quinta-feira, 14 de junho de 2018

Futimediocridades

VIVEMOS SOB O IMPETATIVO DAS FUTIMEDIOCRIDADES
João Joaquim  

Todos aqueles e aquelas pessoas seletas, as da escol de nossa sociedade, que observam, que pensam, que têm uma crítica racional devem ter a mesma conclusão no que concerne e tange às escolhas e preferências da grande maioria das pessoas da sociedade brasileira. Na sua imensa composição, elas se encontram na absoluta futilização e mediocrização da vida. Tornou-se um estilo, um modo de viver; que vai desde os hábitos alimentares até as opções religiosas. 
Tal tendência, a fútil e medíocre maneira de tocar a vida, começa na própria escolha das relações sociais. Refere-se ao princípio ou diretriz lé com lé, cré com cré. É o princípio antagônico ao das propriedades químicas. Porque dentro da fisioquímica a propriedade ou princípio é a atração entre os opostos, positivo com negativo, próton com eletron, ou quando muito próton com neutrino.
No campo social, não. Aqui quanto mais semelhança mais atração. Então pode-se esperar, mediocridade, mais mediocridade com futilidade, ainda mediocridade, sempre mediocridade. Se bem comparada, a vocação e afeição pela mediocridade vão no mesmo pendor do mal e da ilicitude. Percebam as pessoas o quanto tais perniciosidades pegam mais do que sarampo e gripe suína (H1N1, H3N2). São criações malignas que parecem levadas por nimbos e minuanos. E tudo se vai por efeito dundum ou dominó.
A coisa ou propagação se dá nesses termos. E para tanto foram criadas a internet e as tão declamadas redes sociais. Elas não têm culpa, apenas facilitaram a difusão de tão frívolas ocupações. Então tem-se a origem assim:   fulano, sicrana ou beltrano, não importa a identificação, então, ele ou ela relatou que tal coisa, gênero tal e qual, tal maneira de tocar a vida têm esse e aquele prazer, um resultado tal  e até um estado de felicidade. Pronto, de plano, sem nenhum crivo racional ou crítico o sujeito estabelece a sua plena aderência. Sujeito aqui com duplo sentido, porque não importa o iniciante e iniciado.  Sujeito  de se sujeitar, particípio passado, aquele(a) que se subjuga à vontade de outros sujeitos, que se torna dócil, obediente, cativo.  outro significado de  sujeito pode ser lido como o sistema reinante, as tendências medíocres e fúteis da sociedade, as novas ondas de vida, esses segmentos constituem os sujeitos (agentes)  iniciais atraindo outros sujeitos( submissos) que são embaladas na mesma onda reinante.
O que se tem de certo, de concreto, de longe ou perto é que a mediocrização se infiltrou em todos os cenários e searas da vida. A começar pela forma de subsistência da pessoa. Mas como assim?
Na própria culinária, na tão comezinha e rotineira maneira de se alimentar. Os hábitos alimentares de nossa sociedade, analisados de forma racional, neutra e sem sectarismo beiram à insanidade mental ou idiotização. Torna-se um simples raciocínio, muito além de mera conjectura. Hoje eu me empanturro de tais e quais alimentos apetitosos, em orgíacas e patuscadas comezainas e amanhã eu me curo e me cuido. Que eu chegue à obesidade mórbida ou obstruo minhas artérias, que eu acumule minhas adiposidades corporais ou meus pneus. Mas, vai ter cura, a Medicina, está aí para isso. 
Uma vez atingidos esses cúmulos e morbidades faço umas lipos (cirurgia de lipoaspiração) ,algumas plásticas de abdome. E para minhas artérias? Até para elas tem solução. Tem uma tal de plástica arterial, que no medicinês chamam-na de angioplastia, que consiste na extração da gordura ou colesterol do íntimo dos vasos. E nesses avanços da medicina já existem até prótese arterial, os populares stents; stent,  mola arterial que dinamiza a circulação. Com uma ressalva a se registrar, todos esses aparatos da modernidade quando não se tem os tão repulsivos e indesejados infartos do miocárdio e de tecido cerebral, cuja mortalidade beira os 50% dos acometidos de tão devastadoras e catastróficas  surpresas que são .
Então se conclui que dar-se aos tão fúteis e prazenteiros hábitos da vida moderna, pode ser uma roleta russa, um jogo de azar. Vai que comigo não aconteça nada de mórbido e nocivo em minha saúde orgânica. Quando mais de idade eu me cuido, a Medicina está aí para isso , e de plantão os seus profissionais urgencistas e emergencistas. 
E assim segue a toada das futimediocridades. Na música por exemplo, temos a contracultura e a contrapoesia. As melodias encerram genuínas barulheiras, ruídos de romper as nervuras timpânicas.
E assim prosseguem as pessoas em suas humanas e bestiais mediocridades. Sejam na gastronomia, nas modas de vestir, nas opções de lazer e entretenimento. A mediocridade e frivolidade da sociedade atingiram tão alto nível que elas são praticadas à exaustão nas relações sociais, nas religiões e nos critérios e aplicação da justiça.
 Imaginem , nossos diletos leitores(as) essa quintessência. Os conceitos e sentidos de justiça têm se invertido. De forma a que juízes e magistrados vêm pendendo para o outro lado. Se tornado os crés com crés e lés com lés. Se misturando e se tornando como os de mesma  igualhas do mundo bandido e criminoso. Quem nesse descalabro poderá nos salvar ?
“ A primeira coisa de que v. mercê se deve lembrar é que cada um é como cada um; lé com lé, cré com cré; cada qual com os da sua igualha” Antonio Feliciano de Castilho.   abril/2018.   

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