudo se volta para o comportamento e natureza do bicho homem, eternamente enigmático, muito incompreendido, em seu caráter, em sua índole e objetivos. Basta rememorar cada crise, cada revolta, cada insurreição, cada golpe, cada guerra.
Em cada crise, em cada conflito, teremos sempre como protagonista (s) homens de mentes desalinhadas com a realidade vigente, personalidades paranoicas, condutas e ideologias tirânicas dos mais variadas vieses. Tais são os exemplos de um Solano Lopes da guerra do Paraguai, de um Getúlio, de um Lacerda, de um Jânio Quadros, de um Hitler, de um Mussolini, de um Lula, entre tantos outros.
 E já arredondo e quadrando esta digressão sobre democracia, da nova Democracia Brasileira,  concluo em poucas linhas .  Assim propugna este signatário articulista. Gestor público, tal como um presidente da República, deputado ou senador deveriam passar não por um escrutínio de urnas eletrônicas como são nossas eleições  , por voto popular ; ou que assim fosse, mas posteriormente por rigoroso concurso público. Nos mesmos moldes de um juiz, um promotor, um outro funcionário público de mesma responsabilidade. Para tanto,   esses meios de seleção deveriam ser exigidos de qualquer candidato a cargo eletivo; acrescidos da obrigação de   uma formação universitária compatível com aquele múnus desejado pelo (a) concorrente. Trata-se até, conforme nossa constituição, de uma igualdade plena em direitos e deveres. Mantido o “status quo”  continuaremos em risco de termos aventureiros , déspotas e tiranos com maquiagem e sermões de democratas.  Com o risco de nunca termos uma democracia de excelência, onde de fato todos gozem dos mesmos direitos e deveres, conforme preceitua o artigo 5º de nossa Constituição.  Falei e disse.    Outubro/2017  

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