segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Patifaria na TV

ABUNDA PATIFARIA NOS CANAIS DE TELEVISÃO
João Joaquim 
Será que nesta vida vale tudo ou tudo vale para se chegar ao sucesso ou para sobreviver? Pelo menos para alguns canais de televisão parece que sim. E assim eu afirmo e confirmo com base em algumas matérias que se tornaram useiras e vezeiras em nossas redes de comunicação. Não se trata de nenhuma novidade para qualquer telespectador que assiste a essas mídias que chamam-nas de jornalismo, comunicação e entretenimento.
Mostrar o que o ser humano tem de mais torpe e repugnante, exibir as deformações físicas e de caráter, mostrar as hediondezes  sociais, mostrar delinquências em sua forma mais requintada, fazer da mediocridade e futilidade humana um “reality show”. Tais expedientes seriam jornalismo?  Seriam Comunicação?  Entretenimento?
Nossos canais de TV estão fartos, empanturrados de todas essas matérias. Fica a impressão que cada emissora participa de gincanas de mesma natureza. O objetivo e metas finais são as mesmas. Quais sejam: o aturdimento e espanto das pessoas, o pasmo, o estarrecimento do telespectador. Mais audiência ganha aquela emissora que primeiro exibe as cenas com a maior crueza e dramaticidade possível. Assim se torna verídica tal assertiva: Vale tudo ou tudo vale para o sucesso e a sobrevivência no mercado das telecomunicações. Tal constatação não é exclusiva do Brasil.
Verte todo sentido e razão aquele conhecido brocardo: “A civilização de um povo se mede pelo que as pessoas assistem na TV”. Trata-se de uma máxima das mais pertinentes quando se fala em cultura e entretenimento. O grau civilizatório, a qualidade cultural, a grau de desenvolvimento de uma pessoa, de uma sociedade, de uma nação se dão na medida da preferência que essas pessoas têm por toda forma de lazer, de diversão, de cultura, de conhecimento e comunicação.
Todas as mídias de massa (do inglês mass media) foram concebidas e idealizadas com os fins precípuos de comunicação, de jornalismo e entretenimento. Aqui se fala desde o tradicional jornal impresso, do rádio (radiofonia), da televisão e da internet com suas tão populares e ubíquas redes sociais. Que abrigam hordas de imbecis.
Em outros termos, nenhum tecnólogo, cientista, físico ou engenheiro pensaram em uma mídia para levar futilidades, mediocridade, degradação e mazelas sociais aos usuários desses veículos de comunicação. Ou seja, a questão central não está nos recursos das tecnologias de comunicação. Elas são inócuas, neutras e inofensivas em si, para dizer o mínimo. Todas podem ser boas ou más.
A observação e crítica que se fazem se voltam para as pessoas empresárias e exploradoras do ramo e para as pessoas usuários e exploradas pelo sistema reinante. Está havendo, de forma sub-reptícia e subliminarmente uma espécie de lavagem cerebral das pessoas. É o mesmo método e efeito dos grandes tiranos e déspotas com os seus súditos e comandados. O indivíduo pari passu se sente incorporado àquela realidade.
Pergunte para os habitantes e membros do exército venezuelano, do Irã, da Coreia do Norte. A maioria, se não todos, devem supor e ter aquele sistema de governo como o único do mundo, a última conquista da terra. Eles não conhecem outro sistema, outra cultura, outras opões.  Por isso têm-nos como o sal da terra, o suprassumo em tudo.
Particularizando a questão intrínseca da comunicação televisiva. Deveria predominar maior intervenção do Estado e menos neoliberalismo nesse ramo de atividade. Falta maior controle de qualidade do que é exibido ao público. Não se trata de censura de conteúdos, mas, acima de tudo, monitorização daquilo que é transmitido sob o título de jornalismo, comunicação, lazer, diversão, humor e entretenimento. Que televisão é essa com tanta devassidão?
Nesse sentido, e sem mais delongas,   e pedindo todas as vênias a todas as emissoras de televisão do Brasil, o que se tira de útil e de cultura das grades de programação é muito pequeno e restrito. Têm -se muita patifaria, mediocridade e conteúdos de baixa qualidade .  Salva-se pouca coisa, das muitas emissoras.  E isso é grave e triste.  Muito triste.   Outubro/2017. 

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