terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Felicidade PIF

PRODUTO INTERNO DA FELICIDADE
João Joaquim  

É muito normal e natural que as pessoas busquem todas as formas e fontes de alegria, prazer e felicidade. Embora esses três estados do corpo, do espírito e da mente não sejam exatamente iguais, eles sempre têm pontos de interseção e são intercambiáveis. Bom é que se tenha em mente que cada um desses estados de satisfação é muito subjetivo em sua intensidade, natureza, duração e causas. Dessa forma e com esse conceito tem-se como certo que cada um tem os seus modelos, objetos, comportamento e hábitos que lhe produzirão alegria, felicidade e prazer.
Uma pessoa alegre, momentaneamente está feliz. A felicidade também não é um estado perene. O  prazer se mostra muito mais fugaz. Nessa relaxada digressão se pretende mostrar algumas curiosidades sobre os três estados de satisfação.
Um indivíduo alegre demais pode não ser muito bom. A alegria do chamado bobo alegre pode  trazer-lhe  algum embaraço e o que é mesmo de espantar, alergia. O excesso de riso e gargalhadas, em algumas pessoas predispostas (geneticamente falando) pode também desencadear uma reação alérgica. Alegria e alergia.  Notaram a particularidade? Uma palavra é o anagrama da outra.  Mas, relaxem os gargalhadores, essa reação alérgica não mata, passa com antialérgico via oral e corticoide tópico. E os gargalhadores ou de fácil riso podem sorrir, à vontade.
Quanto ao prazer,  tem sido ele uma tônica nossa.  A sociedade tem se tornado afeita ao consumismo,  em ter nessa fugaz satisfação dos instintos e do corpo uma única fonte de felicidade. Não é e voltaremos ao tema.
A felicidade se define como um estado de satisfação de maior duração. Não pode ser permanente porque se assim o fosse a pessoa que frui de tal condição benfazeja se acomodaria (zona de conforto) e logo se entediaria e não sentiria mais feliz. Algumas curiosidades sobre a felicidade valem ser comentadas. E é o que se faz aqui.
No Butão, país da Ásia Meridional, foi instituído, já há alguns anos, o PIF, produto interno da felicidade. O país em primitivas eras, contam os historiados domésticos, foi grande produtor de butano, um combustível natural, daí a origem do nome, butano, Butão. O PIF dos butaneses seria uma espécie de PIB, produto interno bruto. Só que no caso de lá,  o PIF.
E não pensem os agora informados que o país tenha um alto PIB material. Longe disto. A felicidade ali (PIF) decorre de razões e valores extremamente abstratos e imateriais. Uma das características dos butaneses é a alegria desmedida. Óbvio que volta e meia chegam nos prontos socorros crises de alergia pelo excesso de alegria. Tal diagnóstico ocorre em pessoas geneticamente predispostas. Elas são tão felizes e alegres que sequer o “SUS” butanês tem estatística sobre a incidência da doença. Trata-se de questão de somenos importância. A população inteira tem uma profunda ligação com a natureza; valoriza-se muito esse respeito e essa aliança com o ecologia, a vida natural. Como se vê na relação com a  flora, fauna e mananciais naturais. A questão da sustentabilidade é levada muito a sério. Não fica só nos discursos e parlatórios .  Todos, literalmente, se engajam na mantença do PIF. O melhor é que esse pif, é permanente, não tem taxas disso daquilo , etc.
Agora falando da felicidade aqui no Brasil. Apesar de tudo o brasileiro é forte e feliz. Motivos para infelicidade não faltam, basta ter em conta as graves, as gravíssimas questões atinentes a corrupção. Um país onde há classes de pessoas voltadas à prática da corrupção tem todas as razoes para a infelicidade. Porque de roldão e permeio vêm outras crises como a moral, a ética. Até a estética, que acaba por perder a sua ética.
Não faz tanto tempo que dois parlamentares propuseram a PEC (proposta de emenda constitucional) da felicidade;  o teor do projeto era tornar a felicidade um direito de todos. Seria uma cláusula pétrea, imarcescível e imutável. Assim a declararam os insólitos e insolentes políticos.
Agora pensemos em uníssonos sobre essa PEC .  Nós, os brasileiros, merecemos, não? Quanta eficácia, não? Tão produtiva quanto oficializar multa de trânsito para ciclistas e pedestres. Os tempos mudam muita coisa, os apelos e os costumes.
Existem em nossa sociedade um grande apelo, propagandas e merchandising voltados para as questões da sexualidade. Tem sido muito recorrente e encontrado nos programas de TV,  internet e redes sociais. Uma preferência por tudo que se refere a erotismo. Há que se distinguir sexualidade de  sexismo e erotismo. Sexualidade se trata com profissionais capacitados na área. Envolve conhecimentos de biologia e científicos e não pura e disseminada enganação dos menos avisados .
Existe até um já badalado programa da Rede Globo intitulado Amor e Sexo. Mas não é só este. Vários outras emissoras abordam o tema. Na verdade são diálogos e tratativas de erotismo, sexismo e pornografia, com uma cosmética e enfoque como se não o fosse. Mas, no fundo é a mesma coisa. Fica aqui a pergunta: será que essas pessoas só têm esses expedientes  como temas de alegria, prazer e felicidade? A mim me( perdoe-me a redundância) ressoa como muita falta de criatividade e busca de  coisas mais saudáveis para elevar a audiência. Mas, as emissoras têm seus motivos. Elas vendem o que os consumidores gostam. Os patrocinadores fazem parte do cartel e do jogo. Sujo ou não , os fins justificam os meios. Que triste .  Fevereiro/2018.    

Nenhum comentário:

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...