sexta-feira, 30 de março de 2018

Vida

A VIDA  É O PRESENTE, O FUTURO POSSIVELMENTE
João Joaquim  

Dois são os fenômenos muito recorrentes nas vidas e sentimentos das pessoas. Sonho e desejo, ou sonhos e desejos. No mundo atual, na era da intitulada hipermodernidade ou de quase tudo virtual e digitalizado, como será que andam os sonhos e desejos das pessoas? Época em que tudo parece se esfarinhar e derreter em tão pouco tempo. Assim teorizou  e propôs Zigmunt Bauman. Será que sonhar se torna mais preciso (exato, concreto) do que viver). “Navegar é preciso, viver não é preciso” (Fernando Pessoa).
Para melhor contextualizar o fenômeno sonho e o sentimento desejo reportemo-nos à psicanálise de Sigmund Freud com o estudo do inconsciente (id, ego, superego). E sempre pode-se fazer um liame entre o fenômeno psíquico sonho com o sentimento desejo. Para Freud o sonho é um fenômeno tão significativo e construtivo que ele representa um guardião do sono. Os sonhos constituem uma prova concreta de um sono saudável e reparador.
Por isso também e com propriedade se emprega o termo sonho com o símbolo e significado de desejo, projeto ou intenção de concretização ou aquisição de um estado, uma condição ou bem material. Assim se tem o desejo de uma formação profissional, de uma bela viagem, de um feliz casamento ou compra de um belo carro ou casa própria.
A conquista e a popularização da internet bem representam um divisor e marco de duas épocas.
Assim podemos nos referir em era pré e pós internet. Tendo em conta esses dois tempos. Vamos imaginar os idos de 1980. Ao que parece eram tempos em que o futuro era mais perceptível, mais planejável ,  mais alcançável. Imaginemos, para mais clareza, projetos os mais singulares e universal na vida das pessoas. Para uma jovem. Se formar no 2º grau ou faculdade, um bom casamento. Para o homem jovem. Se formar, ingressar numa faculdade, ser um bom profissional, uma carreira profissional, constituir uma família.
Como bem teorizam os vários ramos da filosofia nem o passado, nem o futuro existem. É imperativo que somos, estamos e vivemos o agora, o presente. O passado é nossa história, o futuro impreciso, uma ilusão. Analisando a sociedade de antes da internet, fica a sugestão de que os pessoas tinham uma melhor conexão com o passado e com o futuro. E de fato, em tese tem razão os pensadores que assim o afirmam. O presente, o momento atual é preciso, o passado se foi o futuro não é  preciso.
De novo sonho ou desejo. A civilização pós-moderna vive a angústia não do futuro, mas do presente. Não impropriamente o pensador Zigmunt Bauman denominou nossa era de modernidade (ou hipermodernidade) de  líquida. Essa fluidez e rapidez de tantas transformações trazem sentido a essa nominação. Tudo escapa ao nosso controle em curtos espaços de tempo , tudo flui e corre de forma célere.
Em tempos mais remotos menos energia se canalizava para produção. Hoje, em tempos de internet e redes sociais há uma sofreguidão, uma azáfama e neurose para a máxima posse possível e para o consumo. O mundo mais se materializou. A sociedade e todos os apelos do ter , em vez do ser e do existir com significado, nos tornaram mais frios, empedernidos, brutos e menos humanizados.
Contudo, ante tanta transformação e fragmentação dos valores, a juventude em especial, mesmo nascida, crescida e educada na intitulada modernidade líquida( geração z) não pode perder a capacidade de sonhar e desejar um mundo mais humano e fraterno.
“ As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”.  (Epicuro). Março /2108

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