sexta-feira, 29 de junho de 2018

Desgovernança do Brasil

UM PAÍS EM DEGRADAÇÃO SOCIAL E EDUCACIONAL E DESGOVERNADO

João Joaquim  
Tinha absoluta razão aquele pai ao estrilar contra todas as autoridades no comando desta nação. Seu filho assim que se assentou na maioridade foi preso por crime de tráfico de drogas. O mais estrambólico da história é que tudo ocorreu de forma dolosa, por displicência de pai e filho, por uma atitude também fraudulenta de ambos.
O pai tinha registrado o filho com 6 anos de atraso. E no cartório  fora consignado com um ano mais velho. Mas, no último aniversário todos tinham certeza: o filho tinha vivido apenas 17 anos. Esqueceram que o que contava era a certidão de nascimento e RG. Dezoito anos de idade já tinham sido excedidos em meses. Não teve choro, nem argumento adiantava, o delinquente estava em cana mesmo, por comércio de 700 g de cocaína em pasta base.
Seja como for o desassossego agora daquele pai com o filho no cárcere, se revestia de sentido e fundamento. A precarização do ensino público, a falta de uma educação de qualidade, a omissão do Estado nesse quesito constitucional e de direito têm sido presente em todo o ciclo fundamental das escolas.
Analfabetismo absoluto e funcional, formação técnica e profissional insuficiente ou deficitária, desemprego crescente têm constituído um campo fértil e formador de violência, do tráfico de drogas, de pirataria e crimes de toda ordem.  As estatísticas provam  tudo isso.
Falta mesmo educação em toda a sua abrangência. Educação é um processo complexo, uma corrente de responsabilidades, da qual o governo tem participação e deve ser um  acionista majoritário no concernente aos investimentos. Sejam  com instituições escolares bem equipadas com bibliotecas, laboratórios, imóveis seguros, refeições de qualidade para os alunos e no quesito mais importante, o professor. É justamente no professor o investimento mais produtivo.
O professor é o protagonista da educação. Não só na sua digna remuneração, mas em sua contínua formação e reciclagem. A responsabilidade dos governos de municípios, do Estado ou da união deve ser solidária e questão insusceptível de controvérsia . O que resulta ponto pacificado. Entretanto outras responsabilidades e corrente de atuação se fazem necessárias, como se discorre a seguir.
A gênese, os pontos fulcrais e basilares de toda a teia e malha da educação das crianças, dos filhos e dos jovens se dão nos ensinos da família. A verdadeira formação do indivíduo, do caráter, de honestidade, de participação produtiva, começa no berço, no lar , na casa paterna.
A formação ética, social, moral; mais que isto, as normas de boas relações sociais e de cidadania quem as ministra e as plasma no caráter do educando sãos os familiares, cuidadores e tutores desse indivíduo em formação. Nesse processo o pai e a mãe, quando presentes são protagonistas decisivos. Na falta destes,  com exceções, o substituto(a) desses dois genitores e educadores terá o mesmo desempenho a mesma eficácia. Como exemplos, uma avó, avô, tia, tio ou outro parente nessa missão.
 Assim, se torna de dedução consensual que a tarefa educacional se faz de forma hereditária, ou quase atávica. É o princípio ou teoria da pessoa como resultado do meio onde ela recebeu a sua criação;  como um processo biológico, onde recebeu sua primeira educação, a sua primeira formação como um indivíduo. Enfim, todos os predicados e qualificações (para o bem ou para o mal) constituem uma herança que esse primeiro meio  social lhe transmitiu e modelou.
A escola como instituição de ensino terá um papel paralelo também significativo, no sentido da complementação ética e técnica e científica da criança, do filho, do educando.
No concernente específico ao Brasil, temos que há um número crescente, ou se otimista, constante de analfabetos absolutos e funcionais. Bem assim uma  legião de desempregados e de trabalho informal, sem qualificação profissional. São condições reflexas da falência dos governos do partido dos trabalhadores, com os gigantescos esquemas de corrupção, programas assistencialistas eleitoreiros e baixa investimento em educação e criação de empregos.
Assim caminha o Brasil, que parece em  uma marcha irrefreável para o fracasso e a deterioração em tudo.  O fenômeno se faz no efeito dominó.
Famílias e pais dominados por ignorância e analfabetismo, seja ele absoluto ou funcional. Falta de escolas e ensino de qualidade. O que esperar de filhos, de crianças e jovens desse meio familiar e social tão precário e tão bronco e ignorante. Os frutos, a prole desse meio, dessa influência se torna o que se constata nesses estratos sociais de pobreza e desassistidos das políticas dos governos de todos os níveis. Os milhões de analfabetos absolutos e funcionais são uma prova viva desse descalabro que tem sido um governo após outro.
No complemento desse dantesco quadro social temos um outro cancro que dilacera, carcome e dissemina suas metástases em todos os setores da vida brasileira, a corrupção com suas garras que dilapida e corrói o erário e a riqueza dos órgãos de governo.

Assim, tem razão o pai do jovem traficante. Como  tantos outros adolescentes e jovens que são  arrebanhados pelos tentáculos do crime. Falta  mesmo educação, falta formação ética e social das famílias em salvar seus filhos de tanta desgraça, do império do mal, do descaso e abandono de nossos governantes, que de roldão e num efeito dominó atinge a imensa maioria dos desvalidos, pobres e faltos de educação. Fevereiro/2018.    

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