sexta-feira, 29 de junho de 2018

Vigia Ética

A PATRULHA DO POLITICAMENTE CORRETO
João Joaquim  

Vivemos em uma sociedade e em tempos nos quais tem havido um constante patrulhamento e monitoração de tudo. Estamos sob a égide da vigilância, da censura de tudo quanto fazemos, de como comportamos e mais importante do, do  que falamos, como falamos e de quem falamos. Em resumo: agir em conformidade com o chamado politicamente correto se tornou um zelo, um cuidado e filtro necessários.
E para tanto é bom trazer esse reforço, de todos agora sabido, que vivemos a era da tecnologia da informação, as já populares TI, tempos digitais, da internet, da comunicação instantânea, das globais e massificadas redes sociais.
Traduzindo para termos práticos e para o cotidiano, com um celular à mão o indivíduo pode tudo em TI. Ele comunica, ele grava em áudio, ele fotografa, ele faz um filme (vídeo). Tudo em tempo real, a cores, com a melhor nitidez de tudo quanto queira e não queira à sua volta. Estamos na era imagética, dos vídeos, das fotos, nos tempos cenográficos.
O telefone celular hoje (smartphone) se tornou um grande aliado do cidadão para o bem, quando de fato utilizado para essa finalidade; ou para a maledicência, para o mal e muitas outras intenções fraudulentas, imorais e ilegais. Ou seja, todas as mídias de comunicação vieram destinadas ao bem, em assessor positivamente o seu usuário. Assim pensou e as conceberam os seus inventores, os seus criadores , tecnólogos e cientistas.
Se alguém faz uso de qualquer tecnologia para degradar, para infamar, para caluniar, para fofocar e menosprezar o outro, torna-se questão da pessoa , da mente imbecil e idiota desse difamador, fofoqueiro ou criminoso (falsário, estelionatário,  forjador de fake news).
Quando se fala no tal expediente do politicamente correto, um capítulo por demais vasto de discussão e vieses interpretativos refere-se à fofoca. Termo ao que sugere ter uma origem em algum dialeto africano.
A fofoca refere-se em geral a uma informação divulgada sobre alguma pessoa, podendo ser uma notícia falsa ou até verdadeira. Na maioria dos casos ela representa um ataque indireto à pessoa, porque é divulgada de boca em boca ou empregando os recursos das mídias eletrônicas e as redes sociais.
O bullying difere da fofoca porque ele, geralmente,  se encerra a um ataque direto, na presença da vítima. Ele em geral é feito por um grupo de pessoas que buscam macular, infamar, menosprezar a vítima, referindo pejorativa e negativamente a alguma condição física, anatômica, funcional ou por pertencimento a alguma minoria. São exemplos de referências negativas um estatura alta ou baixa, um sobrepeso, a característica do cabelo, algum déficit físico ou funcional, a etnia negra ou indígena entre outros atributos destoantes da maioria.
Já na era da internet e das tão populares e ubíquas (globais) redes sócias andam em voga as tão pernósticas e rebarbativas fake News. Uma fake News difere da fofoca e do bullying porque ela muitas vezes tem ares de produção jornalística;  ou seja ela pode se referir a alguma personagem, uma pessoa pública, mas muitas vezes ela versa sobre política, estadistas, organizações políticas e sociais. Ela tem a natureza do popular boato. E é sempre parcial ou completamente falsa e tem o objetivo de ser apenas uma falsa notícia de impacto e apelo de marketing para um grupo, um jornal, uma entidade qualquer, sem compromisso com a verdade e a fidelidade dos fatos.
Além da fofoca temos uma outra forma de informação sobre a vida alheia que é a calúnia. Esta quase sempre se define como uma falsa imputação a alguém. É atribuir um ato ou expediente ilícito, fraudulento ou delituoso a alguma pessoa, indevidamente.
Sociólogos, filósofos, psicólogos; os que mais estudam sobre a fofoca e calúnia são uníssimos ao tratar da tema e como reagir a essa forma de comunicação sobre a vida alheia.
Seja aquela fofoca com  teor benigno, jocoso, pilhérico ou desqualificando uma  pessoa. Seja mesmo uma calúnia, uma divulgação inverídica. Como deve reagir a pessoa alvo de tais comentários e atributos?
Em se tratando de uma fofoca, seja ela com teor falso ou verdadeiro. O conselho que se deixa é pelo princípio do gosto do jiló ou jurubeba. Seja ao comer a polpa ou suco da fruta.
Que em outras palavras seria: a fofoca (jiló ou jurubeba) só será amargo e de mau gosto se a pessoa beber ou comer. Ignorar e esquecer o autor. Esta seria a  Melhor resposta.
Na calúnia tem-se a mesma diretriz. Se uma pessoa qualquer refere-se a mim com um qualificativo, um atributo, um comportamento, um caráter que não possuo, eu só posso ter esse fofoqueiro e agressor como um imbecil ou mentecapto. Portador de algum grau de idiotia.  Só isso!

Tipo aquele indivíduo que acusou a cunhada de ser uma golpista do baú. Isto é , aquela madame que se casou , tendo imenso amor, reconditamente falando, pelo emprego do marido, pelos seus bens, seu salário acima do teto funcional público. E esta madame, com meneios e carinhos pelo maridão, nada fazia e nada produzia na vida. Ela vivia da mesada e paixão do consorte. Advertida sobre esse estilo de vida, ela se rebelou, esbravejou , deblaterou e expectorou todos os impropérios contra o fofoqueiro cunhado.  No caso aqui concreto. Tem-se no popular um diagnóstico certeiro. Ela assim reagiu porque a carapuça lhe  serviu. Foi um exemplo de fofoca verdadeira.             Junho/2018. 

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